Implantados por Stalin, o
primeiro desses planos foi feito em 1928; o segundo, em 1933; o terceiro, em
1938... e começa a guerra. Foi então interrompido. Já em 1939, o Estado teve
que aumentar os gastos com a indústria militar. Em 1940, eles chegaram a quase
33% do orçamento e, em 1941, a 43%.
Depois da guerra, a
vitória chegou em um país destruído e a principal atenção da URSS foi a reconstrução de fábricas e de habitações...
Esse foi um dos resultados errados daquela programação. No total, a URSS implementou 13 planos quinquenais. O último deles, introduzido em 1989 foi interrompido com o esfacelamento da União Soviética.
No Brasil nunca tivemos
isso. A precariedade habitacional era enorme e volumosa era a demanda. O processo de urbanização brasileiro
priorizou os objetivos de mercado, deixando em segundo plano os objetivos de
desenvolvimento urbano integrado. Com a extinção do Banco Nacional de Habitação
(BNH) em 1986, a redução dos recursos federais para as habitações, foi
significante, com danosas consequências para as classes mais pobres.
Com a Constituição de
1988, as competências entre os níveis de governo relativamente, tanto à
política urbana, quanto à promoção de programas de construção de moradias,
foram modificadas. Em alguns dos nossos estados, a política habitacional passou
a ser melhor do que em outros, ao ponto, até, de decidirem construir casas de
alvenaria, para os indígenas...
Como os nômades soviéticos, nossos indígenas, por questões diversas as abandonaram, e voltaram a viver nas suas ocas. O clima, dentro dessas construções de alvenaria não era igual ao que estavam acostumados. Mas o maior problema é que elas não respeitavam às práticas sociais e culturais da população karajá.
Não sabemos se a arquiteta paulista que decidiu que as moradias dos ribeirinhos de Manaus seriam o tema de seu trabalho final de graduação na USP, conhece a Amazonia, ao menos, o certo é que ganhou até premio internacional por esse estudo. Agora é so esperar que os ribeirinhos apreciem seu esforço intelectual, também.
Não somente os socialistas, mas os capitalistas também erraram nas suas programações. Ambos ignoraram os costumes dessas populações.
Conto essa experiência
para confirmar a importância (frequentemente ignorada pela administração pública) da efetiva participação
das comunidades, através de suas organizações representativas, no processo de
planejamento do desenvolvimento urbano municipal.
ATENÇÃO: Se você se desloca apenas
de automóvel, o que sabe das calçadas... e de empatia???
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