quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

QUEM RECONHECE?

 Na ilhota onde Belém foi fundada, além das tradicionais igrejas de Santo Alexandre, do Carmo, S. .Joãozinho, e da Sé, existe esta zinha também. Todas passaram pelas mãos de Landi, mas esta parece uma enteada, poucos lhe dão confiança...

Antigamente, era uso ter uma capela particular, usada como oratório público, segundo nos conta Alexandre Rodrigues Ferreira, no seu Diario da Viagem Philosophica.  Diz ele que...Resultava em 1874 a existência de capelas particulares na cidade de Belém e eram a do Palacio do Bispo, o do Palacio do Governador e Capitão General, o do Seminario, o da Cadeya da Cidade, o do Capitão Ambrozio Henriques, alem de outros particulares, como o do defuncto Mestre de Campo Pedro de Sequeira

SE sabe porém que antes dele, o Bispo D. Fr. João Evangelista Pereira da Silva, registrava  a existência em Belém, no Pará de capelas particulares “conforme cita em um ofício (15) datado de 1773. Nesse ofício, o religioso apresenta uma relação de sacerdotes, igrejas e capelas do Bispado e dentre essas, cita: “Nesta cidade [...] O oratorio nas casas dos herdeiros do [ilegível] de Campo Antonio Ferreira Ribeiro. Os das casas da viuva do Capitam Guilherme Bruum [?] de Abreu [?] na rua do Espirito Santo. O do Reverendo [?] Arcipreste Antonio Rodrigues”


.De todas essas, apenas a capela do Palácio dos Governadores e a do Capitão Ambrósio ainda existem. 

As fotos são de Advaldo Lima



Quem nos conta isso é Domingos Sávio de Castro Oliveira. Aqui o artigo

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.109/48


UM ADENDO A ESSES ORATÓRIOS

Existe uma dessas no estado do Pará, mas é do século XIX, exatamente de julho de 1886.

Para confirmar essa noticia, contavam na minha família que, em Óbidos, meu bisavô Vicente Augusto Figueiredo, no seu casarão  la no alto da colina onde se encontra também o quartel, mandou fazer uma capela. A razão dada  era para que suas filhas, para ir a igreja de Santana, não tivessem que subir e descer a rua Bacuri, que naquela época era a principal rua da cidade.

Foto da familia HUET DE BACELAR

Até  1957, Óbidos, como boa parte  do Baixo Amazonas,  fazia parte da prelazia de Santarém, que superava em área aquela da Alemanha e Portugal juntos. Segundo os religiosos, tão vasta área não favorecia o progresso religioso daquela  população, mesmo se parca.

Tal área foi dividida em abril de 1957: por meio da Bula “Cum sit animorum”, o Papa Pio XII criou a Prelazia de Óbidos. É nesse período que minha família vende o casarão com sua capelinha para a igreja.

É mais ou menos nesse período que decidem de acabar com as plantações de cacau naquela zona. Minha família tinha fazendas nos paranás do entorno, que foram “vendidos” após essa decisão do governo brasileiro.

Minha tia-avó Laura Figueiredo e meu tio Vicente Huet de Bacellar  ( filho de Dulce de Figueiredo Bacellar, irmã da Laura),  la residentes ainda, decidiram vender também o casarão e mudar-se para Belém, como fizeram muitos daqueles proprietários de plantações  de cacau... após a queimada dos cacauais. Não sei se foram indenizados.

                                                        A igrejnha...

Com o tempo a casa perdeu sua escadaria, e foram feitas outras modificações. Não resulta tombada... A capelinha está la...


Dulce Rosa de Bacelar Rocque


domingo, 3 de dezembro de 2023

SABATINA PARA TODOS...


Estes dias ouvimos falar de SABATINAR candidatos  escolhidos para determinados órgãos de particular importância a nível nacional.

Que Boa ideia...! Porém, por que somente a nível NACIONAL? Nos municípios, “sabatinar” os candidatos a Prefeito e vereador, deveria ser obrigatório também.  Quem sabe não seriam motivados a resolver os vários problemas de Belém, por exemplo? ... 

Além de ser amigo do interessado a um determinado “emprego”, quais controles são feitos sobre o possível interrogado, antes da sua nomeação? Verificam, ao menos,  se os estudos que fez o interessado, se aproximam em algum modo ao cargo em questão? Acumulou experiências sobre o argumento aonde???

Notamos que os candidatos a Prefeito, mesmo quando reeleitos, continuam esquecendo os artigos de leis em vigor, como os do CÓDIGO DE POSTURA. Deveriam saber de cor o que dizem os artigos 63, 79, 80 e 81, sobre  poluição sonora, por exemplo, visto que é uma reclamação generalizada. Boa parte das reclamações cessariam, caso os titulares dos órgãos que deveriam cuidar disso tivessem estudado as leis pertinentes.

Até palavras tais como “gritaria e algazarra”, eram já usadas nos incisos I a III do art. 42 do Decreto Lei n° 3.688/1941, como responsáveis por perturbação do próximo..., o que já era proibido desde então. Esses artigos mudaram? Foram revogados?

Quando a trepidação provoca danos ao cidadão ou a uma sua propriedade... , o candidato a um “emprego” em uma entidade que cuida do patrimônio histórico, sabe o que responder? A omissão sobre esse argumento é generalizada.

E o uso das calçadas?A Lei n° 6.017/89 exige uma faixa mínima de 1,20m como trânsito livre destinado ao pedestre. Porque isso não é aplicado? Na verdade  “a caminhabilidade, medida quantitativa e qualitativa dos espaços para a circulação de pedestres, está longe de ser considerada aceitável” em Belém.

Além do mais, de outro ponto de vista, temos que  “O entendimento do Ministério Público, dos juízes e dos especialistas em mobilidade e acessibilidade é de que  a responsabilidade pela calçada é do poder público, em especial, das prefeituras.” Nessas alturas, a presença de buracos, fendas, calombos, degraus, poças, lixo e obstáculos diversos convertem o trajeto dos pedestres em um calvário. E não raro provoca lesões — muitas vezes graves: e quem paga o dano ao cidadão?

