sábado, 28 de março de 2020

O COVID-19 e os sons urbanos II


ESTES ULTIMOS  DIAS, OS SONS E RUIDOS EM BELÉM, SÃO MAIS... GENTIS... menos na Praça do Carmo que, a causa de uma revitalização, so ouvimos barulho das maquinas quebrando ... pedras. 
De alguns edificios no centro histórico, porém, musicos tocam seus instrumentos nas janelas e a musica sobe e se espalha. São pequenos shows lives em várias janelas, sacadas e varandas  para o prazer e distração de quem está de quarentena. 

Tocando ou cantando, vimos isso crescer desde a praça da Sé, passando pelo Manoel  Pinto, Batista Campos e via-via. Além da diminuição do movimento de gente e de veiculos pelas ruas, temos essa novidade, que serve para desanuviar tanta angustia... 

O  amigo Antonio nos conta melhor.

O COVID-19 e os sons urbanos II 
Antonio Carlos Lobo Soares*

Com as pessoas em quarentena em casa devido ao Novo Corona Vírus (COVID-19), a cidade produz menos ruído de tráfego e nos permite perceber os sons humanos e naturais. Ao longo da última semana medi os níveis sonoros no apartamento onde moro, no 11º andar, às 8h30, para verificar se a sensação de que a cidade está mais silenciosa se traduz em menos decibéis (dB) no ambiente.

Pela primeira vez em três anos que verifico os sons que chegam à sacada, entre 65 e 75dB, obtive 56,4dB como nível sonoro equivalente, ou seja, a média acumulada durante 3 minutos de medição. Isto significa que neste período houve picos mínimos de 41,7 e máximos de 74,8 dB.

Atestei o que a ciência vem demonstrando: o motor dos ônibus é o maior responsável pela degradação sonora/produção de ruído no ambiente das cidades brasileiras. Tem engenharia ultrapassada, mas condizente com a nossa condição de país “em desenvolvimento”, onde indústria e legislação seguem em passos lentos.

A redução do tráfego em meu bairro foi compensada com o funcionamento de uma máquina de inserção de tubos sob as calçadas da Av. Conselheiro Furtado, extremamente ruidosa. Nesta semana ela operou próxima do mesmo bar que inspirou a minha primeira crônica sobre sons no ambiente urbano, em agosto de 2019, aquele que nos obriga a fechar a janela para poder dormir.

O estresse da semana veio com gritos de pavor das mulheres de casa, à noite, com a entrada de uma libélula (inseto alado pertencente à subordem anisóptera), em busca de luz acesa. Juro que pensei que o monstro "Corona" havia entrado pela janela do apartamento. Uma emoção negativa nos causou um pai no prédio a 50 metros que, sem cerimônia com os vizinhos, gritou para uma criança pequena: “cala a tua boca”. Eu e minha filha de 12 anos ficamos chocados com tanta rispidez.

No ambiente sonoro de casa o liquidificador e o secador de cabelo continuam reinando sobre os sons de limpeza de armários e faxina geral, enquanto lá fora um vendedor, nunca antes ouvido no bairro, gritava que tinha banana para vender.

O destaque da semana, do tipo “the Oscar goes to”, foi para um desconhecido que, na tarde de domingo da sacada de seu apartamento, brindou os vizinhos com um show de pop rock nacional da melhor qualidade, onde as pessoas dançavam descontraídas nas sacadas dos edifícios e soltavam gritinhos. Quem ouviu a novidade como eu, aprovou esta nova forma de comunicação nas alturas!


* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,
Tecnologista Sênior do Museu Goeldi.

quinta-feira, 26 de março de 2020

PROPOSTA DE RELEITURA


Aproveitando o tempo livre deixado pela pandemia e a obrigação de ficar em casa, aconselhamos a releitura desta nossa nota, pois, quando acabar o nosso 'retiro forçado', o problema voltará a tona.

Quem sabe a Prefeitura aproveite e instale os 'balizadores, propostos pelo IPHAN 
em agosto de 2019, E OS VEJAMOS PRONTOS PARA IMPEDIR ABUSOS APOS  A 'REVITALIZAÇAO' EM ATO NA PRAÇA DO CARMO.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013


EM QUE LÍNGUA DEVEMOS PEDIR SOCORRO?



Em toda Belém, depois da isenção do imposto para compra de  carros, vimos aumentar o nosso parque automobilístico. Não aconteceu uma renovação, porque os velhos carros não foram substituídos pelos novos: deu-se uma adição de novos, aos velhos.

A esse puro e simples aumento, também não vimos o surgimento de ruas e estradas ou travessas, novas. O aumento do transito se deu em cima das estradas, ruas e travessas já existentes...parcas e muitas, malcuidadas. O mesmo diga-se relativamente a vagas para estacionamento: não vimos um paralelo e côngruo aumento de garagens e estacionamentos. Resultado, mais dificil ficou andar pelas calçadas.



Aí, começamos a presenciar  algo de estranho na Cidade Velha a respeito de transito.  Nestes últimos quinze dias, principalmente,  notamos um aumento maciço do transito de carretas e caminhões pelas ruinhas da Cidade Velha...passando pela frente da Catedral (tombada).

Um vai-e-vem de carretas, bem superiores a 10 ton., passam desesperadas, a procura de estacionamento para poderem entregar suas mercadorias às lojas. A Praça do Carmo é a zona mais procurada, pois mais próxima da Siqueira Mendes, com suas lojas de motores, e da Dr. Assis, onde desde material de construção, redes de pesca, barcos de madeira, maquinas de açaí, anzóis, lâmpadas e várias outras minuterías são vendidas. A Tv. D. Bosco é a sede principal dessa procura de espaço.


Logicamente, esses comerciantes tem todo o direito de terem refornecimento de mercadoria, o problema é: como?  Os meios usados são de todos os tipos, mas o problema é a trepidação causada, principalmente, mas não somente, por aqueles maiores, ajudados pelos ônibus que já trafegavam por aqui.

Não são de hoje os problemas criados pelo excesso de transito na Cidade Velha. É incontável o número de casas que tiveram sua estrutura abalada nesses últimos anos. As rachaduras a causa da trepidação são evidentes na maioria das casas da Dr. Assis e entorno. O problema é que  ninguem reclamou, e ficou por isso mesmo.

Talvez se tivéssemos alguma autoridade morando em casa própria na Cidade Velha, numa dessas ruas em que se  sente o aumento do transito, algo já teria sido feito. As reclamações feitas pelos ilustres desconhecidos  residentes no bairro à CTBel/AMUB, não deram nenhum resultado.

Outras cidades já tomaram providências, mesmo se intimadas pela Justiça. O juiz da 1ª Vara Cível da comarca de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, concedeu liminar, em ação da promotoria de Justiça, proibindo o trânsito de caminhões, carretas, ônibus e outros veículos pesados no Centro Histórico, que é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) e município, igual aqui. Isso feito para dar mais proteção para o conjunto arquitetônico, monumentos e demais bens culturais de Santa Luzia.

A Câmara Municipal de São João deI Rei  proibiu o trânsito de caminhões, carretas e congêneres, transportando cargas que venham colocar em risco o patrimônio imobiliário de nossa cidade. Para resolver o problema dos comerciantes foram  estabelecidas regras: “Os comerciantes ou particulares interessados no transporte de mercadorias, quando estas forem transportadas em um só veículo deverão providenciar para que não ultrapasse a tonelagem especificada...”

O avanço da degradação do patrimônio cultural provocou a reação de sete cidades mineiras que, com ações independentes, mas com foco na preservação, estão sendo adotadas medidas importantes para evitar danos aos casario dos séculos 18 e 19 e a destruição de monumentos que encantam moradores e atraem turistas.

No sul, também  providencias estão sendo tomadas: “A partir de julho, os caminhões de carga passam a ter o acesso restrito na área central de Cuiabá,...” e assim por diante. Por que em Belém isso não acontece? Em que língua devemos pedir socorro para sermos ouvidos? Será que vamos ter que recorrer, nós também, para que sejam tomadas providências?

 Hoje tinham cerca de dez motocicletas da ROTAM paradas aqui na Praça do Carmo a espera de um veiculo maior que chegou lá pelas 15 horas. Eles podem servir de prova e confirmar o movimento de carretas que aconteceu enquanto estavam ali...de fronte de uma igreja tombada, que está sendo restaurada.

quinta-feira, 19 de março de 2020

O COVID-19 e os sons urbanos I


Quando eu voltei a viver em Belém, em 2004, eram os "ben-te-vi" que me acordavam ao amanhecer. Não lembro o que acontecia primeiro mas a distancia de poucos minutos ouvia o som das cem badaladas dos sinos da igreja do Carmo.
Me acostumei a esse prazer, mas quando tenho hospedes, reclamam que acordar as seis da manhã com esses ruidos...
É, não estamos mais acostumados a ouvir a natureza nem outros sons agradáveis, ao menos, e o nosso amigo Antonio Lobo, nos confirma...

O COVID-19 e os sons urbanos I 
Antonio Carlos Lobo Soares*

A pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19), neste março de 2020, nos oportuniza refletir sobre alguns aspectos da vida que levamos. A quarentena das pessoas em casa, para evitar a proliferação do vírus, já retirou uma parcela significativa de veículos das ruas e, consequentemente, de ruído de tráfego.

Dos 75 decibéis (dB) que normalmente chegam ao apartamento onde resido, no 11º andar, hoje medi apenas 60 dB. Como seis dB correspondem à duplicação da potência da fonte sonora, uma redução de 15 dB impacta mais o ambiente urbano, por corresponder a ruído de tráfego, internacionalmente avaliado como desagradável.

O novo vírus proporciona a oportunidade de experimentarmos, hoje, um futuro que provavelmente só chegará a Belém, Brasil, em 50 anos: vivermos em uma cidade agradável, com menos sons mecânicos e industriais e com mais qualidade de vida.

Na minha experiência de quarentena trabalhando em casa, às 8h30 foi possível perceber o canto de três espécies de passarinhos nos quintais, o galo do vizinho que pensava já ter morrido e os sons de obras em quarteirões distantes. Ontem, com a noite mais silenciosa, os latidos de uma cadela border collie no quintal ao lado incomodaram muito mais do que de costume.

Por outro lado, a quarentena desperta sons domésticos que no corre-corre diário estavam "adormecidos": descarga com vazamento no banheiro; porta, armador de rede e máquina de lavar rangendo; mãe chamando a filha para tomar o remédio; bebê chorando; vizinho espirrando; cães arranhando o piso no andar de cima; liquidificador (selo Procel 92 dB) barulhento; televisão ligada; mensagens de pânico no celular; além dos sons do corpo que nos acompanham até a morte.

Em suma, aproveitemos este momento que o COVID-19 nos proporciona para fortalecer os sons: das palavras de afeto para com os nossos familiares, amigos e vizinhos, por telefone; das orações pela humanidade; dos filmes que não tínhamos tempo para ver; das cenas imaginadas daquele livro por ler; do instrumento musical por tocar e da rolha do vinho guardado para um momento especial.

Este momento chegou!
Vamos aproveitá-lo com criatividade, mãos lavadas e um frasco de álcool em gel do lado, pois, oportunidade como esta, à custa de um vírus com fama internacional, desejo que nunca mais volte a acontecer.

* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,
Tecnologista Sênior do Museu Goeldi.

sábado, 7 de março de 2020

Que horror... foi água demais, até na Cidade Velha


As duas horas da manhã me acordei com o barulho da chuva...e chovia a cântaros.
As seis horas me acordei e a chuva continuava, fortíssimamente.
As oito horas, sob uma chuva que ainda não tinha dado alguma trégua, chegou a secretaria.
Comentamos a possível situação , ruim, de moradores onde as ruas alagavam... Ainda bem que na Cidade Velha isso acontece, somente  quando os bueiros estão entupidos e não toda vez que chove.


A medida que as ruas alagavam nos outros bairros, chegavam ‘piadas’ a respeito, pelo whatzapp. Vimos serem capturados: cobra, jacaré, e em casa, um sapo, para divertimento da secretaria... 
      
Na hora do almoço a chuva começou a diminuir, mas não parou... e as más noticias aumentavam. Incrivel, na Praça do Carmo a agua corria pelo leito da rua em direção aos bueiros, tranquilamente. Os garis já estavam limpando a rua. Tudo era tão calmo que a secretaria comentou: que silencio, que tranquilidade...aqui não alaga, disse olhando a Siqueira Mendes.

