quarta-feira, 26 de maio de 2021

O "FALO" DO MARCO DA LÉGUA


Estes dias todos falam do ”falo da Fiocruz” a causa de uma senhora, secretaria do governo atual,  ter feito tal referencia aquela construção... ou seja, o identificou com o minarete da Fiocruz.

Por falar em "falos"... alguém com uma mente semelhante a dessa senhora, também decidiu que em Belém tinhamos... um par de FALOS.

 Dizem os antigos que de um canto do atual bairro da Cidade Velha partiram a pés, para medir a primeira légua patrimonial de Belém, que acaba em S. Braz.

No canto da Dr. Assis com a D. Bosco, tem uma casa muito antiga que dizem ter sido, inclusive, sede da Prefeitura de Belém. Trata-se do chamado Palácio Velho, uma singela construção colonial de propriedade da Prefeitura construída em terreno dos salesianos os quais tem o usufruto.

Bem ali, encostado naquela  casa tem um monumento a primeira légua de Belém. Em S. Braz também existe outro identico sinalizando o fim dessa primeira legua patrimonial de Belém.

"Era o dia 29 de março de 1628 quando a Câmara de Belém tomou posse da primeira légua patrimonial, uma espécie de medida que foi concedida por carta de sesmaria de 1627 que, contudo, so foi demarcado seu limite em 1703."

"A tradição romana dos marcos miliares era bem conhecida em Portugal, e a sua função de marcação da  milha nas estradAs romanas. Em Belém assumiria a de marco da légua patrimonial na rota de Pedro Teixeira: bastante coerente."

A localização de um 'falo' na Cidade Velha, porém, "não condizia  com as necessidades ritualísticas que simbolizavam  o nascimento de um primogênito, por não seguir os preceitos da Igreja Católica, portanto não poderia ser transladada à colônia sem ser considerada heresia e sujeita à Inquisição. É improvável que um rito ou tradição pagã fosse portanto associado ao edifício “da prefeitura”.


Parece estranho, mas, até a morte do presidente de Portugal, Antonio de Oliveira Salazar, em 1970, não se encontra em nenhum livro de historia que se estudam nas escolas brasileiras, qualquer referencia a esse monumento chamando-o de 'falo'. De fato,  em Potugal, dizem que ele tinha mandado cobrir até o sexo de todas as estátuas... É so uma constatação/comparação do uso do falo em Portugal, ao menos até meados do século XX, com o sentido que deram aqui...

Aí apareceu em Belém uma lenda urbana dizendo  "que a pedra no canto do Palácio Velho fazia referencia ao nascimento de um varão: o filho promogênito de uma familia nobre. Essa defesa apaixonada pela representação do falo associada à residencia dos mais abastados talvez  tenha se mantido em Belém como um signo prepotente e elitista."

ESTRANHO PORÉM O FATO DE SO TER ESSE FALO EM BELÉM. SO  UMA FAMILIA TEVE UM FILHO VARÃO? SO TIVEMOS  UM PRIMOGENITO NA CIDADE VELHA?

Um amigo dessa fulana que também viu um 'falo' na sede da Fiocruz, mostrou aos paraenses que aquilo era um "falo". Essa opinião foi um sucesso, todos passaram a falar do FALO DO MARCO DA LÉGUA, em vez de uma  PEDRA SERVINDO DE MARCO MILIAR. Freud deve explicar isso ai....

Quero dizer, para ser breve: essa evidência, depende da cabeça, do cerebro de cada um, além, é logico do conhecimento, ao menos um pouco, de história...porém, o mais grave é que ela, naquela mesma fala, assumiu querer destruir a Fiocruz... Mas só se falou do falo.


PS: As informações sobre Belém, são contidas no artigo 

 http://marcosdotempo.blogspot.com/2014/02/palacio-velho-e-marco-falico.html



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