domingo, 20 de junho de 2021

NOSSOS QUINTAIS E A ORLA DE BELÉM


 Suspenderam e adiaram mais uma vez a votação da confirmação do veto de uma lei, que iria favorecer, no fim das contas, a construção de um muro do lado de lá de Belém.

Para atender, como de hábito, interesses escusos e predatórios, começaram derrubando casas antigas, para construir os primeiros edifícios de Belém.

Os quintais enormes, não tanto os das chamadas “rocinhas”, mas de casas de família construídas na Cidade Velha e Campina em meados do século XIX, estão acabando, também. Poucos são os casos de quintais com uma natureza exuberante (causada pelo abandono) ainda existentes na área tombada. Salvaguardar essa parte da nossa memoria seria até util, para mostramos a nossos netos, onde brincavamos quando eramos crianças. 



Esses quintais e áreas verdes situadas atrás e no entorno de cada casarão antigo, muitas vezes foram usados para fazer estacionamentos, ou blocos de pequenos apartamentos para aluguel. Agora porém, querem também aumentar os paredões de cimento, concreto, vidro e aço, no que sobra da orla de Belém.

O Estatuto da Cidade é o nome oficial da Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamentou o capítulo da Constituição de 1988 referente à Política Urbana. Ele estimula as prefeituras a adotar a sustentabilidade ambiental como diretriz para o planejamento urbano, além da participação popular na gestão das cidades. Cria a obrigatoriedade de estudos de impacto urbanístico para grandes obras, como a construção de shopping centers. E coloca, entre os instrumentos do planejamento municipal, a gestão orçamentária participativa.

Tal lei foi ignorada e continua sendo atacada por todos os lados e com diversos niveis "intelectuais" de informação. Vemos isso estes dias, dentro e fora da Câmara de Vereadores de Belém...e também a nivel nacional.

É claro que não se mede o progresso pela altura ou quantidade de edifícios que uma cidade tem...como alguns pretendem. O que mais se mede, aqui, na verdade,  é a alucinada corrida da especulação imobiliária em detrimento da Qualidade de Vida da população em geral. Se, por acaso, vão impedir a circulação do vento, ninguém se preocupa, justamente em uma cidade situada próximo à linha do Equador.

Depois, é bom lembrar que: onde quer que se faça um novo empreendimento comercial, a corrida atrás de uma vaga de trabalho virá de todos os bairros... e de vagas de estacionamento, também, não apenas para os que lá trabalharão, mas para os visitantes e consumidores, também.

Tomara que o atual Prefeito VETE qualquer tentativa a respeito, considerando prioritariamente o atendimento das demandas do interesse coletivo.


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