ANTES DA AVENIDA 16 DE NOVEMBRO ser criada em 1902, ali existiu algo bem diferente... Algo a respeito escrevemos em 2015: = https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2015/11/uma-homenagem-av-16-de-novembro.html = agora completaremos detalhadamente para os estudiosos ficarem mais e melhor informados. Esta a fonte Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930) Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br) JARDIM BOTÂNICO DE BELÉM DO PARÁ (1798) . 3 - A MORTE : 1900 Com o
fim da administração de Lacerda (1821) e com a independência do Brasil
(1822), iniciou-se um período no qual o governo deixou de apoiar atividades e
de fazer investimentos naquele Jardim Botânico, o qual foi praticamente
abandonado no período do Primeiro Reinado. A Cabanagem, revolta ocorrida no
final da década de 1830, acabou por destruir o 3 espaço urbano de Belém e as obras do
Complexo São José foram arruinadas. O relato de Paulo José da Silva Gama,
Presidente da Província em 1830, retratava a situação do complexo urbanístico
paraense, mostrando que era uma ficção a existência de estabelecimentos
denominados como Horto Botânico e Jardim das Caneleiras, em virtude do
abandono e desleixo nos quais encontravam-se esses espaços (Códice 676, seção
manuscritos da B.A. Paraense. Apud REIS, 1946, p.12). Em
1859, uma fala do Presidente de Província, Manoel de Frias e Vasconcellos,
ressaltou a situação desastrosa em que se encontrava o Jardim Botânico do
Pará, mas citou que estavam sendo feitos trabalhos de jardinagem no local,
tendo o estabelecimento não só recebido algumas plantas exóticas, como também
aumentado o número de algumas espécies. Além disso, um jardineiro e quatro
auxiliares foram admitidos para prosseguir as obras. Um dos outros projetos
da época era a transferência do jardim para a praça lateral do Palácio,
acreditando existir lá um solo mais frutífero e menos ingrato para a
perpetuação das plantas (FALLA, 1859, p.12 e 13.). Nos
anos que se seguiram, o jardim transformou-se num lugar de recreação, em
decorrência da falta de condições que o reconheceriam como um Jardim
Botânico. Sua decadência foi constantemente atribuída à impropriedade do
terreno em que estava situado. Em 1864, foi autorizada a remoção do
jardim público para o terreno aterrado no cruzamento das estradas do Arsenal e São José; no antigo local
começariam as obras para iluminação a gás. No entanto, a mudança não
significou nenhuma melhora no aspecto físico do horto, sendo a insuficiência
de verba pública apontada como uma das principais razões. No ano de 1866, foi proposta a recuperação do
caráter botânico do jardim, já há muito abandonado, quer seja pelo descaso
dos governos anteriores, quer seja pelo despreparo dos trabalhadores que ali
atuavam. Falava-se novamente na utilidade que o jardim poderia proporcionar
às ciências naturais, desde que cultivado com método. Sugeriu-se a desapropriação,
o aterramento e a arborização de um terreno fronteiro e alagadiço. Aliado ao
aspecto botânico do jardim, pretendia-se conferir-lhe também um caráter de
passeio público, servindo de local de entretenimento à população belenense. No ano
de 1868, o novo jardim público lucrou com um evento que teve grande
repercussão no norte do Brasil: a abertura do rio Amazonas à navegação
internacional. A principal obra realizada para tal evento, o Pavilhão
Comemorativo, foi desmontado após o evento e transferido, com todos os seus
ornatos e confortos, para o jardim público. Nos
anos posteriores, as obras para as melhorias do jardim prosseguiram,
entretanto sem atingir seus verdadeiros fins: o botânico e o público. A
necessidade de desapropriação do terreno próximo à rua do Atalaia continuava,
pois só desse modo seria possível a ampliação do jardim público. Em 1873, o Jardim Botânico foi
arrendado a Manuel da Costa Araripe, um ex-mestre de jardineiro, que tinha
somente a função de abri-lo ao público aos domingos e dias santos, assim como
fornecer flores para o Palácio do Governo em datas festivas. Voltava-se a
falar na impropriedade do terreno no qual o jardim estava localizado, com
inundações em dias de chuva. Uma nova mudança foi sugerida, sendo desta vez
para o largo do Palácio ou para a Praça de Pedro II. Nesse período, o governo
ressaltou a necessidade de um melhoramento do jardim público, sempre
associado à questão da saúde pública. Nessa perspectiva defendia-se a idéia
de que a manutenção do Jardim em bom estado proporcionaria melhores condições
de salubridade para a cidade de Belém, assim como também significaria um
espaço de recreação para seus habitantes. Já em 1879, o então Presidente da
Província do Pará, José Coelho da Gama e Abreu, admitiu o fim do Jardim
Botânico da cidade. Segundo seu relatório, o estabelecimento estava
completamente destruído e tudo havia se transformado num imenso matagal.
Entretanto, não propôs sua restauração, argumentando que a província possuía
outros assuntos mais importantes a tratar (FALLA, 1879, p. 15). Em
1895, foi estabelecido um Horto Botânico, anexo ao Museu Paraense de História Natural e Etnografia,
atual Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. Em 1902, não havia mais nenhum sinal de existência do Jardim Botânico do Pará, e em seu local havia sido construída a Avenida 16 de Novembro. -
JARDIM Botânico de São José . Missionários ( 1659) . Notas pelo Doutor Manuel
Barata. Coleção Manuel Barata Lata 294 – Pasta 17. (IHGB) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário