domingo, 22 de julho de 2012

É UMA QUESTÃO DE CIVILIDADE, TAMBÉM.


O automóvel, símbolo, para alguns, do desenvolvimento econômico, se coloca hoje como uma das  maiores fontes de danos e de dificuldades para uma convivência salutar e, digamos inclusive, civil, nas nossas cidades.

O aumento dos veículos em circulação levou a aumentar problemas já existentes como a falta de garagens e estacionamentos em Belém. O uso e abuso do leito das ruas e das calçadas  para estacionamento  também gera problemas, dificultando mais ainda o transito pela cidade e isso não somente nos horários em que pais vão levar ou buscar seus filhos na escola.

Nas áreas tombadas de Belém  a situação é mais penosa ainda, pois  a defesa do nosso patrimônio histórico-cultural parece ser completamente ignorada, desde o momento da autorização de atividades, quaisquer que sejam, no Centro Histórico. Depois, nessa área, exatamente por ser tombada,  as dificuldades são maiores por causa da impossibilidade, na maior parte dos casos, da construção de garagens

Ainda o  aumento do transito leva, também,  a algo  mais grave, pois coloca em risco as condições de saúde dos cidadãos por causa do aumento da poluição atmosférica e acústica. Isso, sem falar no stress provocado por longos tempos perdidos para se deslocar, com um veiculo, de casa a qualquer outro lugar.

Estamos, praticamente, numa verdadeira  situação de emergência. A dimensão e a gravidade que o fenômeno da circulação assumiu por  causa do aumento dos veículos em circulação é agravado por trabalhos em curso em ruas e avenidas que levam para além dos confins de Belém, piorando mais ainda a situação do transito e das pessoas.

Essa série de elementos deveria servir para chamar a atenção de quem governa para evitar de comprometer mais ainda e de modo sério, e talvez até irreparável, o desenvolvimento  e o bem estar não somente físico dos cidadãos. De fato, a lentidão e estancamento  da circulação aumentam os tempos, seja  das comunicações como  do transporte,  o que influi direta e negativamente na produção e nos serviços, prejudicando o desenvolvimento de negócios, das relações comerciais e aumentando enormemente o tempo dos trabalhadores para chegar ao local do trabalho ou em casa. Quem paga isso? Em muitos casos, a nossa saúde.

Para iniciar a cuidar desses problemas, um passo a frente  já seria re-desenhar as áreas  urbanas mais intensamente habitadas através de uma programação racional e orgânica de estacionamentos, que levasse em consideração as exigências ambientais diurnas e noturnas. Estacionamentos  públicos e particulares.  Criar um sistema de transporte cômodo a partir desses estacionamentos, que facilitasse a chegada daqueles que estacionaram seu veiculo a  outras áreas.

O objetivo seria começar a realizar um programa de tutela dos valores constitucionais primários da saúde e daquele, sempre constitucional, da economia nacional, programa  esse  feito para enfrentar uma situação excepcional com meios extraordinários.

Indiretamente, poderíamos estar falando de educação, também. De participação de todos na resolução de um problema provocado pelo carro, através da renúncia de facilidades fictícias. 


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TEM GOVERNOS QUE NÃO MERECEM OS CIDADÃOS QUE TEM


Recebemos e publicamos  uma resposta a esta nossa nota. Uma amiga, arquiteta, propôs algo mais do que acima dito, bem 30 anos atras.... e não aconteceu nada.


Dulce! Este mes de julho eu fiz 30 anos de formatura, então eu penso que isto já estava pensado desde o meu tempo de faculdade. Fizemos um trabalho com ajuda dos professores, claro, de estudos junto à Codem, exatamente ao que vc se refere, sobre os carros, estacionamentos, trânsito e fluxo de pessoas na área central de Belém. 
Eu lembro bem do meu trabalho de desenvolvimento de um estacionamento gigantesco naquela área onde hoje ainda funciona uma estaçao da Celpa, ali por perto da Receita Federal , perto da praça Kenedy na época, onde de lá saíria pequenos micro ônibus de quinze em quinze minutos , levando e trazendo pessoas aos seus trabalhos naquela area do centro comercial de Belém.

 Eu achava sensacional a idéia , e segundo os professores na época, seria doado os trabalhos à prefeitura e que seria feito o estudo de probalidade. Imagine vc hà trinta anos atrás!

