sexta-feira, 23 de outubro de 2020
OS BALIZADORES ESTÃO CHEGANDO, FINALMENTE.
2012 E NOSSA CAMPANHA ELEITORAL
É O CASO DE RECORDAR O QUE DISSEMOS AOS CANDIDATOS EM 2012 quando algumas pessoas começaram a correr e ocupar a Orla da Cidade Velha.
Naquele tempo, como agora, muitos ignoram o serviço que o primeiro bairro de Belém faz aos ribeirinhos...
Vamos relembrar, porque pouco mudou.
Nota-se, ultimamente, uma particular
atenção dos ‘festeiros’ pelo uso indiscriminado de áreas tombadas como sede de
locais ligados ao setor do “divertimentificio”.
Os clientes desse tipo de comércio da
Cidade Velha, não são os belemenses, mas são, principalmente, os ribeirinhos os
quais, muitos deles, votam em Belém.
Ilhas do Município de Belém
CANDIDATOS A PREFEITO: PENSEM NISSO.
PS: HOJE, NA ÁREA AO REDOR DA ANTIGA CATA E DO PORTAL DA AMAZONIA, TALVEZ FOSSE MELHOR PENSAR NUM "PRONTO SOCORRO" POIS OS EXISTENTES ESTÃO MUITO LONGE DE ONDE ANCORAM/ATRACAM OS RIBEIRINHOS.
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
A PREFEITURA E O PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Senhores Candidatos, segue a
relação de alguns bens tombados pela Prefeitura, para que notem o que está
abandonado.
1 – Centro Histórico de Belém
2 - Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves;
3 - Solar do Barão do Guamá (Sede da CODEM na
Av. Nazaré, 708);
4 - Usina de Cremação de Lixo;
5 – Palacete Bolonha;
6 - Escola Municipal Benvinda de França
Messias;
7 - Horto Municipal (Chalé da Praça Milton
Trindade);
8 - Mercado de S. Braz;
9 – Cemitério N. S. da Soledade;
10 – Biblioteca Municipal Avertano Rocha
(Chalé Tavares Cardoso);
11 – FCAP (atual UFRA);
12 - Palacete Faciola (Chácara Bem Bom na Av.
Alm. Barroso).
Como bem se pode notar, mais da metade dos prédios e locais acima
citados, estão precisando da V. Atenção.
- O Centro Histórico, foi tombado pela Prefeitura e os dados se encontram no anexo VII da Lei N.
7.709/94, de 18 de maio de 1994. Nesse Centro Histórico encontramos muitos prédios antigos em situação de
abandono.
Lemos porém em agosto 2020 esta nota https://redepara.com.br/Noticia/215312/protecao-do-patrimonio-historico-e-prioridade-em-belem, onde dizem que: Obras -
Ainda em 2019, a Fumbel, em parceria com a Seurb, realizou mais de dez obras de
reparo ou restauro em espaços de interesse à preservação. As intervenções foram
no Palácio Antônio Lemos; Palacete Bolonha; Solar Barão do Guamá; Solar da
Beira; Horto Municipal; praças Batista Campos, das Mercês, do Carmo, do
Relógio, Dom Pedro II, Waldemar Henrique, Isa Cunha, Eduardo Angelim, Dalcídio
Jurandir e arena cultural da praça Benedito Monteiro; rua Conselheiro João Alfredo; calçada da avenida
Portugal; Memorial dos Povos; Mercado de Mosqueiro; e caramanchão da praça da
República.
Sugerimos aos cidadãos , eleitores
e candidatos, a irem verificar se isso é verdade.
Infelizmente, a Pandemia, fechou em casa muitos cidadãos que há meses
não andam pela cidade, assim não tiveram oportunidade de ver se tal informação
é verdadeira. Pois não é.
1-
Alguns dos locais citados tiveram sua
requalificação iniciada em março de 2020, e falo das quatro praças que estavam
na relação do PAC das Cidades Históricas e até hoje não foram abertas ao público.
2-
Os “consertos” iniciados antes de 2020, não temos conhecimento se já foram entregues a
cidadania.
3-
Outros, é bem capaz de nem terem sido iniciados...
É bom que os candidatos a Prefeito e Vereadores, procurem saber a verdade para não se surpreenderem ao tomarem posse, depois das eleições, da verdadeira situação do nosso patrimônio situado no Centro Histórico tombado pela Prefeitura.
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
CADÊ OS BANCOS DA PRAÇA DO RELÓGIO???
Nos últimos anos, o calor em Belém aumentou e ver aquele
relógio bonito num espaço deserto na beira do rio, chamou a atenção de alguns
amigos, mais atentos ao nosso patrimônio. A requalificação da Praça do Relógio, ou, na verdade Siqueira Campos, sem
bancos nem árvores de nenhum tipo, provocou uma pequena discussão.
