domingo, 3 de julho de 2022

AÇÕES IRRACIONAIS...

 ... QUE COMPROMETEM O NOSSO PATRIMÔNIO


Conceitos mais recentes de urbanismo recomendam a revitalização de centros históricos das cidades, visto que muitos deles apresentam situação de intenso abandono e degradação.

As intervenções nesses sítios específicos do tecido urbano, porém têm que ser efetuados com redobrado cuidado e seriedade, concebidos por uma equipe multidisciplinar altamente habilitada tecnicamente para a empreitada, sob o comando de gestores públicos comprometidos com o atendimento das demandas do interesse público e do bem comum.

Tais precauções destinam-se a inserção de vida pulsante e dinâmica nos centros históricos, mas com a certeza de que todos os usos e atividades tenham um caráter de equilíbrio e sustentabilidade, e que fique garantida a preservação de toda a estrutura física desses sítios, e de um convívio social harmônico.

No Centro Histórico de Belém, mormente na parte tombada da Cidade Velha, sabe-se lá com que motivações, agentes públicos titulares das entidades supostamente responsáveis pela autorização, fiscalização e controle de eventos e atividades, tem permitido a instalação de estabelecimentos e realização de eventos que atraem grande afluxo de público e trânsito de veículos automotores (sem a necessária previsão de vagas de estacionamento suficientes), e que são incompatíveis com infraestrutura e a capacidade do bairro.

Assim consequentemente, e de modo recorrente, veículos automotores são estacionados irregularmente sobre calçadas de pedras de liós (tombados) e canteiros das praças, reprodução de músicas e outros sons em níveis acima dos limites estabelecidos em lei, que provocam poluição sonora.

Embora seja possível e recomendável a concepção de alternativas mais racionais e sustentáveis de mobilidade urbana no Centro Histórico de Belém, integradas ao sistema convencional de transporte público da cidade, por incrível que pareça, ainda transitam nas estreitas vias daquela área, ônibus, caminhões e carretas enormes e com peso muito acima do que seria adequado.

Toda essa irracional e injusta situação provoca perturbações ao sossego público, e trepidações e progressivos danos à infraestrutura urbana, e às edificações e monumentos públicos e privados, comprometendo a preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico remanescente de nossa Belém.

Pedro Paulo dos Santos: arquiteto e urbanista.

PS: hoje é domingo e se prevê a presença de muita gente motorizada pela Siqueira Mendes e, pelos convites que vemos, o ReXPa vai chamar mais gente, ainda. Vão respeitar a proibição de fogos barulhentos? Quem vai controlar isso na cidade inteira????


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