Olhei a situação da praça...nem o anfiteatro que alaga sempre quando a chuva é forte, era um problema. Em algumas horas estava já vazio, so com terra preta no local que tinha enchido. Pensei na sorte que temos apesar de tudo. Toda a calçada da Praça do Carmo, já está com os buracos abertos para receberem as vigas do muro que a ‘protegerá’ durante os trabalhos de ‘revitalização’, quando o alagamento do anfiteatro será resolvido.

De repente, e diferentemente daqueles cidadãos que sofrem com os alagamentos que cada chuva provoca, nós, da Cidade Velha que não estamos acostumados a isso, começamos a receber noticias:
- o Porto do Sal, alagou;
- os locais da rua S. Boaventura, estavam embaixo d’agua;
-  os moradores de parte da Rodrigo dos Santos, tiravam a agua, que tinha invadido suas casas, talvez a causa dos bueiros, diziam alguns;
- os pais que tem seus filhos no Colegio Sta. Rosa, estavam desesperados sem poder sair de casa nem  para ir busca-los pois até a Padre Eutiquio também estava alagada, como a Conselheiro, também;
-  parte da Tamandaré tinha se transformado num oceano...

Na Cidade Velha, com a proximidade da orla e a presença do canal da Tamandaré, dizem, se sofre mais com as marés...mas desta vez com a chuva, ele transbordou mais ainda. De cá e de lá da Tamandaré chegavam reclamações. Imaginem a situação da orla nessa área tombada.


Outras localidades da cidade tem problemas com a 'macrodrenagem'. Acusam,  de fato, por exemplo: "a não observância por parte da Secretaria Municipal de Saneamento (SESAN), às normas técnicas  especificadas no Manual de Operação e Manutenção de Drenagem, Vias e Obras de Arte Especiais da Bacia do Una - Volume I e II, maio de 2002."

Tomara que até as eleições, nossos governantes tentem, ao menos, minorar esse problema...

Estas chuvas devem deixar algo, inclusive para os candidatos a Prefeito na próxima eleição... Devem  tomar tento  a essa realidade... e os eleitores, idem.

Foi água demais... até para nós da Civviva. Tomara que os próximos dias não sejam assim tão...úmidos.

terça-feira, 3 de março de 2020

Encontro com a substituta da CELPA


Problemas com a instalação abusiva de aparelhos medidores(vulgos olhões) e postes nas estreitas calçadas da área tombada pelo IPHAN, foi o motivo de um encontro com a Empresa Equatorial Energia, que substituiu a CELPA, com a qual ja tinhamos problemas em suspenso.

Sobre o argumento, em 2014 esta Associação fez um "ajoelhaço' em frente a Catedral, denunciando o problema.
















Foi ordenado o retiro de tais medidores da área tombada e substituidos por outro do tamanho de uma   caneta 'bic'.

Várias vezes voltamos ao argumento pedindo providências ao Ministério Público Federal pois, apesar das promessas feitas pela CELPA, os medidores continuavam na frente de várias casas.

Em 2019 vimos  colocarem, ainda e  novamente , na Trav. Felix Rocque, um novo tipo de tal medidor ja probido em área tombada. Não era mais culpa da Celpa...


















Aqui a cronistoria desses abusos:

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/01/e-esses-olhoes.html
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/01/olhoes-da-celpaa-historia-continua.html
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2018/11/a-nossa-vitoria-de-pirro-com-celpa.html
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2015/02/a-celpa-e-suas-promessas.html
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2014/09/em-defesa-do-centro-historico.html
https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2014/09/os-postes-propostos-pela-celpa.html
https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2014/09/que-nao-seja-uma-vitoria-de-pirro.html
https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2014/09/a-celpa-mpe-e-defesa-do-nossopatrimonio.html
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2014/05/celpa-precisamos-de-esclarecimentos.html


A Superintendente do IPHAN enfrentou a questão, reunindo os interessados  afim de dirimir os problemas, que incluiam a instalação de postes com transformadores muito perto dos muros das casas.

Eis a ATA dessa interessante reunião.

"INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL 

                                           ATA DE REUNIÃO

 Aos 02 dias do mês de março do ano de 2020, às 10 horas, na Sede da Superintendência do IPHAN-PA, localizada na Avenida Governador José Malcher, nº 1131, - Bairro Nazaré, Belém/PA, realizou-se reunião com os representantes do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Projeto Circular, Associação Cidade Velha - Cidade Viva, DPHAC/SECULT, DEPH/FUMBEL e da Empresa Equatorial Energia, conforme Lista de Frequência assinada (1827754), visando solucionar os problemas e pensar alternativa para a instalação de redes de energia do tipo aérea. 

A Superintendente do Instituto iniciou os trabalhos apresentando fotografias de diversos Centros Históricos situados no Brasil, para uma reflexão inicial de que ainda temos muito no que evoluir quando se trata de instalações de energia elétrica. Ao final da apresentação falou das legislações de proteção ao Patrimônio Cultural, em nível municipal, estadual e federal. Os presentes ficaram cientes de que qualquer intervenção no Centro Histórico de Belém deve ser autorizada pelos órgãos de patrimônio


Em seguida iniciou-se o diálogo em grupo, onde todos os representantes dos órgãos e sociedade civil cobraram por melhorias. Os representantes da empresa alegaram diversas dificuldades, que vão desde os riscos que existem no embumento da fiação até os custos elevados. Ressaltaram que parte dos custos para o embumento da fiação são repassados para o contribuinte. 

A representante do Circular lembrou que isso não irá acontecer rapidamente, mas que precisa ser iniciado aos poucos. Ressaltando ainda que é uma forma de promoção para a empresa perante à sociedade, pois todos nós queremos uma cidade melhor. 

A Superintendente questionou acerca do risco de um transformador ser instalado à menos de 30 centimetros da janela de um imóvel, fazendo referência ao caso da Trav. Padre Prudêncio, nº 320, e um dos representantes da empresa concordou, porém alega que as calçadas do Centro Histórico são muito estreitas, o que não jusfica o ato da instalação. 

A representante da CIVVIVA lembrou das instalações irregulares de medidores nas fachadas dos imóveis, alvo de Inquérito Civil, afirmando que ainda existem até hoje medidores desta tipologia em uso, citando o imóvel localizado na Rua Felix Roque, nº 147 - Cidade Velha. Os representantes da empresa de comprometeram em verificar a situação, bem como se ainda existem outros medidores instalados nas fachadas. 

Com relação ao imóvel onde ocorreu a instalação ilegal de um poste de alta tensão sem anuência dos órgãos, ficou acordado que representantes do IPHAN, DPHAC, DEPH e Equatorial, irão in loco, analisar outro local para a instalação do poste no dia 09 de março de 2020, às 09 horas, no mesmo endereço. 

Com relação à possibilidade do embutimento da rede do tipo aérea no Centro Histórico, os responsáveis pela empresa se comprometeram à iniciar o diálogo interno e com as empresas do mesmo grupo em outras cidades onde a ação já foi realizada, como São Luis/Maranhão. 

Os representantes do Ministério Público se comprometeram em cobrar que esse serviço seja iniciado. Nada mais havendo a tratar, se deu por encerrada a reunião, da qual, para constar, eu, Rebeca Ferreira Ribeiro, lavrei a presente Ata."

                                                                      xxxxxxxxxxxxxx

É o caso de sublinhar o aparente desconhecimento por parte dos representantes da Equatorial, do tombamento do Centro Historico. De fato, um deles perguntou "quando isso aconteceu"... e a informação foi dada.

Também foi lembrada a obrigatoriedade de ter os pareceres dos vários orgãos competentes pela defesa do patrimônio, incluindo todos os outros municipios do Estado, para qualquer tipo de intervenção no entorno de algo considerado histórico.

Incrivel a afirmação de que em Belém "chove muito' e pode dar problemas ao enterramento dos fios elétricos, mesmo com o exemplo, ja existente, da Praça da Sé.  No inicio da reunião a superintendente do Iphan tinha mostrado uma série de cidades pelo Brasil afora, com a fiação elétrica enterrada...onde a chuva este ano foi, no minimo, insistente, criando muito mais danos do que, em todos esses anos na Cidade Velha. Deverão rever essa opinião...

Na ocasião fomos informados que o MPF, em breve, informará o nominativo do novo responsavel pelas questões do Patrimônio Histórico.

Agradecemos o convite do IPHAN e parabenizamos pela solicitude.