sábado, 23 de fevereiro de 2013

EXEMPLO QUE VEM DE PISTOIA (Italia)

SERÁ QUE OS NOSSOS ESTUDANTES SABEM ALGO SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL? E SOBRE OS PAISES QUE PARTICIPARAM?

Em Pistoia vão incentivar o conhecimento de outras culturas, começando pelo Brasil e a  Segunda Guerra Mundial.

Duas palestras sobre a história do Brasil irão envolver as escolas de Pistoia.
No começo da próxima semana (25 e 26 de fevereiro) vai ser inaugurada a XXIV edição do projeto “Cenários do século XX,”, feito pela província de Pistoia, em colaboração com o Instituto Histórico da Resistência e da Idade Contemporânea de Pistoia, que envolve os Institutos escolares de ensino médio através de palestras, exposições documentais, seminários, conferências e cursos de estudo para professores.

Criado para promover a investigação sobre a memória e o conhecimento das outras culturas, o projeto este ano escolheu como tema a história do Brasil, com especial atenção para os eventos que ligam o país à história da Itália e de Pistoia, durante a segunda Segunda Guerra Mundial.

“A história do Brasil do seu nascimento até os anos de Getulio Vargas”" é, de fato, o título das duas palestras agendadas para esta segunda-feira, 25 de fevereiro, em Pistoia, na Aula Magna do Istituto Tecnico Comercial Pacini, com cerca de 140 alunos e para esta terça-feira, 26 de fevereiro, em Pescia, no Istituto Tecnico Comercial Marchi, com 120 alunos.

O palestrante será Giuliano Tessera, professor do ensino médio e profundo conhecedor da história do Brasil, especialmente da história da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutou ao lado dos Aliados na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, e ao longo da Linha Gótica) que lecionou em muitas partes do norte da Itália.

Haverá também Mario Pereira, diretor do Monumento Votivo Militar Brasileiro de Pistoia, o ministro da Educação da Província de Pistoia e o Presidente do Instituto Histórico da Resistência e da Idade Contemporânea, Roberto Baron
tini.

Créditos: La Voce Di Pistoia
Tradução: Giulia Baglini

domingo, 17 de fevereiro de 2013

PERIGO NO ARQUIVO PÚBLICO


Prédio está em péssimas condições. já os documentos, bem guardados.

O Arquivo Público do Estado do Pará (Apep) não recebe mais documentos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário desde a década de 80. Isso porque os mil metros lineares do prédio, que completa 112 anos no dia 16 de abril deste ano, não são mais suficientes para os mais de quatro milhões de documentos (número estimado, pois ninguém sabe ao certo). Após várias gestões que nunca priorizaram obras de restauro, o local acumulou problemas elétricos, hidráulicos e estéticos. Em caso de incêndio, as medidas de segurança praticamente não existem, começando pela pequena quantidade de extintores. Há curtos-circuitos constantes e infiltrações que põem em risco os 25 funcionários, visitantes (20 por dia) e o acervo. Este ano o Apep deverá se mudar para um local mais acessível que o estreito centro comercial de Belém, numa tentativa de fazer valer a lei de acesso à informação (Lei Federal 12.527/2011, em vigor desde maio do ano passado). A área do comércio é considerada pelo Corpo de Bombeiros Militares do Pará (CBM-PA) e pela Centrais Elétricas do Pará (Celpa) como uma "bomba-relógio" pelo excesso de instalações elétricas antigas e ligações clandestinas.

Pela incapacidade do Apep de receber novos documentos, é possível que vários órgãos estaduais tenham perdido incontáveis documentos pela ausência de arquivos próprios adequados e profissionais capacitados para a criação de "arquivos mortos", termo usado para o material que perdeu o valor administrativo, mas ganhou valor histórico. O Apep apenas orienta como lidar com esse material de forma consultiva. Atualmente, há entre dois e três mil pacotes de documentos avulsos (resultando em uma quantidade inestimável de papel até que todos sejam abertos), termo usado para registros de movimentações de recursos públicos, convênios e relatórios de gestão. Muitas pessoas desconhecem, mas os arquivos públicos muitas vezes são as formas físicas dos canais da transparência de cada Estado.

Desde a fachada os sinais de abandono são evidentes, mesmo que alguns exijam uma observação mais crítica. As paredes estão pichadas e a pintura descascando. Há vários detalhes em ferro já oxidados. Plantas crescem em algumas partes. Do lado de dentro, a arquitetura imponente e luxuosa advinda da Belle Époque (movimento europeu de 1871 a 1914, que quer dizer "Bela Época" em francês) é desfigurada com as infiltrações e paredes descascadas. Há fiações expostas e tocas de cupins, apesar das descupinizações quinzenais. Vigas em madeira apresentam partes podres pela umidade e tempo de uso. Os curtos-circuitos criam um gasto desnecessário com lâmpadas que, volta e meia, precisam ser trocadas.

Ainda no ano passado uma licitação seria feita para escolher uma empresa para restauro e manutenção do patrimônio histórico atrelado à Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult). O projeto estava no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com o valor de R$ 2 milhões. Porém, a licitação não saiu do papel.

Os documentos, por outro lado, estão muito bem guardados em equipamentos novos e sendo tratados com muito afinco pela diminuta equipe, que, hoje, representa menos da metade do que deveria ser. Um dos motivos para haver pouco pessoal é a escassez de mão-de-obra qualificada em todo o Brasil e, principalmente, no Pará. Faltam arquivistas e restauradores. Somente no ano passado é que a Universidade Federal do Pará (UFPA) iniciou a graduação em Arquivologia. Grande parte dos arquivos públicos do Brasil possui corpo técnico majoritariamente composto por historiadores e bibliotecários, que pinçam disciplinas afins e precisam buscar especializações. A carência foi revelada no último encontro de diretores de arquivos públicos, de 4 a 6 de dezembro de 2012, no Arquivo Nacional (RJ), do qual o atual diretor do Apep, o doutor em História Agenor Sarraf, participou.

Objetivo é que o apep se mude para o atual prédio da Funtelpa

O doutor Agenor Sarraf assumiu a diretoria do Apep em agosto do ano passado. Após um diagnóstico completo do local, chegou à conclusão de que o Arquivo precisa ir para novo endereço; mudar o organograma (um modelo novo está pronto, baseado nos do Rio de Janeiro e São Paulo); contratar mais pessoal, capacitar mão de obra ou importar profissionais. Todas as sugestões foram aprovadas em reunião com o governador Simão Jatene e pelo secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves. A ideia inicial seria que o Apep se mudasse para onde hoje funciona a sede da Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa) e a Imprensa Oficial do Estado do Pará (IOE), na avenida Almirante Barroso, uma das principais vias de Belém. O prédio antigo do Arquivo se tornaria o Museu de Imagem e do Som e teria acesso a todos os documentos do acervo digitalizados até agora. O novo museu aproveitaria os alunos do também recém-criado curso de graduação em Museologia da UFPA.

"Já tivemos a visita de arquitetos especialistas no prédio para ver quais as reformas necessárias no Apep. Já na sede da Funtelpa, precisamos de várias adaptações. E sim, pode até sair mais caro que construir um prédio do zero, o que seria o ideal, mas a dificuldade é encontrar o espaço. A expectativa é fazer essas mudanças ainda neste ano. Também precisaremos de mais computadores, cadeiras, mesas, estantes, prateleiras, armários e arquivos deslizantes", disse Sarraf.

Lançamentos - Desde 2010, o Arquivo Público do Estado do Pará (Apep) acumulou R$ 690.721,06 em convênios com a Caixa (já concluído e com contas prestadas) e com a Petrobrás (em execução e quase concluído). O dinheiro foi usado na produção de publicações internas. Numa chamada de 2010 do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mais recursos foram aprovados no total de R$ 468.728,66, com a possibilidade de aumento da rubrica para até R$ 1 milhão.

"Os projetos são basicamente de higienização, catalogação, digitalização e verbatização dos documentos. O convênio com a Caixa resultou num catálogo de documentos manuscritos do período colonial, de 1649 a 1823. Para este ano, na semana do aniversário, queremos entregar o resultado do convênio com a Petrobrás, que são dois volumes de catálogos de fontes e textos do Apep; ferramentas que podem reduzir de 70% a 80% o tempo de pesquisa necessário", comentou o historiador.

Associação dos amigos afirma que o restauro parou desde 2010

Associações e grupos voltados à preservação do patrimônio histórico do Pará fizeram um protesto em 31 de maio do ano passado, em frente ao Arquivo Público do Estado do Pará (Apep), exigindo a manutenção e restauro do prédio, construído em 1858. Na madrugada de dia 18 de maio, a diretora executiva da Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Pará (Arqpeq), Ethel Soares, informou, por redes sociais, que havia ocorrido um curto-circuito numa tomada da sala de documentação permanente. Um incêndio foi impedido após o vigia ter desligado a energia do prédio, mas o risco permanecia pela instabilidade do fornecimento de eletricidade no centro comercial de Belém. A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) garantiu que não houve tal curto-circuito e que o ocorrido foi a queima do reator de uma calha com quatro lâmpadas fluorescentes. Essas lâmpadas permanecem apagadas. O órgão reconheceu que o prédio histórico carece de reformas, pois durante o governo da petista Ana Júlia Carepa (2007 a 2011), o Apep não passou por restauro algum.

Uma das diretoras da Arqpep, Lélia Fernandes, que faz parte do Fórum de Cultura de Belém e é ex-diretora de patrimônio da Secult, destacou que, desde 1990, não há um trabalho de restauro no arquivo. Ela garantiu que na gestão dela na Secult, entre 2007 e 2010, foi feito um projeto de restauro pelo programa "Preservação da memória, identidade e diversidade cultural", colocando o Apep em prioridade. O projeto incluía modernização do arquivo com digitalização dos documentos, construção de um novo prédio e qualificação dos servidores.

"Quando saí havia um projeto pronto para o restauro, um projeto para o novo prédio que seria no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT). Infelizmente, não sei o que houve e isso não saiu. A memória documental não é prioridade para os governos", disse.

Secult nega que tenha ocorrido incêndio

Durante o episódio do princípio de incêndio, a então diretora de Patrimônio da Secult, Rosário Lima, confirmou que recebeu as denúncias na madrugada do dia 18, por redes sociais, e imediatamente acionou o diretor geral do Apep. O diretor desconhecia a situação, mas mandou um eletricista verificar imediatamente. O eletricista constatou que não se tratava de uma tomada queimada, mas sim do reator de uma calha de lâmpadas fluorescentes. Com a queima, o disjuntor de proteção desligou o circuito e depois foi religado pelo profissional após a remoção do reator. "Não houve esse curto-circuito que foi denunciado e nem há razão para alarde. Não há marcas de incêndio, nem sequer um chamuscado. Mas isso foi como ‘a gota d’água’ para motivar esse protesto", afirmou.

As informações foram sustentadas em laudo técnico assinado por Luís Chaves, supervisor de manutenção da empresa Araújo Abreu, que foi licitada em 2008, pela Secult, para restauro de vários prédios históricos, mas que não incluía o Apep no contrato. A visita no local foi feita na segunda-feira seguinte, 21. A queima da calha teria sido no final da tarde do dia 17. O laudo apontava que o caso de queima de um reator é facilmente verificado com odor característico.

"A ex-diretora de Patrimônio da Secult se manifestou no protesto pedindo providências para a manutenção do arquivo, mas não disse por que nada foi feito na gestão dela para cuidar do prédio, que passou quatro anos sem manutenção. Na licitação que procurava uma empresa para restauro e manutenção de prédios históricos, o Apep não estava incluído no contrato", declarou a diretora.

O historiador e diretor do Apep, Agenor Sarraf, disse que "há males que vêm para bem, já que após o protesto o Arquivo voltou a ser olhado pelo governo. É um problema histórico e em nível nacional de não se cuidar dos arquivos públicos, não importa a gestão ou partido político", concluiu.

