Realmente “é preciso conhecer para preservar” e
a pandemia nos dá essa possibilidade.
Você acha que sabe aonde vive? Você acha que conhece assim tão bem a nossa realidade? O que você sabe sobre a poluição sonora, a parte aquela perto da sua casa e que vocêé capaz até de ignorar? Você sabe quantos casamentos aconteciam em um ano na Praça da Sé? Você sabe quantos decibéis as normas nacionais estabelecem para áreas mistas, predominantemente residenciais, como a Cidade Velha e Campina?
Infelizmente a Pandemia, essa desgraça que caiu sobre nossas cabeças, trouxe ao menos um motivo positivo, para pensarmos: praticamente debelou a poluição sonora da área tombada e seu entorno... aliás, quase de toda Belém. Era preciso um covid para isso?
Você sabia quantos casamentos eram feitos nas duas igreja da Praça da Sé, durante o ano, antes da pandemia? Pois todo fim de semana, eram no mínimo quatro, com direito a vários minutos de fogos de artificio durante a saída e as consequentes poses para os fotógrafos, da parte dos noivos e seus convidados. Quantos durante o ano, so ai? e ainda temos as igrejas de S.João Batista e a do Carmo, nessa área tombada.
Você sabia quantas festas religiosas acontecem nas portas das nossas igrejas tombadas durante o ano? Aos casamentos e ao Cirio temos que acrescentar as festas da Padroeira e a de S.João... que não duram so um dia mas podem superar até dez dias seguidos, com bandas musicais e foguetório em frente aos arraiais montados nas portas das igrejas.
Você sabia quantos trios elétricos defendiam as lutas e necessidades várias dos cidadãos paraenses em frente a ALEPA? Os decibéis chegavam a ser CEM, em frente ao Museu do Estado e do lado da Prefeitura e do Instituto Histórico. A queda de estuques ou de quadros, chegavam aos nossos ouvidos através de pedidos desesperados do diretor do MPE, mesmo se ali tem, ou tinha, a sede de um DPHAC.
Você sabia onde o Auto do
Cirio fazia seus ensaios antes do dia fatal (para o patrimônio histórico) da
sua apresentação? Sempre na área tombada: Praça do Carmo ou da Bandeira.
Portanto, não um dia somente de poluição, como muitos respondem, ignorando o que realmente acontece.
Até mudar nome de rua é o caso de pensar se é algo interessante ou é apenas falta de informação. Tem gente querendo mudar até o nome, também, da Marques de Pombal...sem saber que foi ele quem mandou o Landi para ca em 1753, fazendo parte da Comissão portuguesa, que ia discutir com uma identica comissão espanhola (que nunca apareceu), onde terminavam as terras que o Tratado de Tordesilhas dizia serem da ESPANHA. Em 1750 o tratado de Madri tinha, em termos práticos, tentado por ordem nas fronteiras, mas acabou triplicando as áreas economicamente ocupadas por representantes ou indivíduos ligados à atividade colonial portuguesa. O problema so foi resolvido em fins de 1700 e a Amazonia em nossas mãos, aumentou a beça. UTI POSSIDETIS!!!
A causa da Pandemia é uma boa oportunidade, para os vereadores tentarem passar város tipos de ... boiadas.
Viu quantos problemas você tem que conhecer e levar em consideração antes de propor mudança de nomes de rua e principalmente, sugerir batucadas/foguetório ou outras manifestações rumorosas na área tombada, ou no entorno do Museu e do Bosque?
Ignorar não somente as leis em vigor, mas a história e a realidade também, é um péssimo exemplo de programação do uso do território. Pode virar abuso. Evite esses problemas ao Prefeito.
PRECISAMOS URGENTEMENTE NOS CIVILIZAR,
INDEPENDENTEMENTE DO NIVEL CULTURAL.
PS. TOMARA QUE O PREFEITO VETE A MUDANÇA DE NOME DE NOSSAS RUAS, SEM EXAMES PROFUNDOS DESSA NECESSIDADE.
Conhecer não é só o que é agradável, mas também os incômodos e disfunções que ocorrem, que decompõe, não a matéria, mas a alma das coisas, o sentido real de sua existência, o prazer e frui-la.
ResponderExcluirA pandemia nos colocou mais em casa, nos levou para o convívio com a nossa intimidade.
Espero que isso frutifique.