Será que nenhum orgão se preocupa atualmente com isto ? EU não acredito!!
Onde estão estes trabalhos? Será que a prefeitura não deu a mínima atenção?
E a faixa azul , pq não continuou?
Porque não conseguem tirar os flanelinhas das ruas? Ou pelo menos dignificar este trabalho deles?

Nós cidadãos desta cidade nos incomodamos muito com isto, mas quem pode fazer alguma coisa por nós? se eles que poderiam não o  fazem, coitados dos que se revoltam ,e até morrem por isso...

Gostaria muito de contribuir para este melhoramento, mas como?
Não sei sinceramente.
BJs
Marci



domingo, 15 de julho de 2012

OBTIVEMOS UM SUCESSO.

Lembram daquela nota sobre o porto de Camará, em Salvaterra, publicada aqui no dia 3 de março?
"Perigo em porto do Marajó", era o titulo da noticia mandada pelo  Eng. Eletricista Sênior Alonso Edler Lins, com algumas fotos onde se via claramente a situação perigosa em que se encontrava a passarela do porto.
                                   (a nova passarela )
Recebemos, hoje, noticias de um associado: "A nova passarela do Porto do Camará, na ilha de Marajó, ainda está em execução mas já está resolvendo os problemas dos idosos, deficientes, e outros."

Quer dizer que valeu fazer aquela reclamação. Alguém  leu  e tomou providências e nós, agradecemos esse dever cumprido.

VOCAÇÃO DA CIDADE VELHA


Nota-se, ultimamente, uma particular atenção dos ‘festaiolos’ pelo uso indiscriminado de áreas tombadas como sede de locais ligados  ao setor do “divertimentificio”.

Está escolha do Centro Histórico como base de ação, ignora todas as intenções de defesa do nosso patrimônio histórico-cultural previstas nas leis em vigor, sejam elas produzidas pela União, Estado ou Município.

Cremos que isso aconteça a causa do pouco interesse que tal defesa do nosso patrimônio cause nos nossos governantes. A falta de politicas publicas para esse setor é evidente e a atuação dos administradores é a clara consequência.

A quantidade de leis em vigor que são ignoradas pelos funcionários públicos deixa claro a superficialidade com a qual é tratado o argumento. Basta olhar a “orla” da Cidade Velha para descobrir a quantidade de locais voltados ao ‘divertimentifício’  , autorizados, muitos deles, ignorando as normas em vigor. Por ex. cadê os estacionamentos previstos e exigidos pelas normas vigentes?

Quem insiste em transformar a Cidade Velha em tal sentido, ignora a sua verdadeira vocação. Tais pessoas, pensando talvez em ganhar dinheiro facilmente ou, pensando mais naqueles que precisam de locais para passar seu tempo livre, esquecem de olhar o entorno, não vendo assim o serviço que esse bairro presta aos ribeirinhos. Pretender o fechamento das lojas e sua substituição por locais de divertimento, é um verdadeiro absurdo.

Uma coisa que não prestaram atenção, é que a área e o comércio da Cidade Velha é voltada, principalmente para artigos de interesse da população ribeirinha. Não falo de sapatarias ou lojas de tecido, por que isso eles encontram na João Alfredo e arredores, falo de coisas para barcos; remos, lemes, motores, rede de pesca;  consertos de motores; maquinas de açaí;  material de construção e afins.

Os clientes desse tipo de comércio da Cidade Velha, não são os belemenses, mas são, principalmente, os ribeirinhos os quais, muitos deles, votam em Belém.

De outro ponto de vista, notamos que os moradores da Cidade Velha são, a maior parte deles, oriundos das ilhas/cidades maiores ao nosso redor. Familias de  Ponta de Pedras, Igarapé Miri, Abaetetuba, constituem a maior parte da população da Cidade Velha.

Quem conhece o desespero das Prefeituras das ilhas ao nosso redor para conseguir um lugar para estacionar suas barcas-transporte? Tem aqueles que tem que recorrer aos donos dos bares e locais noturnos situados na beira-rio. De fato, agora, esses “empreendedores” viraram “donos de portos”. (Será que tem autorização para isso?)

