sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Quando usar V. Ex.ª ou V. S.ª


Para ser vereador, deputado ou senador, não precisa ter qualquer titulo de estudo, entre os tradicionais. Nas fileiras das instituições onde eles estão, os  Master, PHD e Pos Doutor, de fato e com certeza, são bem poucos.

Normalmente se diz que, em media, no nosso dia-a-dia usamos cerca de 200 a 300 palavras existentes nos dicionários, mas devemos acrescentar que,  mesmo se poucas, ainda as usamos de modo errado. Seja com ou sem titulos altissonantes, vemos que a nossa lingua está... em decadência. Os anglicismos estão encabeçando essa mudança, enquanto a riqueza da nossa lingua é deixada de lado.

Dias atras, nesta nota https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2023/09/cedico.html , falamos da palavra “cediço” bastante desconhecida e de outras usadas em leis, mas totalmente ignoradas na hora do trabalho. Nota-se que essa superficialidade acontece, não somente por falta de leitura, de estudo, mas principalmente por falta de.. correção.

Estes dias, ouvindo os discursos feitos em vários órgãos situados em Brasilia, o V. Excia. abundava... então, quando usar o Vossa Senhoria? Alguns devem saber que o Vossa Eminência, é usado no ambito religioso, para bem poucos titulados porém, e de fato bem pouco citado em discursos naquelas sedes.

 Sem querer colmar o argumento, mas para dar uma ideia do uso dessas formas de tratamento, vamos ver quando usa-las. Segundo o que encontramos no novo “pai dos burros” (computador), V. Excia se usa para:

-  Presidente/a da Republica e vice; Ministro/a;  vereador/a, governador/a e vice; prefeito/a e vice;  deputado/a; senador/a; Secretario/a de Estado e Municipal;

- Secretario/a Geral da Presidencia da Republica; Consultor/a Geral da Republica; Secretario/a nacional ou executivo do Ministerio;

-  Presidente/a orgão judiciario; Ministro/a tribunais (STF, STJ, TST, TSE, STM); Presidente/a e membros do Tribunal de Constas; Desmbargador/a;. Juiz/a;

- Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e das tres Armas, além do Chefe de Gabinete Militar da Presidencia da Republica; oficial General das Forças Armadas;

- Advogado/a geral; Procurador/a geral;

- Reitor/a de Universidade;  Embaixador/a.


 Relativamente ao uso de V. Senhoria, temos:

- Procurador/a e Defensor/a Público; Ouvidor/a

- Consul/eza e Adido Cutural;

- Militares até a patente de Coronel;

- Presidente/a, Diretor/a de empresas.

 

Para a parte religiosa são usados quatro termos diferentes, ou seja:

- Vossa Santidade – Papa e Dalai Lama;

- Vossa Eminência – Cardeal;

- Vossa Reverendissima – Arcebispo e Bispo da igreja Catolica e

- Vossa Senhoria - Demais autoridades religiosas.

 

Não totalizamos os casos, com certeza, mas demos uma ideia de onde usar tais formas de tratamento... na nossa lingua e nesses órgãos, principalmente.

Fora desse ambito, temos, infelizmente, que conviver com pesquisas de campo onde o argumento e as palavras usadas se chocam, não somente desvirtuando o argumento, mas complicando as respostas e o resultado. Outra desilusão, neste caso, pensar que são pessoas "formadas" a fazer  as perguntas.



segunda-feira, 18 de setembro de 2023

FALA... A CÁPSULA DE CAFÉ

 

Vários, e direi até infinitas, são as pequenas coisas que fazemos sem pensar e os vários atos que, também, nos levam a ajudar a aumentar a poluição no globo terrestre.

Tanto para começar damos um exemplo: para diminuir a despesa de luz colocamos placas solares, mas depois instalamos centrais de ar condicionado... Isso ajuda a diminuir o  calor a casa sua, mas, será que diminui o problema da poluição no meio ambiente. 

