segunda-feira, 20 de março de 2023

GENTRIFICAÇÃO A VISTA???

 

Passeando pelas ruas da Cidade Velha encontramos alguns anúncios de venda de casas na área tombada. Não são todas, porém,  tem muito mais casas desocupadas e disponíveis para serem vendidas, sem alguma placa.

Essas placas acabam se transformando em chamariz de ‘invasões”, nem sempre para morar, mas para depredar o imóvel, roubando desde as telhas até tacos/portas/janelas/privadas/azulejos, etc. por isso nem todas são sinalizadas.

Temos impressão que a tentativa de especulação mobiliaria tem base na vontade de gentificar essa área... enquanto as leis falam de “defesa, proteção, salvaguarda” da nossa memória histórica.

Nem todas as casas vendidas vão ser habitadas por famílias. A venda de casas ainda com gente dentro, acaba empurrando os moradores tradicionais para regiões mais periféricas da cidade. Aquela casa é capaz de virar um restaurante...sem estacionamento para seus clientes, por exemplo.

Que se chame “gentrificação”? Que se trate da recuperação de bairros históricos e populares por parte da classe media emergente? Consequentemente veremos a transformação da tipologia dos moradores o que levará,  ao mesmo tempo, seja a modificação da identidade urbanística que ao aumento de preço dos alugueis dos imóveis.

Na maior parte das cidades europeias onde isso aconteceu, a zona portuária e a do meretrício foram as que chamaram mais atenção e tiveram sua realidade modificada. Foram quase que totalmente ”requalificadas”. Nada a ver com o turismo, mesmo o sexual, quem chegou ali foram os novos ricos, os emergentes.

Não se fala de “áreas tombadas”, mas se trata, muitas vezes de entorno delas ou da proximidade de áreas bem populosas e de universidades. E os artistas foram os primeiros a instalar galerias em casas antigas  abrindo a estrada a bares  e restaurantes.

De fato, no primeiro mundo os efeitos da gentrificação são fáceis de reconhecer: aumento de bares minimalistas  e de restaurantes com muitas “estrelas”, ao redor das galerias. Depois chegam as boutiques, as barbearias estilo hipster ou cocktail bar de moda....e os preços das casas, para venda ou aluguel,  começam a aumentar.

Serviços  necessários aos moradores, ninguém leva em consideração...nem aos clientes. Em algumas cidades o Plano Diretor estabelece a necessidade de prever  vagas/estacionamento para ao menos 70% dos possíveis clientes e preveem multas e colocam muita fiscalização.

No nosso caso, o Plano Diretor praticamente sem atualização faz tempo, nem do tombamento feito pelo Iphan cerca de dez anos atrás, tomou conhecimento. Tomara que o novo, salvaguarde com normas especificas a defesa da área tombada, porque tem gente cheia de dinheiro, de olho nos nossos prédios ‘velhos’ e a especulação edilícia é muito ... poderosa.

A autorização ao término da derrubada daquele prédio escorado há anos e coberto de vegetação, na Assis de Vasconcelos, abre um precedente perigoso, pois outros, na mesma situação (ver antiga zona do meretrício) vão querer essa autorização também. Depois o que vão fazer com o terreno???

Será que a gentrificação já está em ato? Caso não seja mais de moda defender nossa memoria histórica, não se pode "destombar" essa área tão desprezada?

O que está acontecendo na região de Alter do Chão é  chocante e deve funcionar como um ALERTA, para nós. Nem podemos dizer que aconteceu na calada noite, pois é visível a olhos nus há algum tempo, o inicio da devastação de uma região  considerada um dos maiores polos turísticos do Brasil... e  ninguém fez nada, tanto que chegaram  a ponto de tentar leilo-a-la.

Na cidade nem tudo levará a gentificação, mas a desatenção a área tombada, sim, vemos quão é evidente.

 

quinta-feira, 16 de março de 2023

A VOLTA DOS "OLHÕES" DA CELPA

Esta é a nova versão dos ex OLHÕES DA CELPA, hoje EQUATORIAL, colocados na área tombada da Cidade Velha.