ISSO, PARA COMEÇAR A SABATINA, por que os problemas dos cidadãos, numa cidade como Belém, são muito mais.  Os principais, há anos são: condições precárias de saneamento básico, acessibilidade, o descuido com o meio ambiente, e o avanço da violência.

Os candidatos a cargos públicos deveriam ser sabatinados e demonstrar conhecimento dos problemas e em qual lei seria possível encontrar a solução... Quem o interrogaria, teria que saber ainda muito mais para ter condições de fazer perguntas, mas também de avaliar as respostas.

O exemplo que temos, porém, parece mais uma questão de ... AMIGOCRACIA.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

CONSTATAÇÕES...

Vemos consolidar-se, cada dia mais, a particular atenção dos ‘festeiros’ pelo uso indiscriminado de áreas tombadas como sede de locais ou eventos ligados ao setor do “divertimentificio”. 

 A palavra artificio bem explica o sentido da palavra divertimentificio...É claro que, por artificio entendemos um golpe de genio mixto a uma sorte, necessário para conferir visibilidade e maior efeito a algo que não tem carater nem beleza natural. Unindo-o a palavra divertimento, ou seja, a vontade de procurar prazer esquecendo os problemas, completa o significado dessa nova e complexa palavra. Então, trata-se de dar visibilidade e importância a um divertimento induzido, ou seja, forçado, sem alguma espontaneidade: talvez para alguem ganhar dinheiro com isso. É um tipo de divertimento guiado, como se fosse uma obrigação divertir-se: lhe falta naturalidade e sua improvisação é inadequada... as vezes até destrutiva, falando de patrImônio histórico.

 Esta escolha de uso do Centro Histórico, para esse fim, ignora todas as intenções de defesa do nosso patrimônio histórico-cultural previstas nas leis em vigor, sejam elas produzidas pela União, Estado ou MunicípioA defesa do nosso patrimônio histórico está para fazer 50 anos e muitos não entenderam ainda a razão dessa opção... 

A ideia de um núcleo histórico em Belém, começa a aparecer no Plano Diretor Grande Belém de 1975. O tombamento do Centro Histórico de Belém, acontece, porém, somente com a Lei N.° 7.709 de 18 de maio de 1994. Em maio de 2012 é o IPHAN que reconhece o núcleo inicial da história de Belém, como área a ser salvaguardada. 

Para que essas normas não caiam, porém, no esquecimento geral, sugerimos, faz tempo, a ideia que na grade curricular, começando desde os primeiros anos de escola, uma matéria que fale dos nossos patrimônios, seja necessária. Em vez, cursos de matérias relativas ao direito, deveriam ser introduzidas em todas as faculdades, para que todos aprendam o que é a ética, em primeiro lugar; depois a sequência e o valor das leis. 

Saber que um decreto não pode modificar uma lei; que determinadas palavras como proteção, defesa e salvaguarda, tem um sentido bem amplo, mas concreto, e devem ser sempre lembradas na hora de tomar decisões relativas ao patrimônio histórico; e tantos outros detalhes que vemos ignorarem ou confundirem por não encontrarem escrito explicitamente nas leis relativas ao patrimônio. 

As ações que vemos ultimamente serem propostas a causa da proximidade da COP30, será que não deviam ser examinadas pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU); pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPPCB) ou pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC)? Será que nesses Conselhos tem alguem formado em direito? O fato está que ninguem lembra que muitos atos sequer estão sendo debatidos com a população em audiências públicas, como previsto nas leis em vigor.

A coerência, na democracia, nos leva a descobrir, através das leis em vigor, o quanto a cidadania deveria ser mais presente na cura do patrimônio. Como?
- A Constituição estabelece no seu art. 216, V, 1 - O Poder Publico, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio culural brasileiro... 
- O Estatuto da Cidade, estabelece no seu art. 2 inciso II- gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano... 
- A Lei Orgânica do Município é outra lei que prevê no seu art. 108 a necessidade do Município promover o desenvolvimento fundado na valorização...e no inciso II- estimulo a participação da comunidade através de suas organizações representativas.. . 

Não é competência dos Ministérios Públicos velar sobre a execução da Constituição e das leis? Se essas leis não foram ab-rogadas, alguém as está ignorando, e assim não estimula algum tipo de participação dos cidadãos/associações nas decisões, formulações e acompanhamento de planos e programas. Orgãos de consulta, criados e ativos dentro de uma organização partidária, não são proibidos, mas não são previstos nas leis acima citadas, para substituirem as associações representativas dos vários segmentos da comunidade, nem as audiências públicas...

É claro desse jeito que o elo entre cidadãos e o Poder Público como previsto em lei, ainda não foi consolidado em Belém....  e o divertimentifício, aproveita essa superficialidade, para aumenta sua presença, indevida e, as vezes, até perigosa.

ATENÇÃO: Isso é uma constatação, não uma maledicência...


segunda-feira, 13 de novembro de 2023

PARA QUE SERVE UM PROFESSOR

 ALUNO QUE PROCESSOU PROFESSOR POR TER TOMADO CELULAR EM SALA DE AULA PERDE CAUSA NA JUSTIÇA!!!

O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor que tomou seu celular em sala de aula.

O estudante foi representado por sua mãe, que pleiteou reparação por danos morais diante do "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional".

Na negativa, o juiz afirmou que "o professor é o indivíduo vocacionado a tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”.(1) O magistrado se solidarizou com o professor e disse que "ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma". Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno descumpriu uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de celular durante o horário de aula, além de desobedecer, reiteradamente, o comando do professor.

Ainda considerou que não houve abalo moral, já que o estudante não utiliza o celular para trabalhar, estudar ou qualquer outra atividade edificante.

E declarou:

"Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os reality shows, a ostentação, o ‘bullying intelectivo', o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.(2)

Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor.

"No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor."

Parabéns a esse juiz. Todos os professores merecem esse respeito, porém, existem as exceções, gravosas, e sentimos na pele as consequencias que provocam.

LEMBRETES: visto que alguns professores exageram com esse "carma"

(1) Nessa frase estão incluidas as leis. Elas norteiam o comportamento civil dos cidadãos.

(2) Ir contra o que determinam as leis é incentivar a alienação e a prepotência

Ainda bem que são poucos, mas podem formar uma "massa intelectivamente improdutiva"  que não aprende a raciocinar coerentemente, tornando-se enfeite de curriculus e ajudando a produzir danos a vários setores da sociedade. 