Falando das ilhas menores, daquelas que dependem de Belém, a situação é mais precária ainda.  Quem mora nessas ilhas precisa de escola para seus filhos; hospital, pronto socorro e afins, também. Mais do que tudo, porém, precisam de, ao menos, um trapiche para “estacionar” seu pôpôpô, quando vem para cá. Cadê? Como são? Onde estão? Quantos são?

Nota-se, portanto, que a vocação da Cidade Velha é voltada para quem vive do lado de lá do rio, na beira dos nossos rios, e não somente de quem quer se divertir. Portanto achamos um absurdo que a atenção seja dada somente ao “divertimentificio”, como se nossos concidadãos ribeirinhos fossem inexistentes e, pior, não tivessem necessidades mais urgentes que a de se divertir... até mesmo em tempo de eleições.

Queremos exagerar? Ser originais? Vamos propor um Shopping na beira do rio, com essa tipologia de produtos vendidos no comércio da Cidade Velha, com uma “marina” para barcos menores, para os ribeirinhos. A Orla, inacabada, bem que podia suportar uma proposta desse tipo.

Talvez fosse o caso de começar a pensar em algo assim. Em algo mais sério e que sirva a outros cidadãos; algo mais abrangente.  Podia-se, desse modo, contribuir, inclusive, para diminuir a entrada de caminhões em área tombada e, consequentemente, defender nosso patrimônio como preveem as leis em vigor, com uma ação útil a toda a sociedade.


CANDIDATOS A PREFEITO: PENSEM NISSO.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A PROPOSITO DE "ENCHENTE"

Recebemos e, com muito prazer, publicamos esta conbtribuição de Andre Costa Nunes sobre nossas "baixadas". A provoca-lo foram as fotos da nossa nota "Pobre Baixo Amazonas...tão lindo" do dia 24/05/2012.
Ter o André na nossa torcida, so nos dá mais força para lutar.
Agradecemos de todo coração.



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As baixadas fazem parte do rio. São sua área de escape. Seu leito quando as águas se avolumam. Quer pelas cheias sazonais, quer, se próximas ao mar, pelo fluxo das marés. É, digamos, o leito expandido.
É nessas águas rasas, quentes, densamente vegetadas, ricas em húmus e plancto, que ocorre a reprodução dos peixes. Onde nasce a vida. Quando as águas refluem, o rio volta para sua calha deixando fértil a terra
que ocupou. Normalmente, por igual período, sobe e desce. Comportado. Seguindo as regras que não fez. Só sabe que é assim. E sempre funcionou, desde que o mundo existe como conhecemos.

A ocupação humana das baixadas, tanto para exploração econômica, quando para habitar, só pode acontecer, por empréstimo, ou por esbulho. Também sempre foi assim, repito,  ao longo da história.

Por esbulho, com grandes obras de engenharia. Cidade do México, a Tenochtitlán dos astecas, a Holanda, o Aterro do Flamengo, a Nova Copacabana, Miami City, Narita, Dubai, o porto de Belém por Percival
Farqhuar etc.

Por empréstimo, para morar, só com palafita, como foi no lago de Zurique, na Suíça, na França, em Veneza, no Laos, na China, em Brunei, na Ilha das Onças, em Vila Maiuatá, Afuá, Arumanduba e outras menos
importantes. No Amazonas, desde o Marañon até o Marajó. Alguns povos, simplesmente flutuam. Em ilhas de junco no lago Titicaca ou em sampanas asiáticas.

A ocupação das baixadas de Belém é recente. Primeiro por empréstimo depois por esbulho. Esbulho perverso, burro, pobre, excludente, sem qualquer planejamento ou obra de engenharia. Antes, se ocuparam os tesos e terras altas a partir do Forte do Presépio. Contornavam-se as baixadas. Os igarapés eram as vias por onde os ribeirinhos entravam com suas canoas para negociar, quase sempre por escambo, sua produção nas feiras que se formavam nos barrancos das terras firmes. À entrada desses canais ficavam as “guritas” coletoras dos impostos. Quando a canoa entrava demandando as feiras, a mercadoria era
inventariada. Açaí, azeite de patauá, cumaru, cacau, copaíba, farinha, peixe seco, caça fresca e seca, galinha, pato, marreca, mixira. Deixava em garantia os remos, as falcas e o velame. Assim, desarvorada
percorria os igarapés apenas movida a vara. De porto em porto vendendo seu produto.