Antes, os da CELPA, se apresentaram assim...


Em 2014 a CELPA achou por bem colocar esses objetos enormes nas paredes da Cidade Velha, para medir a energia consumida pelos moradores. Ninguem gostou. Aliás todos ficaram furiosos...  Foram feitas  denuncias a todos os órgãos que cuidavam, ou não, da área tombada, até que conseguimos algo.

(  https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2014/05/os-medidores-rejeitados.html )

Corriam vozes, na época, da origem dessas caixas. Em abril de 2013, através de um vídeo denuncia, se veio a saber do escândalo CAIXA PADRÃO,  que  caia como uma luva,  encaixando perfeitamente com os que estavam usando na Dr. Malcher...

(https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2014/05/celpa-precisamos-de-esclarecimentos.html )

Logo apos algo pior começou a acontecer. Os moradores de uma quarteirão da Dr. Malcher reclamaram de incendios repetitivos em postes de ambos os lados da rua. (https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2014/04/celpa-e-os-incendios-na-cidade-velha.html)

Paralelamente continuavamos nossa luta contra as caixas colocadas nas casas da Cidade Velha  até a chegada da Equatorial, que veio substituir a Celpa.

Em 2019, vimos voltarem na Travessa Felix Rocque essas monstruosidades... e  recomeçamos a luta.  Na ocasião descobrimos que os  novos funcionários  não sabiam que tinha, em Belém, uma área tombada e pediram ao IPHAN o mapa dessa área. Desta vez a vitória foi mais rápida. ( https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2020/02/quem-substituiu-celpa.html ).

A distancia de cerca de dez anos, porém, hoje, março de 2023, temos que voltar ao argumento pois, com a desculpa dos tetos solares, voltaram a colocar na Praça do Carmo, em área tombada, tais objetos, poucos centímetros menores dos primeiros usados.

O que aconteceu? Mudaram de novo os funcionários e os novos não sabem que estão em área tombada? Os colegas mais velhos não avisaram que tem gente que defende o patrimonio na Praça do Carmo?


sábado, 11 de março de 2023

A SEMOB E O PATRIMÔNIO HISTÓRICO

No inicio de 2020 alguem da CIVVIVA teve a oportunidade de encontrar, na Cidade Velha, um Agente da SEMOB. Aproveitou e começou a bater um papo com ele, até que chegou ao argumento principal: a entrada de carretas no Centro Histórico. Na Alameda do Castelo o "conversador"tinha feito esta foto.
Conversa vai conversa vem, o Agente disse que: os Agentes não fazem nada contra as carretas porque não existe alguma sinalização proibitiva na área...
Ao ver o estupor do ouvinte, continuou tentando justificar esse resposta,: “ porque não basta estar na Lei, se não estiver sinalizado verticalmente eles não podem nem multar.”
O ouvinte não entendeu o porque daquele “verticalmente”, mas nem perguntou o que queria dizer e disse: - Então precisa sinalizar ... e o Agente continuou falando da lei que no “Art. 90 estabelece que não se pode aferir penalidades em locais sem sinalização.”
Entenderam? É a falta de sinalização, segundo o Agente, que permite o desrespeito da norma que, caso exista, prevê tal proibição... Mas será que existe esse artigo, realmente?
Estamos em 2023, as sinalizações não devem ter sido feitas pois as carretas continuam a passar e até estacionar nas ruinhas da área tombada.
A pergunta que não quer calar é se a falta de sinalização, independentemente desse art. 90, é questão de opção, conivência ou improbidade???
"agir negligentemente no que diz respeito à conservação do patrimônio público, está entre os atos de improbidade."
Sentimos a falta de vários tipos de sinalização... como é que a SEMOB não vê isso??? As normas sobre o transito, o meio ambiente e o patrimônio histórico, deveriam fazer parte do curriculo escolar desde o primeiro ano...

segunda-feira, 6 de março de 2023

8 de Março: através de manifestos

Comparação de publicidades entre URSS e USA no seculo XX
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