domingo, 15 de novembro de 2015

Uma homenagem a Av. 16 de Novembro.


Perguntei semana passada, no meu Face, se alguem sabia porque 16 de novembro é uma data importante, e duas senhoras me responderam:
 Iva Muniz: Li que foi a data em que o Pará aderiu à República, em 1889.
Sandra Dias: era conhecida como largo de São Jose e foi nosso primeiro jardim botânico, e o mudou em 1889 para 16 de novembro por adotar nesta data o novo regime politico do Brasil, a Republica.

Antes disso, porém, ali existia somente agua. Antes de aterrarem o alagado do Piry, que, naquela ocasião, ia até o atual S. José Liberto, se passava por aquele chamado Juçara, hoje o canal da Tamandaré.  Esses alagados eram o Igarapé Juçara, que encontrava,  antigamente, o  Igarapé do Piry, formando a ILHA DA CIDADE,  hoje a parte tombada da CIDADE VELHA. Os rios continuam a circunda-la, na outra extremidade.

ESTA FOTO É DE MEADOS DE 1800, QUANDO SE CHAMAVA ESTRADA DE S. JOSÉ


Pois bem, teve um período que esta rua nos proporcionava esta visão, a partir do canto dos Bombeiros. até a Pça Amazonas: um corredor de palmeiras imperiais. 
Quando cheguei para morar na casa de n. 28, as duas primeiras palmeiras, ja não existiam e do outro lado ainda existia uma casa com duas janelas que depois foi derrubada para aumentar a area dos Bombeiros.


A avenida acabava em frente ao Presidio S. Jose que era ladeado por duas Praças: Amazonas e S.José.

Ela nasceu no lugar onde ficava o alagado do Piri, e os “baixios da Juçara” como chamavam então, o "lago" que rodeava a Cidade do Pará no tempo da sua fundação em 1616. Os "baixios', de um lado,  o rio Guamá, do outro, além de todo aquele alagado que existia a leste e que durante alguns anos foi um obstáculo para a expansão da cidade, e que transformavam a nascente Cidade Velha, praticamente, numa ilhota, chamada Cidade Pará.


 Mais tarde essa área alagada foi aterrada (em1803) pelo então Governador Dom Marcos de Noronha e Brito e daí começou a nascer a Estrada de S. José, que levava o povo de onde hoje é o Ver-o-peso até o antigo local onde funcionou a fazenda/olaria  S. José, que Landi alugou depois que os jesuítas e outros padres foram expulsos daqui, nos idos de 1700. No  local dessa olaria, hoje temos o Polo joalheiro.


 No entorno do Largo do Redondo,  situado no cruzamento da av 16 de Novembro com a rua de Óbidos, tivemos, primeiramente, o horto das Caneleiras. Ali eram  depositadas as plantas que chegavam de Caiena durante a ocupação portuguesa, entre 1809-1817. Era, praticamente um jardim de aclimatação de plantas que depois eram mandadas ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.



 Anos depois, o fim da Av. 16 de Novembro foi embelezado com duas praças que tinham no meio o então Presidio S. José, hoje libertado (não sei de que), com sua capelinha.





Suas palmeiras viveram mais de cem anos, mas o crescimento de Belém, a poluição e os urubus que vinham dormir nelas, acabaram com essa vista. Hoje restam, no máximo, meia duzia delas que embelezaram a 16 de novembro, desde a casa de  n. 28  onde vivi (de fronte dos fundos dos Bombeiros) de 1948 até  1969, quando sai da casa da Pça Amazons n. 11 (em frente ao presidio s. José), para o mundo.



Nos anos 40 ainda existiam palmeiras  em frente a praça Felipe Patroni. Esse pedaço de rua, entre a av. Portugal e a João Diogo, em fins dos anos 40 passou a se chamar Desembargador Inácio Guilhon.


 A direita, nos altos de uma mercearia, onde morei até 1969  hoje tem um edificio, e a esquerda, estava o prédio da familia Guilhon, o qual foi transformado em um posto de gasolina.

Hoje, aquela maravilha  está assim... irreconhecivel, com uma de suas ultimas palmeiras a vista.


Dulce Rosa de Bacelar Rocque

Fotos de Belém Antiga

2 comentários:

  1. 2020- Notei que essa palmeira que existia no ulti o quarteirão, também não existe mais. Devem ter sobrado somente quatro, entre a Tamandaré e a Veiga Cabral.

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  2. Triste de ver como estragaram mais este belo e aconchegante local na querida cidade das mangueiras Belém

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