Pelo que se lê por ai, a  conversão da energia elétrica em energia térmica, inclui diversas perdas na eficiência dos aparelhos... Além disso, por não ser um processo eficiente, há uma grande demanda de energia. A publicidade a favor da instalação de placas fotovoltaicas fala de economia na conta da luz, não de luta contra a poluição... e o cidadão nem nota esse detalhe tão importante.

Dando um salto nos exemplos, passamos a outro pequeno detalhe na nossa vida. Como produtores, exportadores e bebedores de café, a medida que a nossa condição de vida melhora, enchemos nossa casa de aparelhos modernos, o que inclui uma maquina de café elétrica...aquelas que usam capsulas de vários sabores.

O povo italiano é um grande bebedor de café e para elucidar o problema da poluição, resolveu faze-lo através da fala  de uma “cápsula de café”...e por achar útil a compreensão do problema, resolvi traduzir para quem não entende bem essa língua.

DE Giovanni De Maso - 10 de Setembro às 04:43  ·

SER IDIOTA, EIS A PROVA.

Sou uma capsula de alumino com dentro 4 gramas de café,  a 0,40 euro, que equivale a 100 Euro o kg..

Por uma tonelada de alumínio se  produz quatro toneladas de resíduos sob  a  forma de arsênico, titânio, cromo, chumbo, vanádio, mercúrio.  Substancias essas que vão poluir o ambiente.

Graças  a uma produção de uma tonelada de café por  semana, sou a rainha do mercado! O café que uso é aquele que custa menos.

Quando os pós tradicionais são torrados a 200/220° em 20 minutos para mim, em vez, a  torrefação è a 1000°C por 90 segundos.  Até isso para economizar...

Porém o meu café é espumoso e bom... Simplesmente porque não contenho somente café mas também um pouco de gordura animal e aditivos top secret. E não esquecer a energia elétrica que usam...

 Atenção, porém, te ofereço não somente a cafeína, mas também o “furano”  que engoles com prazer.

O furano é uma substancia orgânica (produto intermédio utilizado na indústria química como solvente para as  Resinas durante a produção de lacche e como aglomerantes na fundição). É volátil, lipófilo e CANCEROGENO para o fígado.

Está satisfeito...!!!

(texto  do “Mouvement pour la Terre”, traduzido e  reelaborado)

Parem de usar capsulas de alumínio e voltem ao modo tradicional que não polui e faz bem a sua saúde.  Além do mais o resíduo do café pode ser usado nos campos cultivados,  como adubo.

 ....

 Não seria o caso de parar para pensar que, ao crescer distraidamente, quantos danos acabamos produzindo, nós mesmos, ao meio ambiente???

 Seria o caso de levar em consideração isso também nas propostas que estão fazendo relativamente a COP 30.

Quantos desses  "usos", que incluem o do automovel, em vez do transporte público,  estamos dipostos, concreta e seriamente a renunciar???


PS: a foto faz parte do artigo em italiano.


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

CEDIÇO...

 

Você sabe o que quer dizer a palavra “cediço”? É algo em estado de putrefação; apodrecido, deteriorado, podre. No sentido figurado em vez é algo que se transformou em hábito; comum, corriqueiro, usual, ou, também,  que está em desuso; que já não se usa; ultrapassado: pensamento cediço.

No nosso dia-a-dia vemos isso acontecer no momento de “enfrentar” uma lei.  O  Código de Postura, por exemplo, é considerado um documento “cediço” pelas secretarias municipais. O fato de ignora-lo, de não usa-lo, se transformou num hábito cediço, como se essa lei tivesse ultrapassada.

As leis podem ser modificadas. Se o Código tem artigos que prejudicam a vida dos cidadãos, eles devem e podem ser  modificados, mas ignorá-los, principalmente quando trata de convivência civil, é desrespeitar uma lei que rege o  bem viver das pessoas...E SANÇÕES deveriam ser aplicadas.