 

terça-feira, 7 de novembro de 2023

EXERCÍCIO DE DIREITOS...

 Quantos anos se passaram dessa nossa reclamação relativa ao transito pesado na área tombada da Cidade Velha? 

Começamos em 2007  a denunciar e urlar nesse deserto de tártaros que nos governam, sem resultados que impeçam danos aos proprietários de prédios na Cidade Velha.

Francamente, tombar uma área e ignorar os danos da poluição sonora e ambiental, é um claro exemplo de "lavar aos mãos" relativamente a defesa, proteção e salvaguarda do patrimônio: privado ou público que seja. 

As leis proibem vários argumentos que em vez, vemos a prefeitura, através de suas secretarias, autorizarem... descaradamente. Mas quando um dano acontece na propriedade dos cidadãos da área tombada,  a causa dessas autorizações, todos se omitem.

Nesta nossa "democracia" esquecem que Cidadania é o exercício de direitos e a cobrança de deveres de cada um e de todos... Acontece, em vez que, se assim ages a frase que vale é esta: Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta  dizer o que pensa. (M.L.K.)... e os problemas continuam PARA AZAR DO CIDADÃO.

sábado, 12 de junho de 2010

TRAFEGO DE VEÍCULOS PESADOS


Hoje começa a restrição do tráfego de veículos pesados nas ruas de Belém. Barreiras distribuídas por algumas poucas e estratégicas ruas, impedirão a entrada na cidade e equipes do órgão também trabalharão para que caminhões que já estejam na cidade não circulem foram do horário permitido.


Nós da Cidade Velha, que convivemos com caminhões que trazem mercadorias para as lojas situadas no bairro e com carretas que transportam mercadorias produzidas in loco para outros lugares, vamos ver o que acontece.


Até hoje não nos resulta ser, o problema do congestionamento das estreitas ruas do bairro, motivo de preocupação de ninguém. A trepidação das casas também nos parece não ser um problema em discussão. Ambos, porém, são motivos de reclamação dos moradores... sem algum êxito. Nem parece que faxzemos parte da cidade.


Recentemente, o desmoronamento de um “casarão” na Alameda do Castelo chamou a atenção de todos, mas não levou nenhum órgão a providenciar o impedimento do transito naquela rua. Vemos, apenas anoitece, o movimento de carretas com sal ou outros produtos, subirem e descerem tal passagem, sem nenhum constrangimento ou impedimento.Os bastões que impediam a passagem de veículos por ali foram retirados para a passagem do trenzinho. Ele parou de trafegar e outros veículos, bem mais pesados, tomaram seu lugar, sem nenhum problema. Aqueles casarões que sobraram, bailam, a cada passagem. Quando desabarem, aí vamos nos preocupar... e reclamar, reclamar, reclamar, procurando os culpados!


Os moradores da Dr. Assis, durante o dia, convivem com a trepidação de suas casas a causa do congestionamento provocado por ônibus, caminhões, carretas (estacionadas), vans, etc. sem que nada aconteça e, absolutamente ninguém, tome providências, mesmo se solicitados. De noite, principalmente na sexta-feira, se acordam de madrugada com os “pega” que frequentadores dos locais situados nas redondezas, realizam com toda tranquilidade. Tiros a torto e a direito completam o cenário noturno daquela zona do bairro. Onde está quem deve cuidar disso e impedir que continue a acontecer?


O aumento de trafego de vans na Dr. Malcher, além de tirar o sossego dos moradores levou ao aumento dos assaltos. Aqui, a trepidação acontece principalmente de noite, a causa do barulho provocado por aparelhagens de locais situados a margem do rio. Outro problema denunciado e não resolvido.


Na porta dos colégios, carros em filas duplas e, onde é possível, até triplas, buzinando sem parar, concorrem com outros meios ao total desrespeito do Código do Transito e não vemos nenhum agente, de qualquer órgão que seja, aparecer.


Ao redor da igreja do S. João, obra prima do Landi, é muito difícil até andar a pé. Ignorando as leis em vigor, pessoas, com vários níveis de instrução, transformaram aquela área em estacionamento... e “comelodromo” ao ar livre. Aqui, não são os veículos pesados o problema, mas nem por isso deixa de ser um problema para os cidadãos.


Pois é, o tráfego de veículos, pesados ou não, causa problemas na Cidade Velha. A cada nova lei que nasce, nos iludimos que algo pode mudar. Hoje, com o inicio dessa proibição, vamos ver se o bairro mais antigo da cidade vai ser contemplado com a atenção de alguém.


...e não foi contemplado, e ainda aumentaram os problemas.

Com o passar do tempo, a poluição sonora, apesar do que prevêem as normas,  tomou posse do meio ambiente modificando, abusivamente, as "competencias" da prefeitura.  Os danos aos prédios, muitas vezes resultados de autorizações erradas, ninguem leva em consideração...e as frases acima ???

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

PROJETO DE RESTAURAÇÃO DA PRAÇA DA BANDEIRA


Dia 31 de outubro ultimo aconteceu no Quartel General, uma reunião  convocada pelo General Wellington para apresentar uma proposta de revitalização da praça Saldanha Marinho.


A necessidade de parceiros para apoiar tal ideia, levou-o a convidar os representantes do Colégio Estadual  Paes de Carvalho que, com eles, dividem a presença em tal localidade de Belém. A CIVVIVA também foi convidada.

Representando o CEPC tinhamos: Profa. Alinne Santos - Diretora do CEPC; Profa. Dyrce Koury Wagner - Ex-vice-diretora do CEPC; Profa. Leila Braga -  da SEDUC, Walbert Monteiro - IHGP, APL, APJ; Célio Simões - IHGP, APJ;  Camilo Delduque – Engenheiro; Dalton Lavor Moreira – Advogado; Sandro Destro Lima - Produtor e pesquisador da cultura; e  a presidente da associação de Moradores da Cidade Velha: Dulce Rosa de Bacelar Rocque, economista.