Amazônia Jornal
Edição de 17/02/2013
Por Victor Furtado
Via: http://migre.me/dhZfv

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

ESTA É UMA DAS LEIS DESAPLICADAS...

Voce sabia da existência desta LEI N.º 7.917, de 08 de outubro de 1998 a qual Dispõe sobre a criação do Programa "Cidade Limpa Povo Sadio", e dá outras providências.

A CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, estatui a seguinte Lei:

Art. 1º. Fica criado o programa "Cidade Limpa, Povo Sadio" no Município de Belém.

Art. 2º. O programa "Cidade Limpa, Povo Sadio" tem por objetivo disciplinar a população em geral quanto a necessidade da proibição de jogar lixo nas vias públicas, praças, jardins, passeios, canais, valas, bueiros, lagos, rios, terrenos baldios, córregos e terrenos não edificados de propriedade pública ou privada.

Parágrafo Único. É considerado lixo:

a) invólucros, cascas, ciscos, embalagens, lixo público de qualquer natureza, lixo domiciliar e madeiras em geral não aproveitáveis;

b) papéis, panfletos, folhetos, comunicados, avisos, anúncios e impressos de qualquer natureza que sujem a cidade;

c) derramar óleo, gordura, graxa, tinta, lata de cal, cimento ou similares nos passeios e no leito das vias públicas;

d) obstruir com material ou resíduos de qualquer natureza as caixas públicas receptoras sarjetas, valas ou outras passagens de água pluviais, bem como reduzir sua vazão por meio de tubulações, pontilhões ou outros dispositivos.

Art. 3º. Fica a Prefeitura Municipal de Belém responsável pela implementação e fiscalização da presente Lei.

§ 1º A Prefeitura Municipal de Belém definirá os locais apropriados para a colocação de lixeiras, que deverão ser distribuídas pelas vias, praças e demais logradouros públicos de fácil acesso à população.

§ 2º A Prefeitura Municipal de Belém, após a publicação da presente Lei, realizará campanhas educativas e de conscientização da população sobre o programa "Cidade Limpa, Povo Sadio".

Art. 4º. O Executivo Municipal regulamentará a presente Lei, no prazo de sessenta dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 5º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, 08 de Outubro de 1998.

Vereador JOSÉ CARLOS ARAÚJO
Presidente 

                                    SERÁ QUE FOI REGULAMENTADA?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

UMA RARA EXCEÇÃO

Ano passado fui convidada para a inauguração de um restaurante na Boulevard Castilho França.
Relativamente ao nosso Patrimonio Histórico, o que vi ali era uma exceção a regra geral. Enquanto casarões eram incendiados ou descaracterizados e azulejos eram roubados, alguém recuperava sem ajuda de financiamento público um pedaço da nossa história.
Nestes tempos sombrios para o nosso patrimônio, é o caso de lembrar esse exemplo.
Encantada,  fiz esse discurso na sua inauguração:

POINT DO AÇAI: apenas em lugares de memória como aquele onde Nazareno e Cia instalaram seu novo restaurante, o sentimento de continuidade com o nosso passado reaparece.