A prática do escambo, exigia negociação na saída, junto ao coletor dos impostos e do dízimo clerical.
Até se pensou que Belém, na época da borracha, estava pronta para ser uma Veneza Tropical. A malha de canais era perfeita. Esta feição, com alguma concessão à modernidade, permaneceu assim até
quase os nossos dias. Segunda metade do século vinte.

 Os habitantes tradicionais de Belém, as elites, o clero, comerciantes, militares e funcionários públicos seguiam o estilo português de casa de pedra e cal, adobe e divisórias de taipa. Em terra firme, naturalmente.

Pela mesma tradição e origem, os imigrantes nordestinos, ainda poucos, seguiam-lhe o padrão. Pode-se até dizer que, obedecendo à hierarquia vigente, a ocupação era democrática. Os tesos comportavam também
ex-escravos, empregados subalternos e despossuídos, de qualquer cultura, não cabana, ribeirinha do Baixo. Da cultura da palafita.

A beirada, o baixão, depois que Farhquar tirou os trapiches da frente de Belém foi ocupado, pouco antes e além do Arsenal de Marinha, por ribeirinhos do estuário do Amazonas. Baixo Tocantins – Baião, Bujaru,
Igarapé-Miri, Maiuatá, Acará, Abaetetuba, Amapá – e Marajó, furos e ilhas, que para cá trouxeram seus costumes e tradições, inclusive o hábito de viver e conviver no alagado. Mal comparado teria sido assim
também com os holandeses que preferiram fundar Recife nos manguezais da foz dos rios Capibaribe e Beberibe, ao invés das terras altas de Olinda bem ao lado.

Os ribeirinhos cabanos trouxeram seus costumes de morar em palafitas, em casas leves, cobertas de palha de buçu ou ubim e assoalhadas de paxiúba. Trouxeram também seu patuá, seus hábitos alimentares a base
de açaí, farinha, peixe seco e camarão. E o tucupi, que até meados do século dezenove, era desconhecido em Belém. E assim se assentaram na orla da maré. Se muito entraram terá sido seguindo os igarapés e furos
que ornavam a cidade. O resto, tirante os tesos, era a várzea baixa dos capinzais alagadiços sem fim.

Só para nos situarmos no tempo estamos falando já, da segunda metade do século vinte, quando esses mesmos capinzais garantiam a produção das vacarias. Diz-que a “bacia leiteira” de Belém.

Então, fiquemos entendidos. Os tesos, a parte alta, enxuta era para os “brancos”. A orla alagadiça, para os cabanos. As baixadas do entremeio, capinzal. Vacaria.

O cabano não se queixava, não havia revolta, pois essa mudança para a periferia alagada de Belém representava uma enorme evolução em sua qualidade de vida em se comparando com a mesma palafita isolada e desassistida de onde procedia. Seu único paradigma.

Navegando um pouco no tempo, fazia toda a diferença a luz elétrica, o grupo escolar, o ônibus velho, a Santa Casa de Misericórdia, o pronto socorro, a água gelada, o sorvete, o cinema, depois a tv e, por fim, o
emprego. A cidade.

Mas a população de Belém foi crescendo, não mais mercê dos cabanos primeiros, mas de seus descendentes e de toda sorte de gentes migrantes que costumam inchar as cidades. E aí, naturalmente, mas
perversamente, como que por gravidade, os não cabanos, por direito de casta, ou, mesmo, costume, ocuparam a terra seca. E, ainda, antes que o povo se desse conta, o Estado, lato sensu, adonou-se de toda a terra enxuta em volta da cidade. Para si e para apaniguados, por simples herança de patrimonialismo feudal.

Assim, foi usurpada dos cidadãos, sem quê nem pra quê, uma área bem maior que a própria cidade. Belém ficou sitiada, por transferência de domínio, pela Amazon River, a Port of  Pará, a Marinha de Guerra, o
Exército Brasileiro, a Aeronáutica, com quase todo o Bairro do Marco, Souza, Marambaia, até a estrada de ferro para a vila de Pinheiro, hoje Icoaraci, e além, no rumo do Coqueiro. E, ainda, o Ministério da
Agricultura com a granja Santa Lúcia, o Ipean, depois Embrapa, o Ministério da Educação com Ufra e Ufpa.

O povo despossuído foi literalmente empurrado para o capinzal alagado. As Baixadas! Agora, não mais por tradição cultural, mas desgraçadamente, por favelização.