O projeto se baseia naquilo que todos vêem. “Atualmente a praça é vista pelos moradores do entorno como espaço pouco cuidado, ponto de venda e consumo de drogas, lugar de mendicância e insegurança, bem como de prostituição. ... Neste contexto o projeto foi motivado pela situação que se encontra a praça da Bandeira, pouco cuidada, com ocorrências de furtos e assaltos, ocupada de forma desordenada por moradores  de rua, sem iluminação adequada e elementos históricos danificados e pouco valorizados.”

A situação de insegurança em ambas as praças atinge, além dos estudantes do CEPC e os militares do Comando Militar do Norte, os moradores e comerciantes do bairro da Campina, e também os cidadãos que frequentam, por motivos vários aquela área.

Este projeto tem como proposta revitalizar a Praça da Bandeira, por meio de parcerias com órgãos e entidades públicas nos niveis federal, estadual e municipal, a fim de torna-la ambiente de convivência entre os moradores, bem como de lazer, espaço cultural e educacional, além de ponto de visitação turística da cidade.”


Ações sociais, culturais, de segurança pública, ecológicas, educativas,  esportivas e de lazer  poderiam ser implantadas, realizadas, intensificadas e promovidas pelas secretarias municipais e por vários outros orgãos e associações interessadas ao uso coletivo por parte da população, dessa área pública, atualmente, praticamente abandonada.

Esta é mais uma praça, dupla, no caso,  usada de modo descoordenado e sem nenhum envolvimento, participação ou troca de ideias  e sugestões com os moradores do entorno, portanto é de suma importância o apoio a esta proposta.

Sabemos que, segundo   art. 30 da Constituição, compete aos Municípios, relativamente ao patrimônio citadino: IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual”.

Mais adiante, sempre na Constituição, encontramos uma confirmação  da necessidade de um  comportamento democrático. De fato, lemos no art, 216, V, 1: O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro...”

O Estatuto da Cidade, lei federal n. 10257 de 2001, prevê no seu art.2. II- gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.

Este projeto começa bem, além de  estar dentro dos crismas constitucionais e  das necessidades dos cidadãos, ajudaria, inclusive a melhorar a cidade para a COP30.  

Precisam de apoio e nós da CIVVIVA, APOIAMOS.


sábado, 28 de outubro de 2023

FOGOS DE ARTIFÍCIO E EDUCAÇÃO

 

Com Lei nº 9.593, de 13 de maio de 2022 (DOE nº 34.970, de 13.05.2022) * Alterada pela Lei nº 9.646, de 2022, foi instituído o Código de Proteção aos Animais do Estado do Pará.

Tal lei veda, porém, no seu  art. 18. II - a soltura de fogos de artifício com estampido em todo o território do Estado do Pará, em decorrência dos danos ambientais causados por estes, baseando-se nos termos do art. 54 da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal n° 9.605/98).

O Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais contestou judicialmente sua constitucionalidade mas o  TJPA declarou diversamente durante a 32ª Sessão Ordinária do Tribunal Pleno. A relatora, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, foi acompanhada à unanimidade pelos(as) demais magistrados(as). 

A respeito, publicamos a sugestão do Vice Presidente da CIVVIVA, arq. Pedro Paulo dos Santos: “Diante dessa decisão, o MPPA poderia também analisar o tema, exarar uma recomendação  específica; e caso não cumprida no prazo a ser estipulado, apurar as responsabilidades, e requerer judicialmente que o poder público cumpra sua obrigação de fiscalizar e obrigar a obediência ao que prescreve a Lei Estadual n° 9.593, de 13.05.2022, que proíbe a queima de fogos de artifício com estampido; e a tração animal de veículos, em zonas urbanas de todo o Estado do Pará

Por outro lado, as Arquidioceses de Belém, e de todos os outros municípios paraenses; outras entidades de congregações de todas as religiões; as torcidas organizadas de clubes esportivos; e outras entidades que costumam queimar fogos de artifício ruidosos durante seus eventos, teriam que se adaptar e se abster, doravante, dessa prática, e acatar o que manda a mencionada lei; porquanto, tem sido totalmente ignorada; inclusive no que se refere a continuidade do uso de tração animal para transporte de cargas.

De sua parte, que o poder público adote as medidas  repressoras e punitivas cabíveis, para fazer cumprir a Lei n° 9.593, de 13.05.2022.

Por outro lado, para facilitar a viabilização da implementação da lei, e evitar o abandono e o assassinato dos animais de tração que serão aposentados, e para evitar problemas de subsistência aos trabalhadores; que o poder público crie um programa de financiamento, com baixos juros, para os trabalhadores de transporte de cargas, para aquisição ou adaptação de veículos movidos por energia limpa e sustentável.

Para os eventos comemorativos, cabe lembrar que já existem várias alternativas de espetáculos visuais noturnos, de menor impacto ambiental, e grande efeito estético, como o mapeamento de vídeo, e o uso coordenado eletronicamente de grande quantidade de drones, que formam variadas imagens e efeitos visuais".                                                                       

Oportuno seria, também, estender o efeito  de tal lei, relativamente a poluição sonora, a questão do patrimonio histórico que sofre com os efeitos de um comportamento incivil, aproveitando para incluir no curriculo escolar, materias relativas a educação  ambiental, patrimonial e do transito.

NOSSO POVO NECESSITA DESSA AJUDA ...

domingo, 22 de outubro de 2023

VIBRAÇÕES E TREPIDAÇÕES: QUEM PAGA OS DANOS?


No início do ano passado publicamos um artigo sobre “vibrações em forma de ondas”.  Aconselhamos a leitura.            

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2022/01/vibracoes-em-forma-de-ondas.html (Antonio Carlos Lobo Soares*)

O autor começa falando do efeito que faz um “bate-estaca” perto de sua residência e se admira que Belém, com toda essa verticalização que vemos acontecer nestes últimos anos, ainda não tenha regulamentado por lei a utilização de tal equipamento na construção civil.

No artigo referido alerta sobre a preocupação de um botânico seu amigo para a possibilidade das vibrações causadas pelo “bate-estaca” desagregarem as raízes das árvores altas.

De lá para cá tantas árvores caíram e, segundo os técnicos entrevistados, vários foram os motivos alegados, entretanto, para a questão dos efeitos da trepidação deram bem pouco peso.

