Há três anos atrás esta Associação teve o prazer de reunir um grupo de pessoas disponíveis a ceder seus conhecimentos e seu tempo livre para verificar como andava a poluição sonora no tempo do carnaval, na área tombada da Cidade Velha.
Era em discussão qual o nível dos decibéis durante tais folguedos e a CIVVIVA achou necessário e oportuno fazer uma medição dessa realidade afim de oferecer argumentos para a defesa do nosso patrimonio histórico e das pessoas e animais que vivem nessa área.
Em junho de 2019 ficou pronto o Relatório das Atividades realizadas para a medição dos níveis de Pressão Sonora durante o Pre-carnaval daquele ano, na área tombada do BAIRRO DA CIDADE VELHA – BELÉM/PA.
Tal documento foi fruto deste Grupo de
realizadores e a eles vai o nosso agradecimento
MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI - MPEG
Núcleo de Engenharia e
Arquitetura – NUENA
Dr. Antonio Carlos Lobo
Soares
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano – PPDMU
Prof.ª Dr.ª Helena
Lucia Zagury Tourinho
Curso de Arquitetura e
Urbanismo
Prof.ª MSc. Marcela
Marçal Maciel Monteiro
Prof. MSc. Emerson
Bruno de Oliveira Gomes
Arq.
Ana Beatriz Fernandes de Macedo – Mestranda do PPDMU, Bolsista da CAPES/PROSUP
Arq. Roberta Safira da
Silva Barros – Mestranda do PPDMU, Bolsista da UNAMA
Daniele C. Silva Cabral
– Graduanda de Arquitetura e Urbanismo, Bolsista Santander
Nadime Alvarenga Froes
– Graduanda de Arquitetura e Urbanismo, Bolsista do PIBIC/CNPq
Rodinelson da Silva
Moraes– Graduanda de Arquitetura e Urbanismo, Bolsista do CNPq
Rayssa Silva Souza –
Graduanda de Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA
Laboratório de Acústica
– FAU/ITEC
Prof.ª Dr.ª Elcione
Maria Lobato de Moraes
Arq. MSc. Denilson
Riccele Ramos
Mayanne Silva Farias –
graduanda de Arquitetura – bolsista PIBIC/UFPA
Eng. Civil Paulo Chagas
– mestrando em Arquitetura PPGAU/UFPA
Iago Rodrigues – colaborador
LAAC/FAU/ITEC
Grupo de
Vibrações e Acústica – GVA
Prof. Dr. Gustavo da
Silva Vieira de Melo
Bianca Pereira –
mestranda em Arquitetura PPGAU/UFPA
Eng. Mecânico Gerardo
Alves Nogueira Braga Neto – Mestrando do PPGEM\UFPA
Eng. Mecânico Gabriel
Soares Quixaba – Mestrando do PPGEM\UFPA
Empresa Resound Ltda
Eng. Me. Jeferson de Oliveira Bezerra
BELÉM, 11 DE JULHO DE 2019
I.
INTRODUÇÃO
O presente relatório foi elaborado
por um Grupo de Instituições de ensino superior e pesquisa, e empresa privada, constituído
por professores e alunos, pesquisador, profissionais e cidadãos engajados, que
se dispuseram, de forma voluntária, a emprestar o seu apoio cidadão e
profissional à Associação Cidade Velha Cidade Viva (CIVVIVA).
A
CIVVIVA foi fundada em 09.11.2006 como uma instituição da sociedade civil, sem
fins lucrativos, com duração por tempo indeterminado, que tem sede Praça do
Carmo 68, bairro da Cidade Velha e foro na cidade de Belém, Capital do Estado
Pará. Os objetivos da CIVVIVA encontram-se no endereço eletrônico: https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2007/10/estatuto-da-civviva.html.
Recentemente a Camara Municipal a reconheceu como de Utilidade Pública para
o Município de Belém, com LEI Nº 9368 DE 23 DE ABRIL DE 2018.