Entrando naquele imóvel restaurado de novo, me vieram em mente lembranças quase apagadas: os assoalhos de pau amarelo e acapu, que não vemos mais; as casas de pé direito, o duplo daquilo que vemos hoje; as escadas de madeira com corrimão trabalhado, enfim, coisas que saíram de moda e foram, praticamente, anuladas da nossa vista.
Um estudioso disse que “a memória se enraíza no concreto, no espaço, no gesto, na imagem, no objeto” (Nora, 1993: 9). Pois bem: a re-apropriação deste patrimônio vem reforçar isso e servir de resistência aquela globalização que está diminuindo espaços e paisagens significativos da nossa memória.
Enquanto muitos destroem, ou abandonam o que sobrou do nosso patrimônio arquitetônico, chega uma pessoa simples e decide restaurar e colocar a disposição de todos, um 'item'  da nossa história. Um casarão de tres andares, com vista para aquele rio que esconderam por tantos anos e que desaprendemos a ver e admirar.
Para mim, a preservação de um patrimônio arquitetônico tem um fim “sublime” direi, que é a salvaguarda da memória social. Isso fez o pessoal do Point do Açai recuperando ao uso publico, aquele casarão da Castilhos França que, indiferentemente passamos na frente e nem nos dignamos a olhar. Até os banheiros foram bwem tratados: os móveis e espelhos são 'de época'.
Ainda foram mais além, porque puseram dentro disso tudo, aquilo que o paraense mais gosta, o AÇAÍ. Tiveram a ideia de “resgatar” para salões nobres como aqueles, uma comida nossa que estava relegada a cozinha ou algum outro esconderijo. De fato, é tão grande a procura por comidas estranhas, que so vemos aparecer restaurantes estrangeiros, onde o que é nosso não tem vez... e por culpa nossa!
E como se não bastasse trazer o Açaí para a sala, adicionram peixe, camarão, enfim, os produtos dos nossos rios. Aí, já que estavam com a mão na massa, aproveitaram e, depois de unir a terra e os rios através de seus produtos, colocaram a disposição de quem quisesse saboreá-los, naquele “monumento”.
Vamos parar para pensar. O nosso patrimônio arquitetônico está caindo aos pedaços; nossas comidas  estão sendo manipuladas; aumenta a oferta de restaurantes estrangeiros. Por acaso nas nossas festas de aniversário oferecemos alguma vez “açaí com peixe frito”? ou “bacaba com camarão”? ou carne seca? Pois é, gostamos tanto mas, o que é tipicamente nosso, comemos escondido.... e chega o Nazareno, lá de Rondonia e põe numa casa linda e numa mesa chic, o que acabamos comendo na cozinha de nossa casa.
Gente, ali, para tomar o nosso AÇAI não vamos ter granola, mas farinha de tapioca; aliás, vários tipos de farinha, mas oriundas da mandioca, um tubérculo que o Padre José de Anchieta, no inicio de 1500 o definiu como o “pão da terra” e que é alimento basilar, como o açaí, da cozinha típica da nossa região. Portanto, unido ao “vinho dos deuses”, vamos ter os produtos resultantes do uso da “rainha da flora local” como a chamou Von Martius, botânico alemão membro da missão bavaro-austriaca, que visitou o Brasil no século XIX.
A comida que teremos lá, portanto, é toda de origem autoctone. Já existia e era consumida pelos moradores desta terra, antes da chegada dos portugueses. Seu modo de produção, seja do açaí que da farinha, continua, em muitos lugares, a ser feito como na época da fundação de Belém. O alguidar e a peneira ainda não foram aposentados. O “tipiti”, ou seja, a prensa mais inteligente do mundo, continua a ser usada para tirar os líquidos da mandioca ralada, por exemplo. Tudo Coisa Nossa, portanto, e teriamos que nos orgulhar disso.
Vamos poder tomar o açaí com farinha, comendo postas do peixe mais famoso da região norte: o pirarucú, cujo tamanho pode chegar a tres metros e o peso até 200kg. Esse nosso “bacalhau da Amazônia”, é considerado o maior peixe de água doce; tem as escamas avermelhadas e duríssimas tanto que são utilizadas como lixa de unha. Sua carne pode ser comida fresca ou salgada e é utilizado em muitos pratos típicos da região. Um dia, sem vergonhamente, peçam o Pirarucu de Casaca. ...mas, outros produtos saborosos de nossos rios estarão presentes acompanhando o Rei Açaí: desde o tambaqui, o filhote, a pescada amarela até chegar ao camarão.
Porém, Nazareno e Cia. não pararam nos rios. Vai ter carne de gado, de búfalo também, seca, frita, cozida, assada, para todos os gostos. E depois de locupletados com coisas da nossa terra, se ainda tiver espaço, querendo, podemos até encerrar com um copo de guaraná, que, pelas suas propriedades terapêuticas é considerado uma medicina das mais preciosas que a natureza fornece; produz bem-estar geral, refresca o organismo, aumenta a resistência aos esforços seja mental que muscular, produz maior rapidez de pensamento, retarda os sintomas do cansaço, dá força ao coração, depura o sangue e desintoxica o intestino....
No final das contas, como somos paraense, ninguém vai sair de lá para uma academia pois não somos de ferro (nem paulistas), mas é bem capaz de pedirmos aos donos de atar uma rede pra gente no terceiro andar para aproveitar um pouco da brisa da Baia de Guajará.
Nazareno, tivestes uma idéia genial chamando a atenção para duas coisas importantes da nossa Memória: o nosso patrimônio arquitetônico e a nossa alimentação mais autentica.... e destes assim um exemplo aqueles da terra cujos olhos e mente estão em outras plagas.