Ondas sonoras em forma de música em alto volume, também causam um efeito semelhante à trepidação, só que transmitidas pelo ar, que podem afetar, por exemplo, objetos dispostos em prateleiras e outros. Para isso o CONAMA já examinou e determinou os decibéis oportunos por turnos, (diurno e noturno), em todas as áreas de uma cidade.

Cada evento com música em praças próximas a igrejas tombadas, superando os 80/90 dB (decibéis), acumula danos que só podem ser aferidos com o tempo. Não somente os urubus afastam as telhas dos prédios, mas a poluição sonora também tem responsabilidade nos estragos que vemos  por aí, em especial nas áreas tombadas de nossa Belém... mesmo com 50 dcb.

Nestes últimos três ou quatro meses vimos o parapeito de uma janela perder suas partes, a causa de fissuras. E cada segunda-feira sucessiva a esses eventos ruidosos, as fissuras aumentavam.

Anos atrás, quando aconteceu a primeira vez de um parapeito quebrar, um engenheiro opinou dizendo que a trepidação causada pela passagem de carretas no entorno de uma determinada praça, podia ser a causa…, mas esse efeito deveria repetir-se em outras casas do entorno.

Se isso fosse confirmado, a prefeitura seria a responsável pelo conserto, e disse os porquês. Descobrimos que acontecia também em outras casas, mas o fato dos proprietários das casas terem mudado seus ambientes interiores os amedrontava as reações dos órgãos públicos e não tinham coragem de reclamar...

As leis são evidentes em falar de defesa do patrimônio histórico e, tem até as que estabelecem a distância de 200m de igrejas, colégios, hospitais, etc., para salvaguardar direitos cidadãos relativamente à poluição sonora. O que leva os órgãos que devem respeitar tais ditames a ignorá-los?

O que “...salta aos olhos é a passividade da população belenense diante de ... determinadas  práticas incomodativas que prejudicam e atrapalham a vida de seres humanos, além de estragarem prédios públicos e privados. Achamos que essa passividade é provocada, algumas vezes, por falta de conhecimento, mas também  por uma profunda desilusão, descrença, baseada na constatação de uma total  ausência de ações legais, firmes e tempestivas por parte do poder público...

O cidadão pára de lutar, muitas vezes decepcionado pelos resultados e direitos, que acaba não obtendo, mesmo se a lei está do seu lado. Vai acumulando decepções, indiferença e, depois de ser ignorado, maltratado, acaba admitindo, com tantos outros, que aqui... lei é potoca, mesmo.


...E QUEM PAGA OS DANOS É SEMPRE ELE: O CIDADÃO.


Antonio Carlos Lobo Soares é  Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico.

domingo, 8 de outubro de 2023

"REVITALIZAÇÕES"


Voltando a falar em “palavras” e o seu sentido.

O que pensar e dizer sobre atividades que, no afã de, supostamente, defender a revitalização de um Centro Histórico, adotam práticas (como aquelas que implicam em poluição sonora, por exemplo) que acabam por contribuir para a degradação do local, ainda que não intencionalmente? 

Os chamados centros históricos, em geral são áreas muito sensíveis e frágeis, fatores que precisam ser considerados com muita atenção e cuidado quando do planejamento de atividades e eventos nessas áreas mais vulneráveis, visando evitar a ocorrência de impactos danosos.    

O Auto do Círio foi criado em 1993  com a declarada intenção de revitalizar o Centro Histórico de Belém, a partir das festividades do Círio de Nazaré.

Esse aludido Centro Histórico se reduziu a duas praças da Cidade Velha, e ao longo desses anos não vimos a revitalização de absolutamente nada. Vimos sim o teatro de rua aumentar, ganhando muitos adeptos, nem todos estudantes da UFPA, instituição de onde partiam as ideias; e muito menos das praças  da Cidade Velha                                             

Qual revitalização efetiva (edificações e infraestrutura urbana) aconteceu no Centro Histórico em função do surgimento do Auto do Círio, além do intenso e perigoso fluxo de pessoas? Nem depois do tombamento de parte da Cidade Velha vimos acontecer algo similar a uma revitalização. O cortejo por algumas ruas da Cidade Velha, além das trepidações provocados pelo excesso de ruídos, em frente as principais igrejas de Landi e nas casas dos  moradores da área, não criou nada que se pudesse pensar a alguma revitalização de fato. Servia apenas como local de representação de um belíssimo espetáculo, que não é fruto nem ao menos de trabalho com os moradores.

No inicio do século XXI, nasce o Fórum Landi, outro projeto dedicado, supostamente, à revitalização do Centro Histórico de Belém, com foco na pesquisa da obra arquitetônica de Antonio Landi. Uma sede foi colocada na Cidade Velha, e vimos a revitalização da chamada, atualmente, Casa Rosada. Outros projetos foram feitos mas não levados a fim...

Entre um certo círculo de pessoas influentes, era de moda, então, mudar o nome das casas, criando inclusive alguma atividade para ocupá-las. Assim, vimos nascer a Casa das 11 Janelas, e o Espaço São José Liberto. A UFPa  seguiu o exemplo do Arq. Paulo Chaves, e deu nome a Casa Rosada...  Não tomamos conhecimento sobre outras revitalizações  no Centro Histórico, sob  a influência do Fórum Landi.

Qual sentido tem nesses casos a palavra “revitalização"? Em que consistia essa intenção? Existiu um programa com as ações relativas a essa ideia? Seria correto e educativo reduzir tal “revitalização” a organização de festas em praças frente a igrejas do Landi,  tombadas, não respeitando os limites de decibéis das normas em vigor, e assim provocando a trepidação de prédios públicos e privados, também (e a consequênte degradação física)?

O organizador desse desfile, não sabe que existe um limite para os ruídos? Em todos esses anos ninguem leu as nossas reclamações? Que figura... No evento desse ano, quem isentou o organizador do Auto do Cirio de salvaguardar, proteger e defender o nosso patrimônio histórico? Será que não existe ninguem formado em Leis, para seguir e evitar essas distrações deseducativas e tão gravosas para uma area tombada? 

O Centro  Histórico deveria ser objeto de atenção e de intervenções urbanísticas coordenadas, visando o seu integral restauro, requalificação e revitalização, lembrando inclusive as carretas que passam também fazendo danos, e  não se reduzindo apenas ao uso de uma praça... na área tombada.

