sábado, 19 de novembro de 2022

QUE FIM LEVARAM AS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS?

 

Saramago não cansou de repetir que ”jamais deveríamos escrever sobre o que não houvéssemos visto, ali, de corpo presente, no vis a vis”. 

Pois é: programar de corpo presente, também seria o caso.  Após ler isso, paramos para pensar e nos perguntamos: “como planejar sem conhecer os problemas”, sem se confrontar, ao menos, com os cidadãos das áreas que precisam de atenção...???

Transferindo esse conselho para quem governa Belém, pensamos que, esse seja o motivo do abandono da Cidade Velha: dos prédios, praças e calçadas, principalmente. Quem a conhece de corpo presente, além de moradores e trabalhadores, são aqueles que comparecem nos fins de semana, e acabam estacionando no meio de praças ou calçadas de liós. Desse jeito, sem nem conhecer o que tem por ali durante o dia, acabam propondo a substituição das lojas que fornecem os produtos consumidos pelos ribeirinhos, por atividades como bares e afins, sem previsão de vagas para estacionamento...

 Os programadores das atividades econômicas na área tombada, ignoram a realidade do comércio local e os interesses das pessoas que oferecem, e daquelas que  consomem os produtos e serviços, e acabam propondo absurdos que ganham o apoio de quem tem interesse apenas em diversões ou em ganhar dinheiro. Ignoram qualquer tipo de defesa ou salvaguarda da área tombada, com desculpas de dar trabalho, o que de fato fazem, sem tantas carteiras de trabalho assinadas, porém.

Para começar, temos certeza que se os moradores da área tombada, se consultados,  teriam escolhido o conserto das calçadas por onde nem sempre conseguem passar, em vez de qualquer outro calçadão.

Quando passamos a luta contra a poluição sonora, o problema piora. É preciso estar presente para sentir na própria pele como treme e vibra tudo, mesmo com apenas os 50 decibéis previstos nas normas nacionais... E aqui, o nível nacional, aumentado por lei local, chega aos 70dcb.... mas quando começa o período do Círio, superam os cem decibéis, com a conivência de todos, incluindo os religiosos e intelectuais que deveriam defender a preservação de igrejas e prédios históricos e tombados. 

Para quem governa, o problema poderia ser resolvido se tivessem em consonância  com a cidadania e com o convívio social harmônico... e não somente com quem lhe apoia. É uma postura baseada na superficialidade, e perigosa. E nos vem em mente os ônibus cheios de correligionários de prefeitos por ocasião de audiências públicas convocadas por eles. Em tais ocasiões, o público não podia se expressar porque os "correligionários", gritavam, vaiavam, assobiavam; enfim, impediam desse modo que a oposição se manifestasse. Assim educavam a juventude.

Hoje não temos mais esse problema. Não convocam mais as ”audiências  públicas” tão necessárias para uma gestão democrática. As decisões caem sobre a cabeça dos cidadãos, não como propostas a serem discutidas, mas como projetos, em alguns casos até já publicados no Diário Oficial.

... E as entidades públicas que deveriam controlar “a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” o que fazem para evitar que as leis em vigor sejam desobedecidas?


terça-feira, 8 de novembro de 2022

NOMES DE RUAS E PRAÇAS

 

Mais uma vez voltamos ao problema relativo a denominação de uma Avenida, a 16 de Novembro, onde ela começa,  e de duas praças...Amazonas.

Cheguei para morar na Av. 16 de Novembro, la pelo fim dos anos 40 do século XX. Naquele período estavam mudando o nome da rua que passava em frente a praça Felipe Patroni e do lado do Palacete Azul, ou, hoje, sede da Prefeitura em fase de renovação/restruturação. Ela passou a chamar-se Desembargador Ignacio Guilhon.

Essa rua era bem pequena, pois constituída de apenas dois quarteirões, com no meio o fim ou inicio da rua Manuel Barata... O Desembargador, em vez, morava exatamente na ultima casa da Av. 16 de Novembro, bem no canto da Praça Amazonas.

Engraçado é que ambos esses endereços são confusos na mente das pessoas....e de quem faz leis. Para denominar o nome das ruas, encontrei bem três leis... e ai se cria uma confusão enorme quanto ao inicio da Av. 16 de Novembro. Reparem nessa foto as placas no inicio dela, poucos anos atras... tem os dois nomes: um absurdo, não é?

Nesta outra foto sempre de 2018, em vez, a 16 de Novembro começa no canto da Manoel Barata. 

Em data 02 de agosto de 2018 escrevemos no nosso blog: https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2018/08/prefeituracade-voce.html

 “Esse nome de rua é um grande problema para a nossa Prefeitura. Vamos ajudar, então, dando um esclarecimento à eles. Depois da Avenida Portugal, vem a Desembargador Ignácio Guilhon que é constituída de dois quarteirões: um até a Manoel Barata e o outro até a João Diogo. A partir dai, onde acaba a Pça Felipe Patroni, começa a 16 de Novembro, mesmo se tem uma lei que diz que ela começa na Tamandaré... kkkkkk, mas isso é outra confusão.

 P.S. -A origem desses problemas nasce com a Lei Ordinária N.º 7806 de  30 DE JULHO DE 1996 a qual tinha o fim de  Delimitar as áreas que compõem os Bairros de Belém e dá outras providências.

 É próprio com esta lei que, não se sabe por que cargas d’agua, a Av. 16 de Novembro mudou de nome....Mudou de nome de um lado da rua, aquele da Cidade Velha, porque do outro lado, no Bairro da Campina, o nome parece ser o de sempre.  

Segundo essa lei, no  Bairro da Cidade Velha, da Manuel Barata até a Alte. Tamandaré, a Av. 16 de Novembro passou a se chamar Desembargador Ignácio Guilhon. 

 Um outro erro, porém, é acrescentado ao descrever o bairro da Campina,  pois faz  começar na Sen. Manoel Barata, essa mesma  rua de nome Des. Ignácio Guilhon, que em vez  resultava iniciar  na Av. Portugal.

 Hoje, depois de toda essa confusão, uma pergunta: afinal a  16 começa na  Av. Portugal, na Manoel Barata,  na João Diogo ou na Tamandaré?”

Não sabemos se esse problema foi resolvido, mas tem outro, próprio onde ficava a  casa do Desembargador, no canto da praça... Amazonas. De fato a Av. 16 de Novembro acabava onde estavam duas praças, conhecidas como Praça Amazonas, por quem morava la.


 Minha família  morou até o inicio dos anos 70 na casa em cima da mercearia que ficava do outro lado da rua da casa do Desembargador. Eu na frente de uma das praça e meu endereço era Pça Amazonas n. 11 e ele na frente da outra praça, a do lado do presidio, mas a entrada da sua casa era pela 16 de novembro.



 Este dias, visitando o site da biblioteca virtual do IBGE, encontrei uma foto das casas ainda existentes na Praça Amazonas e explicavam que antes se chamava Largo de S.José, a causa do presidio. Eu em vez pensava que esse nome era da outra praça, aquela em frente a casa do desembargador...como escrito na foto acima. 


(Na nossa opinião, a rua dessas casas é que deveria chamar-se Cleide Morais, porque levam ao local onde ela cantava, e não a praça do lado de la...)

 Acontece que agora a praça onde eu morei tem um busto (não original) de Oswaldo Cruz, que não existia enquanto morei ali. A outra praça, em vez,  agora se chama Cleide Morais...e dizem que substituiu o antigo nome de Praça Amazonas.


... e durma-se com um barulho desse, diria minha avó. Quem conhece a verdade a respeito??? Qual das duas praças era a Praça Amazonas, ou é ainda?