Há tempos reclamamos da total falta de “vigilância”
em praças, parques e qualquer outro lugar onde seja necessária a
proteção do nosso patrimônio cultural, histórico, artístico, e turístico.
Vemos
a destruição por parte dos skatistas, da recém requalificada Praça do Carmo,
onde foram gastos mais de um milhão e trezentos mil reais. Pedimos socorro a
Guarda Municipal e a Policia Militar, e ambos titubeiam em defendê-la.
Ontem,
dia 13 de agosto, desde a manhã cedo uns garotos vestidos com roupas pretas
chegaram e começaram a saltar com seus skates. Na parte da tarde chegaram
outros. E à noite, até meninas estavam presentes, concorrendo entre si, quem
pulava (E CAIA) mais alto sobre a escadaria do anfiteatro.
De
repente, sem que ninguém chamasse, chegou uma viatura da PM e estacionou em
frente à igreja do Carmo... Os policiais nem olhoram para onde estavam os
skatistas. Pouco depois chegou outra viatura, sempre com aquela luz piscante, e
estacionou na frente da única casa com jardim da praça. Desceu um policial da
viatura, e foi em direção aos seus colegas que papeavam de costas e ignorando o
que acontecia no meio da praça.
Começou
um vai-e-vem na porta da igreja, e aumentou o número de carros, de onde desciam
pessoas muito elegantes, que procuravam onde estacionar ... Tratava-se de um
casamento... Então, evidenciou-se que os policiais militares não vieram
defender ou proteger o “patrimônio cultural, artístico, e turístico”; vieram para
cuidar dos convidados.
O
casamento acabou. As viaturas foram embora e os skatistas também. Chegaram os
batedores de tambor. As 23h começaram a bater tambor e cantar, ignorando
totalmente o que diz o art. 79 do Código de Posturas (“Será considerado
atentatório à tranquilidade púbica qualquer ato, individual ou de grupo, que
perturbe o sossego da população...”) além do art. 81 (distancia de mais de 200m de
escola, templos, hospitais, capela...).
Quem
sentiu esse atentado à sua tranquilidade
começou imediatamente a chamar, alternadamente, a PM e a Guarda Municipal. Uma
hora depois o ”atentado” continuava, e novamente, via “whatsapp”, foram
chamadas as instituições que, acreditávamos, deveriam tomar providências. Até
uma hora da manhã ninguém apareceu. A 01h53 recebemos resposta da NEAC, dizendo
que tinha acabado de passar o pedido... A essa hora os batuqueiros já tinham encerrado o atentado,
porém.
Fomos
pesquisar sobre as leis, para verificar onde estava o nosso erro ao chamar as instituições. Confirmamos
que, quanto à Polícia Militar, a Constituição do Estado do Pará, dentre outras
atribuições, prevê no seu art.198:
“V- a proteção do patrimônio histórico,
artístico, turístico e cultural.
A lei n. 8769/2010, estabelece para a
Guarda Municipal de Belém, no art. 1º: “... competência
institucional da segurança urbana municipal e atribuições de proteger sua
população, guarda e proteção dos parques, praças, jardins e demais logradouros
públicos ou próprios municipais, localizados em área territorial do Município,
bem como, colaborar com órgão competente na operacionalização e fiscalização do
trânsito no município.”
Nota-se que nenhuma das normas estabelece horários para tomar providências, o que se entende que o cidadão pode pedir ajuda a qualquer horário. Os moradores também tem direitos reconhecidos nas normas em vigor.
Tínhamos razão em
procurar ambas instituições para cuidar da praça, por um motivo ou por outro. Pena que nem sempre vemos resultados..., como no casamento referido. E esses não são os únicos problemas das praças onde, inclusive, há igrejas tombadas ou outros prédios históricos, onde a poluição sonora no entorno se faz presente, diariamente... e mesmo com a pandemia , as calçadas de liós continuam cheias de carros de clientes de locais noturnos, estacionados.
É o caso de recordar quem quem utiliza as praças e locais do bairro, deve também respeitar as leis relativas AS POSTURAS EM ÁREA PÚBLICA, e é dever
de quem autoriza lembrar e fiscalizar isso.
Estamos em Democracia, mas quanto ao respeito das leis, as vezes, nem parece.
PS: Voce conhecia essas normas? Pois estão em vigor e ninguem as respeita. Isso acontece na área tombada em que você mora? ou você nem mora no Centro Histórico para ter uma ideia concreta do que acontece? Pois tem ocasiões que acontece ainda pior, e nem todos tomam conhecimento.
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