Tudo isso deveria ser feito, porém, no respeito das leis, diferentemente parece ser um incentivo ao vírus deixado pelo ex governador  Magalhães Barata que dizia ”lei é potoca”.


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Quando usar V. Ex.ª ou V. S.ª


Para ser vereador, deputado ou senador, não precisa ter qualquer titulo de estudo, entre os tradicionais. Nas fileiras das instituições onde eles estão, os  Master, PHD e Pos Doutor, de fato e com certeza, são bem poucos.

Normalmente se diz que, em media, no nosso dia-a-dia usamos cerca de 200 a 300 palavras existentes nos dicionários, mas devemos acrescentar que,  mesmo se poucas, ainda as usamos de modo errado. Seja com ou sem titulos altissonantes, vemos que a nossa lingua está... em decadência. Os anglicismos estão encabeçando essa mudança, enquanto a riqueza da nossa lingua é deixada de lado.

Dias atras, nesta nota https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2023/09/cedico.html , falamos da palavra “cediço” bastante desconhecida e de outras usadas em leis, mas totalmente ignoradas na hora do trabalho. Nota-se que essa superficialidade acontece, não somente por falta de leitura, de estudo, mas principalmente por falta de.. correção.

Estes dias, ouvindo os discursos feitos em vários órgãos situados em Brasilia, o V. Excia. abundava... então, quando usar o Vossa Senhoria? Alguns devem saber que o Vossa Eminência, é usado no ambito religioso, para bem poucos titulados porém, e de fato bem pouco citado em discursos naquelas sedes.

 Sem querer colmar o argumento, mas para dar uma ideia do uso dessas formas de tratamento, vamos ver quando usa-las. Segundo o que encontramos no novo “pai dos burros” (computador), V. Excia se usa para:

-  Presidente/a da Republica e vice; Ministro/a;  vereador/a, governador/a e vice; prefeito/a e vice;  deputado/a; senador/a; Secretario/a de Estado e Municipal;

- Secretario/a Geral da Presidencia da Republica; Consultor/a Geral da Republica; Secretario/a nacional ou executivo do Ministerio;

-  Presidente/a orgão judiciario; Ministro/a tribunais (STF, STJ, TST, TSE, STM); Presidente/a e membros do Tribunal de Constas; Desmbargador/a;. Juiz/a;

- Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e das tres Armas, além do Chefe de Gabinete Militar da Presidencia da Republica; oficial General das Forças Armadas;

- Advogado/a geral; Procurador/a geral;

- Reitor/a de Universidade;  Embaixador/a.


 Relativamente ao uso de V. Senhoria, temos:

- Procurador/a e Defensor/a Público; Ouvidor/a

- Consul/eza e Adido Cutural;

- Militares até a patente de Coronel;

- Presidente/a, Diretor/a de empresas.

 

Para a parte religiosa são usados quatro termos diferentes, ou seja:

- Vossa Santidade – Papa e Dalai Lama;

- Vossa Eminência – Cardeal;

- Vossa Reverendissima – Arcebispo e Bispo da igreja Catolica e

- Vossa Senhoria - Demais autoridades religiosas.

 

Não totalizamos os casos, com certeza, mas demos uma ideia de onde usar tais formas de tratamento... na nossa lingua e nesses órgãos, principalmente.

Fora desse ambito, temos, infelizmente, que conviver com pesquisas de campo onde o argumento e as palavras usadas se chocam, não somente desvirtuando o argumento, mas complicando as respostas e o resultado. Outra desilusão, neste caso, pensar que são pessoas "formadas" a fazer  as perguntas.



segunda-feira, 18 de setembro de 2023

FALA... A CÁPSULA DE CAFÉ

 

Vários, e direi até infinitas, são as pequenas coisas que fazemos sem pensar e os vários atos que, também, nos levam a ajudar a aumentar a poluição no globo terrestre.

Tanto para começar damos um exemplo: para diminuir a despesa de luz colocamos placas solares, mas depois instalamos centrais de ar condicionado... Isso ajuda a diminuir o  calor a casa sua, mas, será que diminui o problema da poluição no meio ambiente. 

Pelo que se lê por ai, a  conversão da energia elétrica em energia térmica, inclui diversas perdas na eficiência dos aparelhos... Além disso, por não ser um processo eficiente, há uma grande demanda de energia. A publicidade a favor da instalação de placas fotovoltaicas fala de economia na conta da luz, não de luta contra a poluição... e o cidadão nem nota esse detalhe tão importante.

Dando um salto nos exemplos, passamos a outro pequeno detalhe na nossa vida. Como produtores, exportadores e bebedores de café, a medida que a nossa condição de vida melhora, enchemos nossa casa de aparelhos modernos, o que inclui uma maquina de café elétrica...aquelas que usam capsulas de vários sabores.

O povo italiano é um grande bebedor de café e para elucidar o problema da poluição, resolveu faze-lo através da fala  de uma “cápsula de café”...e por achar útil a compreensão do problema, resolvi traduzir para quem não entende bem essa língua.

DE Giovanni De Maso - 10 de Setembro às 04:43  ·

SER IDIOTA, EIS A PROVA.

Sou uma capsula de alumino com dentro 4 gramas de café,  a 0,40 euro, que equivale a 100 Euro o kg..

Por uma tonelada de alumínio se  produz quatro toneladas de resíduos sob  a  forma de arsênico, titânio, cromo, chumbo, vanádio, mercúrio.  Substancias essas que vão poluir o ambiente.

Graças  a uma produção de uma tonelada de café por  semana, sou a rainha do mercado! O café que uso é aquele que custa menos.

Quando os pós tradicionais são torrados a 200/220° em 20 minutos para mim, em vez, a  torrefação è a 1000°C por 90 segundos.  Até isso para economizar...

Porém o meu café é espumoso e bom... Simplesmente porque não contenho somente café mas também um pouco de gordura animal e aditivos top secret. E não esquecer a energia elétrica que usam...

 Atenção, porém, te ofereço não somente a cafeína, mas também o “furano”  que engoles com prazer.