Caso se tratasse de um restauro, as calçadas teriam que ser refeitas com um dos desenhos que já tiveram; os bancos serem repostos, como em passado, e... algumas plantinhas maiores do que aquelas que a ornarão, como se fosse uma cerca viva, poderiam dar vida aqueles triângulos vazios.
A falta de bancos, porém, chegou a ofender alguns cidadãos visto que ali o movimento, principalmente de ribeirinhos é constante: por que não recolocaram os bancos? Foi a primeira pergunta que se fizeram ao verem a praça.
Na verdade não estamos acostumados a praças sem bancos e aquela visão de um deserto com um relógio chiquérrimo, parecia até um acinte, para uns, e para outros, se era uma praça, estava inacabada.
Dai recebemos uma resposta: Não, na verdade continua sendo uma Praça, as plantas irão crescer, tenha certeza, haverá uma cerca viva, como nas praças clássicas. Os bancos não foram recolocados porque, na verdade, as pessoas não sentam nessa Praça há muito tempo. Foram colocados bancos em várias reformas, mas em todas elas eles foram arrancados por vândalos, pois o lugar fica deserto a tarde, a noite e nos finais de semana. Serve apenas como marco visual. Infelizmente, para manter o espaço preservado tivemos de considerar a brutalidade e miséria de alguns frequentadores, que utilizam a estrutura de ferro dos bancos como fonte de renda.
A defesa da nossa memória histórica que levou ao tombamento, recentemente, de parte dos bairros da Cidade Velha e da Campina, foi deixado de lado e passou-se a discutir sobre a função dos bancos e a falta de arborização. De fato foi lembrado que: Se vocês pesquisarem em fotos antigas, constatarão que a Praça nunca teve árvores, muito menos frondosa. Isso tiraria a visão do relógio, as pessoas teriam dificuldade de ver a hora à distância.
O fato da praça do Relógio ter tido arvores não era tão notório a todos, vista a foto acima, mas, se retiravam os bancos que existiam originalmente, podiam aproveitar
e arboriza-la, a causa do aumento do calor em Belém. Era um pelo outro...e nova
sugestão foi dada: Se pesquisarem mais ainda verão que nem toda Praça
tem bancos. Existem as praças contemplativas,
como a do Relógio, e as praças secas, muito comuns na Europa, as quais chamamos
de Largo.
Sim é verdade, a Europa está cheia de praças que nasceram na Idade Media, para valorizar os prédios que iam nascer ao seu redor: palácios, catedrais, órgãos públicos. Nenhuma delas, até hoje tem bancos. Muitas continuam sendo, porém, lugar de encontro, de comícios, de festas, de exposições... As nossas praças, em vez, já nasceram em idade bem mais moderna, num lugar com temperaturas altas o ano inteiro... e a do Relogio, então, é do inicio do século XX, construida no local onde tinham iniciado a construção da Bolsa de Valores que porém foi suspensa com a queda do preço da borracha.
A discussão volta, no entanto, ao problema dos bancos: Se você passar por lá na madrugada, vai ver um grande rebuliço de caminhões baú e trabalhadores pesqueiros, nem tem como ficar sentado no meio daquela confusão. Outros tempos, os ribeirinhos ficam hoje na Feira do Açaí ou no Ver-o-Peso. E não pense que eu concordo com isso, porém para mudar essa realidade seria necessário uma intervenção mais ampla, não somente a requalificação de uma Praça.
Com certeza a intervenção devia ter sido bem mais ampla. Durante os trabalhos, várias vezes foram roubados os 'muros" que cercavam a praça, mesmo assim... A parte a mudança da nossa memória, o problema principal era a falta de segurança e a pobreza de quem por ali vive... mas o argumento retorna a retirada dos bancos da praça: De madrugada, quando os bancos ainda existiam várias famílias e trabalhadores ribeirinhos utilizavam os bancos para se abrigar. Qual o problema de requalificar a cidade para a população pobre usufruir dela? A área é comercial durante a noite e de dia, passam por ela trabalhadores e ribeirinhos. O problema talvez esteja na fiscalização do espaço público e na segurança... não certo tirar os bancos da praça para que a população pobre não se sente...isso é sintoma de quanto somos perversos com aqueles que usam o espaço público... e, na ilusão de querer melhorar, colocamos os problemas da exclusão para debaixo do tapete. Triste Belém
Cada um defendendo seu ponto de vista e nós com a nossa opinião: defesa do patrimônio/memória histórica
e investir em segurança, não certo modificar nossa memória e prejudicar o
cidadão pobre ou rico que seja.
Qual é a razão de um tombamento? essa é a pergunta a ser
feita quando se decide restaurar, revitalizar ou requalificar algo, prédio ou
praça que seja. O objetivo é a preservação de bens de valor histórico, cultural,
arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo
que venham a ser destruídos ou descaracterizados.
