segunda-feira, 25 de novembro de 2024

LA SE VAI MAIS UM...

 ... O MANDARIM.

Em janeiro do ano passado nos despedimos da FOX, com esta nota:

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2023/01/lembrancas-saudosas.html

Albano Martins Jr. retrocedeu "E porque hoje fecha a Livraria da Fox, depois de 36 anos, tive vontade de tomar um sorvete da Gelar, de beber um caldo de cana da Moenda, de almoçar no Lá em Casa, jantar no Augustu’s e quem sabe emendar até o Maracaibo."

Hoje, em vez as costureiras vão relembrar todas as vezes que encontraram o que precisavam, lá no  MANDARIM... Desde 1977 estavam ali, no largo de Nazare´, surpreendendo todos com o que ofereciam às diferentes gerações que por ali passaram.

Eles avisaram em tempo e começam hoje a queimar seu stock.


ANO  QUE VEM NÃO TEM MAIS...
com certeza vamos sentir falta.

E Belém fica cada vez mais pobre... até nesse sentido.

PS 1>  Inez Barata: hoje de manhã, quando quis entrar já estavam fechadas as portas pq tinham mais de 200 pessoas dentro.

PS 2> a casa Salomão, por enquanto se  salvou e ficou bacana depois da repaginada que fizeram...

PS 3- no Comércio so sobrou a Paris n'América.


domingo, 17 de novembro de 2024

A VELHICE, por JOSÉ SARAMAGO...

...que eu condivido inteiramente 

Quantos anos eu tenho?
O que importa isso?
Tenho a idade que escolho e que sinto!
A idade em que posso gritar sem temor o que penso,
fazer o que desejo sem receio de errar,
pois trago comigo a experiência dos anos vividos
e a força inabalável das minhas convicções.

Não importa quantos anos tenho,
não quero saber disso!
Alguns dizem que estou velho,
outros afirmam que estou no auge.
Mas não são os números que definem a minha vida,
não é o que dizem,
mas sim o que o meu coração sente
e o que a minha mente dita.

Tenho os anos suficientes para gritar minhas verdades,
fazer o que quero,
reconhecer velhos erros,
corrigir rotas e valorizar vitórias.
Já não preciso ouvir:
“Você é jovem demais, não vai conseguir”,
ou “Você está velho demais, o seu tempo já passou”.

Tenho a idade em que as coisas são vistas com serenidade,
mas com o desejo incessante de continuar crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos
podem ser tocados com os dedos,
e as ilusões se transformam em esperança.

Tenho os anos em que o amor,
às vezes, é uma chama ardente,
ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão.
Outras vezes, é um porto de paz,
como o pôr do sol que se reflete nas águas tranquilas do mar.

Quantos anos eu tenho?
Não preciso contar,
pois os desejos que alcancei,
os triunfos que obtive,
e as lágrimas que derramei pelas ilusões perdidas,
valem mais do que qualquer número.

O que importa se fiz cinquenta, sessenta ou mais?
O que realmente importa é a idade que sinto,
a força que tenho para viver sem medo,
seguir meu caminho com a experiência adquirida
e o vigor dos meus sonhos.

Quantos anos eu tenho?
Isso não importa!
Tenho os anos suficientes para não temer mais nada,
e para fazer o que quero e sinto.
A idade? Não importa quantos anos ainda tenho,
porque aprendi a valorizar o essencial
e a carregar comigo apenas o que realmente importa!


 PS: tu, mais jovem do que eu (que ja passei dos 80), cresce,  estuda inclusive as leis que guiam uma democracia, viaja olhando-te entorno, acumula experiência e  depois julga os mais velhos, baseando-te, não somente no que ouves dos outros. Cerca o que realmente importa num ser humano. Quem sabe  a ética e a coerência te ajudem a continuar crescendo num modo mais civil,  para poder  julgar ou provocar os outros, sem influências nefastas, ou seja,  mais  democráticamente. 

domingo, 10 de novembro de 2024

OUTONO NA AMAZONIA


AS MANGUEIRAS COM CERTEZA O RECONHECEM.

Morando numa praça cheia de mangueiras, muitas já no fim de sua vida, vejo a passagem do tempo: meu, e delas.

Vejo quando perdem as folhas, enchendo a grama da praça daquelas amareladas. Depois vejo se encherem de floreszinhas, que pouco a pouco se transformam em mangas. É tempo de outono na Europa, quando todas as arvores se desnudam frente aos pinheiros que continuam impertérritos, destemidos, aguentando o frio, como se fosse verão.

Quando chega o período das chuvas aqui, as mangas já estão no fim. Nas praças, não somente os pássaros, mas os adultos já deram cabo de quase todas elas. Daí, no Ver o peso, começamos a ver chegar o: açaí, abiu, abricó, muruci e  pupunhas .

Alias, é mais visível ver a troca no Ver o Peso, quando nos carros de mão substituem a manga com a  pupunha.

Na verdade o açaí tem o ano inteiro, mas,  praticamente, de setembro a Janeiro ele abunda. Quando seu preço aumenta, quer dizer  que a produção caiu. O cupuaçu também temos o ano inteiro, mas tem muito mais nos meses de março, abril e maio.

Das nossas frutas, apenas a Castanha do Pará (em julho) e o Pequiá (em maio ), trocam as folhas... e nem são estrangeiras, como as mangas.

Nem todas as frutas que comemos são amazônicas: a banana, o coco e a manga, por exemplo vem da África. 

VAMOS VALORIZAR O QUE É NOSSO INDEPENDENTEMENTE DA ESTAÇÃO...