A
sociedade belenense tem acompanhado a luta dos integrantes da CIVVIVA para
preservar a Cidade Velha, tendo ao seu lado a legislação urbanística, inclusive
a de Preservação do Patrimônio Histórico de Belém (Lei nº 7.709/1994) e, contra
si, de um lado, ações descoordenadas das instituições responsáveis pela
aplicação e fiscalização das leis e, de outro, iniciativas de organizações não
governamentais de revitalizar espaços da Cidade
Velha, que acabam por gerar
novos conflitos com os moradores.
Para dirimir um dos conflitos, o referente ao
nível de ruído provocado por blocos carnavalescos no bairro, a presidente da
CIVVIVA, Economista Dulce Rosa de Bacelar Rocque, solicitou apoio para a
realização de medições dos níveis sonoros produzidos pela atividade de Pré-carnaval
agendada para as tardes de sábados e domingos do mês de fevereiro e março de
2019 no “Corredor da Folia”, correspondente aos 600 metros de extensão da Rua
Dr. Assis, com início na Praça Frei Caetano Brandão e término na Av. Tamandaré,
além da Rua Siqueira Mendes.
Ressalte-se
que o excesso de ruído, interpretado como um som (conteúdo, contexto e
coerência entre seus diferentes componentes) desagradável ou indesejado e as
vibrações no solo devido ao tráfego de veículos pesados, podem causar danos às
pessoas e ao patrimônio, motivo pelo qual o Conselho Nacional de Meio Ambiente
– CONAMA adotou os limites dos níveis de pressão sonora em 55 dB (cinquenta e
cinco decibels) para o período diurno e 50 dB para o noturno, estipulados pela
NBR 10.151/2000 para zonas mistas com predominância residencial (ABNT, 2000).
A
preocupação da CIVVIVA com a preservação dessa parte do Centro Histórico de
Belém, se insere, portanto, não apenas no âmbito do cumprimento de leis federal,
estadual e municipal que regulam os níveis de ruídos admitidos em espaços
urbanos, como naquelas que protegem, moradores e imóveis antigos e tombados em
áreas que guardam acervos arquitetônicos sensíveis como igrejas, museus e
residências.
O
presente Relatório faz uma breve caracterização de parte da área da Cidade
Velha - tombada como patrimônio histórico nacional e que se insere no Centro
Histórico de Belém - apresenta e discute os dados obtidos em medições sonoras
realizadas em quatro locais, em momentos distintos: 16 de fevereiro de 2019, durante
as atividades de Pré-Carnaval
e 23 de março de 2019, encerrado o período de carnaval, e apresenta as considerações
finais sobre a interferência do evento no ambiente sonoro do bairro da Cidade
Velha.
Assim sendo, o grupo de voluntários oferece elementos técnico-científicos confiáveis à construção de argumentos capazes de equilibrar os interesses em jogo, em prol da preservação do patrimônio belenense, paraense e nacional.
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COM A CHEGADA DA PANDEMIA O PROBLEMA FICOU SUSPENSO, MAS TAL POLUIÇÃO CONTINUA A EXISTIR ATÉ POR OUTRAS FONTES .
O RESULTADO DESSA MEDIÇÃO, EM POSSE DA CIVVIVA, DEVERIA SERVIR COMO BASE DE DECISÕES A RESPEITO DA DEFESA DA ÁREA TOMBADA E SEU ENTORNO, DE QUALQUER TIPO DE MANIFESTAÇÃO QUE POSSA CAUSAR DANO A ÁREA EM QUESTÃO. NO MININO APLICANDO AS NORMAS EM VIGOR E FAZENDO O DEVIDO CONTROLE DOS DECIBEIS... E APLICANDO AS SANÇÕES PREVISTAS, SEM AS QUAIS NENHUM RESULTADO SE CONSEGUIRÁ.
É oportuno lembrar que, ao adotar os limites dos níveis de pressão sonora o CONAMA não levou em consideração as áreas tombadas em algumas cidades brasileiras e sua importância para a salvaguarda da nossa memória. Existe portanto a possibilidade de diminuir ainda mais tais níveis de pressão, levando em consideração a defesa do nosso patrimônio histórico construído.
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