“O sapo pula, não é de boniteza, mas por precisão”, diz o velho adágio nordestino.

Aí, já o fato consumado, entra o Poder Público, não com o planejamento, as tais obras de engenharia, saneamento mínimo e condições de “habitabilidade”, como se fez no campus da Universidade
Federal, mas com  remendo desrespeitoso, quase escárnio.

As ruas eram, algumas ainda o são, pontes mal ajambradas. Estivas. Antes, tal como o usado pelos beiradeiros dos furos e igapós, apenas um tronco de miriti ou dois caules de açaizeiros sustidos por
forquilhas e amarrados de cipó ou embira. Depois, pontes mambembes de tábuas de madeira branca.

Com a chegada do “progresso”, essas estivas, foram sendo substituídas por “ruas” aterradas. Primeiro, com caroço de açaí e serragem levados em carroças de burro pelos próprios moradores, depois, lixo da limpeza
pública. Agora, já em caçambas da prefeitura. E, pasmem, era disputadíssima a benfeitoria. Sem drenagem, sem saneamento. O chorume a escorrer e a se acumular nos quintais, becos, vielas e em baixo das
casas palafitas. A convivência com o miasma já não mais incomoda. As pessoas se acostumam. As marés lançantes, em grande parte, equalizava e drenava os dejetos para os rios através de igarapés urbanos
transformados em esgotos a céu aberto. Muito político se elegeu conseguindo este tipo de aterro para seus redutos eleitorais.

A prática de hoje é a mesma. Apenas trocou-se o lixo (?) por terra e, às vezes, com muita sorte, resto de construção. Já é um avanço.

As cidades nunca pertenceram ao povo, pelo menos o que, modernamente, com um pouco de esforço, hoje entendemos como povo. Povo, com direito à propriedade, sempre foram as elites econômicas e “culturais”. As terras habitáveis pertenciam ao Governo e este se confundia com a figura do governante. E, “justiça” se faça, qualquer cidadão podia requerer o tamanho de terra que quisesse desde que fosse devoluta.

Que não se entenda por cidadão, o cabano, ou, mesmo, o desvalido de qualquer origem. No mais das vezes, essa transferência de propriedade do Estado se fazia para entidades estatais ou privadas, nacionais, ou não, e, principalmente para as grandes famílias que, como vivandeiras, se acercavam do poder. Herança feudal que, de certa forma, persiste até hoje. Sem projeto e sem nenhum escopo de função econômica ou
social, que não a especulação imobiliária. Estes terrenos eram, aí, sim, loteados ou fatiados e, sem o mínimo de critério, vendidos para aquele outro povo excluído da cidadania. O Estado, não fora feito para
ele. Era simples, assim. Consuetudinário. Legal, moral, ético, piedoso. Essa prática, não raro, estendia-se pela baixada alagada e já ocupada por gerações de despossuidos. Muitos dos novos proprietários e gestores, não podem ser responsabilizados por esse legado perverso, pelo tal pecado original,
mas quem sabe, um pouco de luz sobre o passado, não torne o entendimento mais generoso quanto a função do capital.

Esta é apenas a realidade, que se há de conhecer. Não pretendemos sugerir soluções técnicas. Esta não é nossa praia, mas sabemos que medidas parciais e pontuais, apenas agravam o problema. No máximo
adiam-no para um futuro bem próximo.

Acreditamos, também,  que há soluções e profissionais capacitados para enfrentar o desafio. Sabemos que esbarramos na triste realidade de vivermos em uma capital extremamente pobre, de um Estado colonial espoliado. Pobre de recursos, pobre de vontade e pobre de gestão. Povo pobre. Indesejável. Não precisa necessariamente ser assim. Isto não é um “karma” que tenha que ser aceito com passividade monástica. Os tempos são outros. Ninguém precisa chafurdar no passado para remoer ódios ancestrais, mas precisa sim, conhecer a História, de maneira crítica para corrigir o presente e projetar um futuro mais justo para o povo, que, ao fim e ao cabo, é a razão maior da existência do  Estado Republicano.

por andré costa nunes

PS> Algumas frases foram evidenciadas por nós.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

COMO DEFENDER NOSSO ARQUIVO PÚBLICO?

 REPASSO O CONVITE ESPERANDO QUE PARTICIPEM EM MUITOS.