O furano é uma substancia orgânica (produto intermédio utilizado na indústria química como solvente para as  Resinas durante a produção de lacche e como aglomerantes na fundição). É volátil, lipófilo e CANCEROGENO para o fígado.

Está satisfeito...!!!

(texto  do “Mouvement pour la Terre”, traduzido e  reelaborado)

Parem de usar capsulas de alumínio e voltem ao modo tradicional que não polui e faz bem a sua saúde.  Além do mais o resíduo do café pode ser usado nos campos cultivados,  como adubo.

 ....

 Não seria o caso de parar para pensar que, ao crescer distraidamente, quantos danos acabamos produzindo, nós mesmos, ao meio ambiente???

 Seria o caso de levar em consideração isso também nas propostas que estão fazendo relativamente a COP 30.

Quantos desses  "usos", que incluem o do automovel, em vez do transporte público,  estamos dipostos, concreta e seriamente a renunciar???


PS: a foto faz parte do artigo em italiano.


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

CEDIÇO...

 

Você sabe o que quer dizer a palavra “cediço”? É algo em estado de putrefação; apodrecido, deteriorado, podre. No sentido figurado em vez é algo que se transformou em hábito; comum, corriqueiro, usual, ou, também,  que está em desuso; que já não se usa; ultrapassado: pensamento cediço.

No nosso dia-a-dia vemos isso acontecer no momento de “enfrentar” uma lei.  O  Código de Postura, por exemplo, é considerado um documento “cediço” pelas secretarias municipais. O fato de ignora-lo, de não usa-lo, se transformou num hábito cediço, como se essa lei tivesse ultrapassada.

As leis podem ser modificadas. Se o Código tem artigos que prejudicam a vida dos cidadãos, eles devem e podem ser  modificados, mas ignorá-los, principalmente quando trata de convivência civil, é desrespeitar uma lei que rege o  bem viver das pessoas...E SANÇÕES deveriam ser aplicadas.

“Calçada é para pedestres”, principalmente se tem menos  de 1,20m. de largura, em vez, temos cidadãos que adoram ocupar irregularmente e ilegalmente o espaço destinado aos pedestres, sem pensar nos que tem dificuldade ou impossibilidade de mobilidade... O triste, aqui, é que essa situação corriqueiramente é autorizada pelas entidades públicas responsáveis, ignorando e violando todas a normas em vigor... (sem falar de quando usam como estacionamento de viaturas...)

Cediço”, neste caso é também a falta de  aplicação das normas relativas a improbidade administrativa... De fato, o mandamento inserto no art. 216, § 4º. da Constituição Federal, estabelece que os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

Relativamente aos danos ao patrimônio histórico provocados pela poluição sonora, por exemplo, dito artigo dialoga com o art. 225. § 3º da CF/88, que dispõe que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Raramente vemos isso acontecer, mesmo se trata de cometimento de ato de improbidade administrativa, passível de graves sanções nos termos da Lei 8.429/92, que exige dos agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia estrita observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos (art. 4º). 

A lei de improbidade administrativa, cediça ela também, alcançaria, inclusive, os integrantes de órgãos colegiados que exercem função não remunerada, a exemplo dos representantes em conselhos municipais de patrimônio cultural..., mas quantos sabem disso?

CEDIÇA também vemos ser  a convocação de audiência pública para realização da função administrativa, dentro do processo administrativo, por qualquer um dos Poderes da União, inclusive nos casos específicos que versam sobre meio ambiente, licitações e contratos administrativos, concessão e permissão de serviços ...Isso não vemos mais acontecer.

Muitas outras palavras estão perdendo o sentido.  Falando dessas palavras praticamente “cediças”, temos, sempre, relativamente ao nosso patrimônio:

salvaguardar, que pode ser traduzido por sinônimos, tais como: defender, proteger, salvar, livrar, resguardar, preservar, manter, conservar, tutelar..., mas nunca como “embelezar”. 

O mesmo diga-se de: - proteger que pode ser: amparar, auxiliar, defender, guardar, resguardar, tutelar, tutorar, preferir, acudir ..., mas "embelezar" não é seu sinônimo.

Você pode decidir "embelezar" um prédio na área tombada, respeitando essas palavras? Parece que não, né? 

- Para Salvaguardar nossa memória histórica você não pode nem mudar a cor das casas do entorno. 

- Para Defender nossa memória, nem um grafite pode ser feito em seus muros.

- Proteger nossa memória HISTÓRICA é manter, AO MENOS OS PRÉDIOS como eram antes, visando manter as características estilísticas predominantes da paisagem urbana...

Então, bastaria conhecer o sentido das palavras para evitar o que dizem aqueles que não conhecem bem o idioma português: não é necessária mais uma lei para dizer que não se pode mudar a cor das casas, nem pintá-las como se fosse um quadro... porque, assim, se estaria repetindo aquilo que  leis, ja existentes, pretendem. 

Numa área tombada até casas sem interesse histórico devem seguir certas indicações. Questão de entorno e âmbito... outras duas palavras já consideradas “cediças” por gente dessa área.

Outras palavras que, distraidamente, esquecem ou confundem quando se fala de patrimônio é o sentido de “proprietário” e “herdeiro”. Ao fazer determinadas propostas para prédios abandonados, seria oportuno, sempre lembrar do significado, importante que elas tem: morto não assina documento.

Enquanto o “herdeiro”, não tiver seu nome escrito no lugar de “proprietário” ele não é dono de nada... Assim sendo, não pode obter financiamentos para “salvaguardar, defender ou proteger”  sua herança. Por que insistir com sugestões, sem propor algo para resolver, antes, o problema da passagem dessa propriedade? 

A  atenção ao sentido das palavras, principalmente aquelas usadas em leis, nem sempre é falta de estudos, mas de experiência, com certeza. 


DULCE ROSA DE BACELAR ROCQUE

Economista com especialização em Economia Politica, Direito Público e Programação Economica do Territorio.


terça-feira, 22 de agosto de 2023

COISA DE MUSEU, MESMO...

 O Arquivo Guilherme de La Penha, da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, do Museu Emilio Goeldi, não fica na Av. Nazaré ou no seu entorno, fica longe a beça.... mas vale a pena uma visita, guiada, preferivelmente. 

