Muitos cidadãos paraenses conhecem o bairro mais antigo de Belém e decidiram não morar nele, ou até ir embora,
caso já morassem. Os motivos dessa saída podem ser vários, e o principal é
porque enriqueceram, com certeza, mas continuam gostando do bairro.
Quem ficou tem também vários motivos
e os principais podem ser: não
enriqueceram, ou herdaram dos pais, e/ou adoram morar em casas, e/ou adoram morar no bairro. Ultimamente, porém,
vários são os aborrecimentos que temos. Não vamos falar da trepidação causada
pelo excesso de veículos pelas estradinhas do bairro, nem da poluição sonora na
hora da saída dos alunos das escolas (a pagamento) ou de madrugada quando saem
dos locais noturnos e disparam a correr
pela Dr. Assis ou Dr. Malcher.
O que está acontecendo agora é muito
mais grave. Falamos de incêndios causados por desserviços
de quem deve cuidar dos postes. Em um mês, num quarteirão da Dr. Malcher, os
moradores disserem ter incendiado quatro vezes os postes, de um lado e do outro
da estrada.
Ano passado, dois meses depois do período
junino, quando a rua foi enfeitada com bandeirinhas, um poste começou a soltar faíscas.
Quem podia olhava da janela, mas quem morava perto de um poste, correu para a rua. De repente, uma faísca caiu numa
bandeirinha queimando-a, e o fogo correu de um lado para outro da rua, queimando
todo o enfeite, para desespero dos moradores, já todos fora de casa, sem saber
para onde correr nem a quem recorrer.
Na semana passada o mesmo poste
recomeçou a faiscar. Chamaram a Celpa e
ela não apareceu. Quem morava atrás do poste foi dormir em casa de parentes e
ao voltar o mesmo faiscava ainda. De novo chamaram a Celpa e ninguém apareceu. Várias
vezes telefonaram sem êxito até que
marcaram de ir na sexta feira (passada). So vieram, porém na segunda
feira e tinha se passado uma semana ou pouco
mais.
Esses são uns poucos exemplos, mas tem muito mais reclamações a respeito.
Vocês acham que isto é seriedade? Ainda
mais pensando nas contas que nos mandam no fim do mês (e Deus o livre se não pagarmos na data certa). Se iniciar um incêndio, não sobra uma casa em
pé na Cidade Velha, inclusive porque boa parte da fiação elétrica é de antes da guerra...
Quem vai arcar com os danos? De que serviu ser área tombada?
SEMINÁRIO NA DR. ASSIS: exemplo da proximidade do poste.
Assim sendo, entre os festejos dos próximos 400 anos de Belém, algo mais podia ser feito para salvaguardar o bairro que faz aniversário. Uma ideia seria mandar enterrar os fios elétricos e assim, tirar os postes também, pois nos impedem de usar as calçadas. E já que estão mexendo na rua, aproveitam e tiram o asfalto deixando aparecer os paralelepípedos e os trilhos e quem sabe o bondinho, que nunca passou pela Siqueira Mendes, passe pelas ruas onde nossa memoria lembra que passaram.
Salvaremos o bairro e nossa memória histórica sem ficar criando cenários ridículos, nem falsos históricos.
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