Perguntei semana passada, no meu Face, se alguem sabia porque 16 de novembro é uma data importante, e duas senhoras me responderam:
Iva Muniz: Li que foi a data em que o Pará aderiu à República, em 1889.
Sandra Dias: era conhecida como largo de São Jose e foi nosso primeiro jardim botânico, e o mudou em 1889 para 16 de novembro por adotar nesta data o novo regime politico do Brasil, a Republica.
Antes disso, porém, ali existia somente agua. Antes de aterrarem o alagado do Piry, que, naquela ocasião, ia até o atual S. José Liberto, se passava por aquele chamado Juçara, hoje o canal da Tamandaré. Esses alagados eram o Igarapé Juçara, que encontrava, antigamente, o Igarapé do Piry, formando a ILHA DA CIDADE, hoje a parte tombada da CIDADE VELHA. Os rios continuam a circunda-la, na outra extremidade.
ESTA FOTO É DE MEADOS DE 1800, QUANDO SE CHAMAVA ESTRADA DE S. JOSÉ
Pois bem, teve um período que esta rua nos proporcionava esta visão, a partir do canto dos Bombeiros. até a Pça Amazonas: um corredor de palmeiras imperiais.
Quando cheguei para morar na casa de n. 28, as duas primeiras palmeiras, ja não existiam e do outro lado ainda existia uma casa com duas janelas que depois foi derrubada para aumentar a area dos Bombeiros.
A avenida acabava em frente ao Presidio S. Jose que era ladeado por duas Praças: Amazonas e S.José.
Ela nasceu no lugar onde ficava o alagado do Piri, e os “baixios da Juçara” como chamavam então, o "lago" que rodeava a Cidade do Pará no tempo da sua fundação em 1616. Os "baixios', de um lado, o rio Guamá, do outro, além de todo aquele alagado que existia a leste e que durante alguns anos foi um obstáculo para a expansão da cidade, e que transformavam a nascente Cidade Velha, praticamente, numa ilhota, chamada Cidade Pará.
Mais tarde essa área alagada foi aterrada (em1803) pelo então Governador Dom Marcos de Noronha e Brito e daí começou a nascer a Estrada de S. José, que levava o povo de onde hoje é o Ver-o-peso até o antigo local onde funcionou a fazenda/olaria S. José, que Landi alugou depois que os jesuítas e outros padres foram expulsos daqui, nos idos de 1700. No local dessa olaria, hoje temos o Polo joalheiro.
No entorno do Largo do Redondo, situado no cruzamento da av 16 de Novembro com a rua de Óbidos, tivemos, primeiramente, o horto das Caneleiras. Ali eram depositadas as plantas que chegavam de Caiena durante a ocupação portuguesa, entre 1809-1817. Era, praticamente um jardim de aclimatação de plantas que depois eram mandadas ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Anos depois, o fim da Av. 16 de Novembro foi embelezado com duas praças que tinham no meio o então Presidio S. José, hoje libertado (não sei de que), com sua capelinha.
Nos anos 40 ainda existiam palmeiras em frente a praça Felipe Patroni. Esse pedaço de rua, entre a av. Portugal e a João Diogo, em fins dos anos 40 passou a se chamar Desembargador Inácio Guilhon.
A direita, nos altos de uma mercearia, onde morei até 1969 hoje tem um edificio, e a esquerda, estava o prédio da familia Guilhon, o qual foi transformado em um posto de gasolina.
Hoje, aquela maravilha está assim... irreconhecivel, com uma de suas ultimas palmeiras a vista.
Dulce Rosa de Bacelar Rocque
Fotos de Belém Antiga
2020- Notei que essa palmeira que existia no ulti o quarteirão, também não existe mais. Devem ter sobrado somente quatro, entre a Tamandaré e a Veiga Cabral.
ResponderExcluirTriste de ver como estragaram mais este belo e aconchegante local na querida cidade das mangueiras Belém
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