Parabéns!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PROPOSTA À SEMEC


CARTA ABERTA À SECRETÁRIA DA SEMEC


ILMA. SRA.
Prof. Nely  Cecilia Rocha,

a Associação Cidade Velha-Cidade Viva tem, hoje, dois motivos para lhe escrever:
1 - parabeniza-la pela posse na Secretaria Municipal de Educação, onde, com certeza vai demonstrar sua capacidade;
2- aproveitar para fazer uma proposta relativamente a inclusão,  no plano de aulas dos professores das ESCOLAS MUNICIPAIS, do estudo de algumas leis, consideradas necessárias a educação dos nossos pequenos cidadãos.




A nossa experiencia na Presidência da Civviva nos dá motivos para fazer essa proposta. Estamos cansados de ver  atos incivis, seja nas portas das escolas, seja em praças públicas, paradas de onibus, calçadas, defronte de igrejas ou monumentos históricos, etc., que acontecem pela total ignorância de uma lei municipal, por parte de 
todos nós. Inclusive, pela total ausência da Guarda Municipal nas ruas, que acaba ajudando e muito, na obtenção de tais resultados.

Cada dia mais nos convencemos de ser fruto do meio que vivemos e o resultado, em Belém, é bem triste: se nota. Nossos filhos crescem vendo coisas absurdas que ficam marcadas e se transformam em exemplos a serem seguidos... e seguem. Basta pensar na quantidade de gente que urina em portas e muros nas ruas da cidade;
- nos carros estacionados nas calçadas, muitas das quais são de 'lióz' e tombadas, e que  também são exemplos de incivilidade que nossos filhos e netos estão absorvendo como coisa normal...e sabemos que não é;
- na buzina que os pais acionam nas portas das escolas para chamar seus filhos que também se transformou de ato incivil em coisa normal, pois nem as multas dão jeito nessas pessoas. E a poluição sonora que provocam é um dos resultados além do caos no transito;
- nas mesas e cadeiras que ocupam calçadas que são destinadas aos pedestres e que os levam a pensar que seja algo justo, mas, além de ser uma incivilidade, é uma infração as leis;
- no uso de praças como campo de futebol o que também não é previsto por nenhuma lei, mas o descaso os faz crescer pensando que é um direito...;
- na falta de respeito com nosso patrimônio histórico que deve aguentar poluição sonora e movimentação de veículos...;
- e os aparelhos de ar condicionado que despejam água nas calçadas? Isso também é ilegal, mas...
- etc., etc., etc.

O Código de Postura fala de tudo isso, e muito mais,  mas quem o aplica? Quem o conhece? 

Que democracia é essa que aprova leis e esquece, além de regulamentá-las, de aplicá-las?  Além do mais, é certo que, quanto mais ignoramos o desrespeito das leis da convivência urbana, mais nos tornamos coniventes com situações irregulares que, com o tempo, tornam-se hábitos e costumes, difíceis de serem combatidos e modificados.


Senhora Secretária, com a presente vimos, portanto,  pedir a sua atenção relativamente ao estudo de nossos Códigos: seja nas escolas que nos orgãos públicos. Precisamos preparar nossos filhos e netos a serem melhor do que essa população que temos hoje.

A Escola é o melhor veiculo pra obter algum resultado, principalmente se começamos desde que são pequenos. 

BELÉM, ja em 2016, poderá demonstrar ótimos resultados caso aceite esta proposta.

Em amizade e com muita esperança.

Dulce Rosa de Bacelar Rocque
Presidente Civviva