sábado, 5 de abril de 2014

CELPA e os incêndios na Cidade Velha


Muitos cidadãos paraenses conhecem  o bairro mais antigo de Belém e decidiram não morar nele, ou até ir embora, caso já morassem. Os motivos dessa saída podem ser vários, e o principal é porque enriqueceram, com certeza, mas continuam gostando do bairro.

Quem ficou tem também vários motivos e  os principais podem ser: não enriqueceram, ou herdaram dos pais, e/ou adoram morar em casas, e/ou adoram morar no bairro. Ultimamente, porém, vários são os aborrecimentos que temos. Não vamos falar da trepidação causada pelo excesso de veículos pelas estradinhas do bairro, nem da poluição sonora na hora da saída dos alunos das escolas (a pagamento) ou de madrugada quando saem dos locais noturnos  e disparam a correr pela Dr. Assis ou Dr. Malcher.

O que está acontecendo agora é muito mais grave. Falamos de incêndios causados  por  desserviços de quem deve cuidar dos postes. Em um mês, num quarteirão da Dr. Malcher, os moradores disserem ter incendiado quatro vezes os postes, de um lado e do outro da estrada.

Ano passado, dois meses depois do período junino, quando a rua foi enfeitada com bandeirinhas, um poste começou a soltar faíscas. Quem podia olhava da janela, mas quem morava perto de um poste,  correu para a rua. De repente, uma faísca  caiu  numa bandeirinha queimando-a, e o fogo correu de um lado para outro da rua, queimando todo o enfeite, para desespero dos moradores, já todos fora de casa, sem saber para onde correr nem a quem recorrer.

Na semana passada o mesmo poste recomeçou  a faiscar. Chamaram a Celpa e ela não apareceu. Quem morava atrás do poste foi dormir em casa de parentes e ao voltar o mesmo faiscava ainda. De novo chamaram a Celpa e ninguém apareceu. Várias vezes telefonaram sem êxito  até que marcaram de ir na sexta feira (passada). So vieram, porém na segunda feira e tinha se passado  uma semana ou pouco mais.

Esses são uns poucos exemplos, mas tem muito mais reclamações a respeito.

Vocês acham que isto é seriedade? Ainda mais pensando nas contas que nos mandam no fim do mês  (e Deus o livre se não pagarmos na data certa).  Se iniciar um incêndio, não sobra uma casa em pé na Cidade Velha, inclusive porque boa parte da fiação elétrica é de antes da guerra... 

Quem vai arcar com os danos?  De que serviu ser  área tombada?


                   SEMINÁRIO NA DR. ASSIS: exemplo da proximidade do poste.

Assim sendo, entre os festejos dos próximos 400 anos de Belém, algo mais podia ser feito para salvaguardar o bairro que faz aniversário.  Uma ideia seria mandar enterrar os fios elétricos e assim, tirar os postes também, pois nos impedem de usar as calçadas. E já que estão mexendo na rua, aproveitam e tiram o asfalto deixando aparecer os paralelepípedos e os trilhos e quem sabe o bondinho, que nunca passou pela Siqueira  Mendes, passe pelas ruas onde nossa  memoria lembra que passaram.

Salvaremos o bairro e nossa memória histórica sem ficar criando cenários ridículos, nem falsos históricos.

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