“Calçada é para pedestres”, principalmente se tem menos  de 1,20m. de largura, em vez, temos cidadãos que adoram ocupar irregularmente e ilegalmente o espaço destinado aos pedestres, sem pensar nos que tem dificuldade ou impossibilidade de mobilidade... O triste, aqui, é que essa situação corriqueiramente é autorizada pelas entidades públicas responsáveis, ignorando e violando todas a normas em vigor... (sem falar de quando usam como estacionamento de viaturas...)

Cediço”, neste caso é também a falta de  aplicação das normas relativas a improbidade administrativa... De fato, o mandamento inserto no art. 216, § 4º. da Constituição Federal, estabelece que os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

Relativamente aos danos ao patrimônio histórico provocados pela poluição sonora, por exemplo, dito artigo dialoga com o art. 225. § 3º da CF/88, que dispõe que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Raramente vemos isso acontecer, mesmo se trata de cometimento de ato de improbidade administrativa, passível de graves sanções nos termos da Lei 8.429/92, que exige dos agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia estrita observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos (art. 4º). 

A lei de improbidade administrativa, cediça ela também, alcançaria, inclusive, os integrantes de órgãos colegiados que exercem função não remunerada, a exemplo dos representantes em conselhos municipais de patrimônio cultural..., mas quantos sabem disso?

CEDIÇA também vemos ser  a convocação de audiência pública para realização da função administrativa, dentro do processo administrativo, por qualquer um dos Poderes da União, inclusive nos casos específicos que versam sobre meio ambiente, licitações e contratos administrativos, concessão e permissão de serviços ...Isso não vemos mais acontecer.

Muitas outras palavras estão perdendo o sentido.  Falando dessas palavras praticamente “cediças”, temos, sempre, relativamente ao nosso patrimônio:

salvaguardar, que pode ser traduzido por sinônimos, tais como: defender, proteger, salvar, livrar, resguardar, preservar, manter, conservar, tutelar..., mas nunca como “embelezar”. 

O mesmo diga-se de: - proteger que pode ser: amparar, auxiliar, defender, guardar, resguardar, tutelar, tutorar, preferir, acudir ..., mas "embelezar" não é seu sinônimo.

Você pode decidir "embelezar" um prédio na área tombada, respeitando essas palavras? Parece que não, né? 

- Para Salvaguardar nossa memória histórica você não pode nem mudar a cor das casas do entorno. 

- Para Defender nossa memória, nem um grafite pode ser feito em seus muros.

- Proteger nossa memória HISTÓRICA é manter, AO MENOS OS PRÉDIOS como eram antes, visando manter as características estilísticas predominantes da paisagem urbana...

Então, bastaria conhecer o sentido das palavras para evitar o que dizem aqueles que não conhecem bem o idioma português: não é necessária mais uma lei para dizer que não se pode mudar a cor das casas, nem pintá-las como se fosse um quadro... porque, assim, se estaria repetindo aquilo que  leis, ja existentes, pretendem. 

Numa área tombada até casas sem interesse histórico devem seguir certas indicações. Questão de entorno e âmbito... outras duas palavras já consideradas “cediças” por gente dessa área.

Outras palavras que, distraidamente, esquecem ou confundem quando se fala de patrimônio é o sentido de “proprietário” e “herdeiro”. Ao fazer determinadas propostas para prédios abandonados, seria oportuno, sempre lembrar do significado, importante que elas tem: morto não assina documento.

Enquanto o “herdeiro”, não tiver seu nome escrito no lugar de “proprietário” ele não é dono de nada... Assim sendo, não pode obter financiamentos para “salvaguardar, defender ou proteger”  sua herança. Por que insistir com sugestões, sem propor algo para resolver, antes, o problema da passagem dessa propriedade? 

A  atenção ao sentido das palavras, principalmente aquelas usadas em leis, nem sempre é falta de estudos, mas de experiência, com certeza. 


DULCE ROSA DE BACELAR ROCQUE

Economista com especialização em Economia Politica, Direito Público e Programação Economica do Territorio.