Há anos vemos ignorarem a razão de um tombamento e criarem uma nova memória, bem distante da original, ou daquela existente no momento do tombamento. Criou-se um costume: a descaracterização do patrimônio... e todos calam, consentindo assim a mudança da nossa memória. Vemos transformarem portas em janelas; mudarem as cores das casas; acrescentarem puxadinhos, e agora retiram bancos de uma praça tombada.
QUEM DEFENDE O PATRIMÔNIO, ALIÁS,
O TOMBAMENTO???
QUEM DEFENDE AS LEIS NESTA DEMOCRACIA?
domingo, 4 de outubro de 2020
5 - PARA OS CANDIDATOS...
sábado, 3 de outubro de 2020
DEFESA DO PATRIMÔNIO OU...
...quem sabe, ambições ou ego de alguem???
Belém, relativamente ao Patrimônio Histórico, é, praticamente dividida entre a União, representada pelo IPHAN; o Estado, pela SECULT, e o Municipio pela FUMBEL.
O primeiro ato de tombamento em Belém é de 1940, feito pelo atual IPHAN, assim identificado:
135-T-38 1. Coleção Arqueológica e Etnográfica do Museu Emílio Goeldi - Belém-PA 30/05/1940
No ano seguinte nossas igrejas mais antigas foram lhe fazer companhia:
234-T-40 2. Igreja Catedral de Nossa Senhora da Graça (Igreja da Sé)-Belém-PA 03/01/1941
236-T-40 3. Igreja e Convento de N. Sra do Carmo e Capela da Ordem Terceira do Carmo- Belém-PA 03/01/1941
388-T-44 4. Igreja e Convento de Nossa Senhora das Mercês Belém-PA 03/01/1941
235-T-40 5. Igreja de Santo Alexandre e Palácio Arquiepiscopal (Colégio dos Jesuítas)- Belém-PA 03/01/1941
237-T-40 6. Igreja de São João Batista- Belém-PA 03/01/1941
Iniciava desse modo a defesa/salvaguarda/proteção da nossa memória histórica. Os principais prédios da cidade começaram a serem reconhecidos como parte da nossa história. (http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2010/11/relacao-de-bens-culturais-tombados-pelo.html )
Em maio de 2012 é o IPHAN que reconhece o nucleo inicial da história de Belém, "O Diário Oficial da União publica nesta quinta portaria do Ministério da Cultura que homologa o tombamento do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos bairros da Cidade Velha e Campina, no centro histórico de Belém. A área tombada forma o núcleo de povoamento inicial da cidade, capital do Pará."
(http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/05/homologacao-do-tombamento-da-cidade.html
Se completava em tal modo o reconhecimento a nivel nacional das origens de Belém.
Porém, se formos olhar os bens tombados em Belém pelos três órgãos citados, sentiremos falta de alguns prédios que jazem no abandono mais total... coisa que acontece, inclusive, seja com aqueles tombados singularmente seja com aqueles tombados em bloco.
Um
exemplo que assustou todos: a casa situada na chamada praça
“Ferro de Engomar” com seus azulejos de Boulanger, vandalizados. Outros casarões, fora do Centro Historico,
foram tombados singularmente, quando já estavam imprestáveis. Um deles foi o
Teatro S. Cristovão, em frente a antiga Casa dos Governadores, hoje
Secult. Ambos são exemplos da situação de
abandono, mesmo se tombados singularmente.
Enfim, dentro ou fora do Centro Histórico, tombado singularmente ou em bloco, o fato é que o abandono é visível e o desinteresse é maior. Se levarmos em consideração a área tombada pelo IPHAN, temos alguns prédios que a UFPa se preocupou em salvaguarda-los, comprando-os a preços irrisórios, dizem as “más linguas”. O casario da Alameda do Castelo e a Capela Pombo, são dois deles.
Foto de reinaldosilvajr no istgram
Tal ação foi feita com tanto de promessa de recupera-los,
mas...isso não aconteceu até agora apesar das solicitações do IPHAN. O interesse pela preservação parece ter acabado no momento
da aquisição, pois até agora nada aconteceu em ambos os casos.
A boa vontade, por uma parte, de compra-lo e de outra
de tomba-lo, não está dando resultado. Os prédios, que incluem a ocupação do antigo Convento dos Mercedários, autorizada
pela Secretaria do Patrimônio da União, por parte da UFPa, continuam sem algum cuidado, ao menos aparentemente.
Os nossos espaços da memória se encontram, inclusive, nesses prédios. A preservação do patrimônio edificado conduz a leitura de um periodo da nossa história que não volta mais, mas que pode emergir do imaginário... Comprar prédios antigos e deixa-los ao léo, que sentido tem?
A Capela Pombo é um triste exemplo, visto que seus traços Landianos evocam um neoclassisimo nascente, numa Amazonia ainda desconhecida e que não conseguimos, hoje, demonstrar seu valor ao mundo..