Caros Colegas,

A denuncia pública feita por uma funcionária do APEP motivou-nos a organizar este Ato público em defesa da memória da sociedade brasileira. O APEP é o guardião de cerca de 4 milhões de documentos que correm risco de serem queimados por falta de manutenção do prédio, especialmente da fiação elétrica. Precisamos nos mobilizar enquanto há tempo de pressionar a SECULT e o Estado a fim de que evitem esta tragédia. Organizem seus horários, não deixem de participar, pois, como é sabido, somos para o Estado apenas um titulo eleitoral. Leve o seu. Exija respeito e faça valer o seu direito de ter acesso a memória do seu país e seu dever de proteger esta memória.


"Construído em 1858 para ser a sede do Banco Comercial do Pará, o local onde funciona o APEP é um importante monumento arquitetônico do estado. Sua função de guarda de documentos produzidos pelo antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão e, posteriormente, Estado do Grão-Pará e Rio Negro, data de 1894, sendo oficializada no ano de 1901, quando foi criada a Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Apenas em 1986, a biblioteca e o arquivo se separaram, gerando unidades autônomas. Ao longo de sua história, o APEP constituiu-se como o mais importante arquivo histórico da Amazônia e um dos mais destacados do Brasil."


O ATO OCORRERÁ ÀS 9H E 30 MIN., NO DIA 31/05, EM FRENTE AO APEP.

Abaixo está a carta da Ethel Valentina.

"Aos historiadores de plantão. O Arquivo Público do Estado do Pará está cada vez correndo maior perigo. Esta madrugada ocorreu um curto circuito em virtude de sua fiação ser tão histórica quanto sua documentação e por muito pouco não pegou fogo. Sai governo, entra governo e nada é feito para que o Arquivo tenha um pouco mas de atenção, respeito e ser valorizada como um lugar onde é guardada a memória de um estado, de um país. 
Onde estão os historiadores que reclamaram de uma ação que era a preservação de uma documentação, Período Colonial, que estava correndo perigo de acabar e que foi preciso a Associação doa Amigos do Arquivo Público através de um projeto conseguiu verba para que fosse restaurada e digitalizada? Ou caso esses mesmos historiadores não tem palavras quando se trata da segurança de todo um acervo? Por quanto tempo vamos esperar para que uma tragédia venha acontecer para que tenham alguma reação diante da sociedade? Depois do acontecido serão apenas palavras perdidas, fogos de artifícios. Vários Memorandos foram enviados a secretaria a qual o Arquivo pertence para que seja feito algo, NADA FOI FEITO, SEMPRE COM PROMESSAS E PROMESSAS E, MAS PROMESSAS. 
É preciso tomar uma atitude e se nós funcionários públicos que trabalham no Arquivo Público do Estado não tem nenhuma força diante deste governo quem sabe ELEITORES não conseguem alguma coisa. Documento é a base de tudo, é a comprovação de uma existência. Onde vocês acham que começa um ato legal, ou a construção de um governo, ou um prédio que tantos SÓ se preocupam em conservar, ou um acontecimento importante? È no papel, e no documento... Tenho que ressaltar que o Diretor do Arquivo Público tem tentado chamar a atenção para todos os problemas existentes no Arquivo, mas a insensibilidade de nossos gestores, nada é feito. Para mim já está chegando à incompetência, em minha opinião. Se Alguém tem medo de falar algo eu não tenho. Vamos lá gente vamos pressionar vamos fazer algo ou quatrocentos anos de historia vão virar cinza."
Adriana Coimbra

POBRE BAIXO AMAZONAS...TÃO LINDO

O QUE VIMOS ENTRE SANTARÉM, ALTER DO CHÃO E ALENQUER: AS AGUAS JA ESTAVAM BAIXANDO.

APESAR DE TODA A DESGRAÇA, A PAISAGEM AO REDOR, ERA LINDA.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

HOMENAGEM A UM AMIGO

VIVA VALMIR

ATO ECUMENICO-CULTURAL
HOJE NA PRAÇA DO CARMO;

HOMENAGEM AO HISTORIADOR E HOMEM POLITICO
VALMIR BISPO QUE TANTO AJUDOU A CIVVIVA.

18H. Ato ecumenico no Pier das 11 janelas
18h30 Cortejo com grupos de folclore e hip hop
19h30 -Show na Praça do Carmo