Até onde ele fica é dificil de saber, mas aqui vai o endereço:  

Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi

Av. Perimetral, 1901, Terra-Firme,

A Biblioteca em vez, é uma construção nova, moderna, arejada, bonita, e também não é bem ali...  Passando por um jardim entramos num salão amplo, com alguns livros a mostra. Foram buscar as chaves e me introduziram numa primeira sala, onde logo notei uns aparelhos de  cerca um metro e meio de altura: será que eram os responsáveis pela umidificação do ambiente...  exultei, mesmo sem ter certeza que eram.

A quantidade de livros antigos é o que logo chama atenção, encadernados, muitos deles, ainda com capa de pele. A maior parte é em língua estrangeira e  talvez por isso, os visitantes brasileiros são poucos. Importante, porém, é a qualidade dos livros, seus autores e... a época deles. Toda essa antiguidade requer mais atenção a eles e, muito mais dinheiro para mantê-los.

Logo que o prefeito Duciomar inaugurou o Palacete Pinho iniciei uma campanha para transforma-lo numa biblioteca monumental. Hospede da UFPa,  uma professora bolonhesa expert em matéria, me desaconselhou a fazer tal campanha vista a quantidade de agua no entorno do palacete, além daquela que caia do céu.

No nosso clima, tão úmido, manter uma biblioteca com livros centenários leva a aumentar a despesa, muito mais do que podemos imaginar. O desumidificador, por exemplo,  deve trabalhar o tempo todo. Melhor  ficar mais distante de rios e igarapés, ao menos. Com toda essa umidade, portanto ali as despesas de manutenção dos livros seria muito maior. Me convenci que seria muito dispendioso e parei. Pior ainda  seria perto da feira do Açai..., segundo ela.

Continuei minha visita.   Não bastava olhar os títulos dos livros, alguns deviam ser abertos e com toda a atenção possível. Até luvas são necessárias ao ter que manusear alguns deles. Os mapas são um caso especial.  Ver como era Cusco no século XVI, ou como viam o nordeste do Brasil durante a vigência do tratado de Tordesilhas... Ver aquela tapera com duas redes atadas, será que esperavam clientes  naquela época, ou era uma oferta para os ...brancos?   Deduções várias podemos fazer olhando aqueles mapas.

É tudo bem moderno: desde as portas, as escadas e os elevadores entre os corredores de livros, a iluminação, enfim, bem atual... mas não vi viva alma, no período de tempo que estive la. Quanta gente sabe de sua existência? Tem coisas do arco da velha, para quem gosta de... descobrir o passado, nosso e dos outros. Demais.

Interessante que na saída quiseram olhar o bagageiro do carro...  e poderíamos ter trazido conosco dentro do carro, em vez,  até aquele livro antiquíssimo, mas ninguém tentou nem olhar  dentro do carro...Falo do livro “Delle navigationi et viaggi” compilado por Giovanni Battista Ramusio (1485 - 1557) na gráfica Giunti. Eram três volumes e tratavam das descobertas marítimas de século XVI. O volume 3 – Novo Mundo tem relatos de Cristovão Colombo, Fernando Cortes e Gonçalo Oviedo e outros conquistadores.

As folhas desse livro são feitas em papel artesanal em trapos de algodão. É uma edição Aldina (os três livros foram impressos em Veneza entre 1494- 1584 por Aldo Manucio e seus seguidores) com capas em madeira e lombadas em couro, e gravuras em xilografia. É uma das mais importantes obras publicada SOBRE AS DESCOBERTAS  MARITMAS. É um dos tesouros da Biblioteca do Museu Emilio Goeldi.  Roubavel...

Em 2003, estive no Arcebispado de Bolonha, na Itália, procurando algo sobre bolonhes Antonio Giuseppe Landi. Disse o que queria e me levaram para uma sala com algumas mesas e cadeiras e umas três pessoas consultando livros... Entrei com as mãos abanando pois tive que deixar bolsa  e pacotes num armário.  

Sentei em frente a uma mesa e logo chegou alguém com um livro/caderno enorme de cerca um metro de comprimento e uns 15cm de altura... Ali era escrito a mão tudo o que acontecia na cidade: quem nascia, quem morria, quando mudavam de casa, ou enviuvavam e até que os empregados da família Landi mudavam com frequência, diversamente de outras famílias onde nasciam e morriam, ali mesmo.

De repente, leio que na casa da família Landi tinha nascido um rebento a quem deram o nome de Antonio Giuseppe Landi. Dei um grito...os presentes se voltaram com os olhos arregalados. Naquele lugar o silencio era de tumba... Pedimos para fotografar aquela pagina, mas eles levaram o livro e trouxeram a foto... Tinham um gabinete  só para isso.

Hoje, não precisei pedir ajuda, fotografei algumas páginas, capas e mapas que achei interessante... pena que, por culpa minha ou do celular, as mais interessantes não saíram muito bem, mas só notei em casa. Quem sabe a emoção, também, teve parte da culpa.

Queria passar mais tempo olhando títulos de livros e abrindo alguns mais, mas o principal, aquele livro, praticamente da idade do Brasil, tinha olhado bem. A visita vale até so por causa dele e seus mapas xilogravados e um outro mapa com as linguas indigenas feito por, nada mais nada menos de Curt Nimuendajú.

A versão original desse mapa, que mede quatro metros quadrados, está enrolada, pois é muito delicada, mas sua digitalização é parte do projeto Plataforma Interativa de Dados Geo-históricos, Bibliográficos e Linguístico-Culturais da Diversidade Linguística no Brasil, realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e pelo Iphan.

Queria ver o italiano que usavam, era dialeto de  onde? Naquela época a Italia não existia ainda e falavam bem uns 8 mil dialetos na peninsula italica. Não me parecia latim. Acho que eu vou voltar la,  so para ver isso...

  Sai de lá feliz por saber que temos algo desse nível, e ao mesmo tempo triste, por descobrir que é pouco frequentada... Quanta coisa interessante descobririam lendo aqueles originais, ou olhando os mapas.

Vou dar de presente três livros para eles, pois  acho que estarão melhor lá, do que na minha casa...

Obrigada a todos por cuidar desses tesouros.... principalmente a Berenice, que me acompanhou nessa visita, desvendando os segredos dos livros e dos mapas.  Valeu, viu?