segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Discutindo o carnaval - parte 1


Discutir o carnaval na Cidade Velha, é preciso. Poderiamos falar da cidade inteira, mas a area escolhida onde fazer esta festa, ha alguns anos, é aquela tombada.

Ha anos esta  Associação segue de perto o carnaval no próprio bairro. Desde 2008 sinalizamos os problemas e também quem fazia o carnaval tradicional, aqui. Interessante voltar atras e relembrar como funcionava o carnaval nas Praças de S. João, do Carmo e da Sé  lendo algumas notas escritas naquela época
(https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com.br/2008/01/crnica-de-um-carnaval-na-cidade-velha.html).

Naquele ano, o Kaveira deu o “primeiro” grito de carnaval de 2008, no dia 30 de dezembro de 2007.  O Eloy Iglesias, porém, marcou presença fixa todos os domingos, enchendo parte da Praça. Viamos passar outros blocos, também. Todos com bandinha e mascarados. Quatro um cinco, somente, da Cidade Velha.


SEMPRE EM 2008, "Do dia 25 ao dia 27 de janeiro, a Praça do Carmo foi palco de um “Puxirum”. A proposta de construção e disseminação de uma lógica cultural de afirmação da nossa identidade, em condições de desvelar às novas gerações a pluralidade sonora, rítmica, cromático-visual, sociocultural e a singularidade dos carnavais de fora de Belém, foi uma boa idéia. Tivemos a oportunidade de conhecer blocos de outros Municípios do Pará e de descobrir como o carnaval é vivido longe da capital."


"Na Praça da Sé, em vez, um palco armado defronte da FUMBEL, animava com sua bandinha, todos os domingos, quem estava esperando a passagem dos foliões. Sem nenhum aviso chegavam blocos carnavalescos e se apresentavam no palco divertindo todos. Estes, do modo tradicional: cantavam as velhas marchinhas e estavam fantasiados como bem entendiam, ou seja, cada um dum jeito. Eram blocos formados por associações e por famílias da Cidade Velha e de outros bairros também. Senhoras e senhores, de todas as idades, aproveitavam o intervalo entre um bloco e outro, para cantar e dançar no meio da rua.

Registramos o que acontecia paralelamente a passagem dos blocos carnavalescos.. "Quem mora nas Praças e arredores o que viu nesse período? Para iniciar, uma procissão matinal de vendedores ambulantes com seus “isopor”, carrinhos, barracas, mesas, cadeiras, etc., se dirigirem para a Praça. A medida que passavam os domingos, essa procissão aumentava. Instalavam seus meios de trabalho em todo canto: calçada, grama e rua. Enquanto os outros pensavam em se divertir, estes pensavam em trabalhar: ganhar o seu pão de cada dia... sem nenhuma fiscalização ou organização."


A medida que passavam os domingos começamos a ver que, " ao meio dia os ambulantes já ocupavam os pontos “nobres” da praça. Calçadas para os pedestres-foliões, quase nenhuma. Pouco a pouco, fios elétricos iam sendo  ”instalados” diretamente dos postes até as barraquinhas. Vans, camionetes e táxis traziam reforço. Eletrodomésticos, com os fios desencapados, desfilavam um atrás do outro em direção das barraquinhas onde tinham sido feitas as ”instalações elétricas”. A chuva não parava: será que não tinha risco de curto circuito? Fiscais? Ninguém viu."

"O mesmo diga-se das ruas: os automóveis estacionados ficavam bloqueados a causa da quantidade de ambulantes. Até a Policia tinha dificuldade de passar.

Ja em 2009 as coisas pioraram a tal ponto que: "Reclamações de todo tipo começaram a serem feitas a partir do segundo domingo. Até pedido de um abaixo assinado para proibir o carnaval na Cidade Velha, chegou. Isso a causa dos vários transtornos causados por uma total falta de organização e por muita falta de educação."

De fato, por exemplo: não tinham banheiros públicos: muros, portas e mangueiras substituiam essa falta. O fedor era  tanto que necessitavamos uma semana para acabar com o fedor. Outro problema: a sujeira ficava nas praças e ruas, por vários dias.


Começou uma discussão a respeito desse carnaval. "Choveram muitas propostas: padronizar barracas para os ambulantes; determinar os locais onde devem ser instaladas; exigir a presença somente daqueles regularizados; permitir somente ambulantes da Cidade Velha; fechar a praça impedindo a circulação de veículos; pedir a presença de fiscais da SECOM e CTBEL; etc., etc., etc.

Nada disso aconteceu  e continuamos a denunciar e reclamar. Em fevereiro de 2009 tivemos o  Arraial do Pavulagem com se Arrastão do Peixe Boi. Começava um carnaval sem musica carnavalesca. A Secon teve muito trabalho para conter a invasão de ambulantes, até no meio da praça onde o Pavulagem ia dançar. Até a Guarda Nacional foi chamada para ajudar a Secon.

No fim da festa a praça ficou imunda. Outra discussão iniciou entre os moradores da área em questão: que tal um mutirão entre todos os que participam dessa...sujeira. Além do Pavulagem, o Eloy e  até o pessoal do Auto do Cirio. Brincar é bom, sujar é fácil, reclamar da sujeira é justo, mas arregaçar as mangas....quem pensa nisso? Não adianta responder: a Prefeitura. Precisamos nos educar....ou conscientizar do rastro que deixamos nessas ocasiões.

"Nós estávamos preocupados com o carnaval na Cidade Velha. Em novembro começamos as discussões a respeito. Fizemos reuniões com moradores do bairro, donos de blocos, e alguns orgãos públicos. Promessas foram feitas de ambas as partes. Selamos um acordo entre gentilhomens:

- o percurso dos blocos foi predeterminado.
- a CTbel fecharia as ruas;
- o carnaval encerraria as 20,30;
- as 22 horas a Sesan viria limpar as áreas;
- banheiros químicos seriam colocados nos cantos das rua.
- a segurança tinha que ser garantida em ambos os locais de encontro de carnavalescos (e a Policia Militar manteve a palavra dada).

Vocês vão ver o resultado desse acordo olhando as fotos no blog da CiVViva – 
http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com.br/2009/02/ . 
Um inferno: as cervejarias tinham ocupado as praças com suas publicidades e...financiamentos. Unica coisa boa: em 2010 vimos alguns banheiros quimicos chegarem nas praças.

Os anos passaram com as mesmas discussões. Resultados?  os banheiro quimicos nos dias em que se apresentava o Eloy e, depois, o Arraial do Pavulagem contratar uma coop para retirar as latinhas no fim de seus eventos. De resto, a falta de coordenação continuava visivelmente ausente.
Um 'observatorio cidadão' assim apresentou o dia seguinte:
http://www.youtube.com/watch?v=mrBBFUgxxgY

(segue na próxima semana)


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