quinta-feira, 8 de julho de 2021

OS TANTOS ABUSOS, AGRESSÕES, E ILEGALIDADES, ALÉM DO TRÂNSITO DE VEICULOS PESADOS NA ÁREA TOMBADA...

O Atacadão ainda não começou a funcionar, e, apesar da pandemia ainda em cena, notamos o aumento do movimento de veículos pesados nas ruas estreitas da área tombada dos bairros da Cidade Velha e da Campina. 

  Em primeiro lugar, em Belém, falta uma delimitação precisa da área preservada como centro histórico. É algo notório que a falta de sinalização da área tombada, entre outros fatores, prejudica a efetiva salvaguarda, defesa e proteção da mesma. Os veículos entram e saem sem encontrar algum tipo de proibição, seja quanto ao seu peso que quanto a seu comprimento. 

 O estacionamento de enormes ônibus de turismo (com poucos turistas) e caminhões descarregando produtos em frente as igrejas da Praça da Sé, ou nas praças do Relógio e D. Pedro II, é possível em virtude, principalmente, de falta de regulação e disciplina (proibições/indicações a respeito). (*) 


É necessário regulamentar o trânsito dos vários tipos de veículos na área tombada, como fundamental garantia à preservação do patrimônio histórico. As construções não são todas de um mesmo tipo de material, o que podemos notar, inclusive, pela espessura das paredes, pois nem todas são de pedra. Se torna necessário, de um lado, levar em consideração a intensidade do tráfego pesado e, por outro lado, a natureza das construções, que podem ser mais sólidas ou mais frágeis, o que  nos deveria lembrar, inclusive,  o efeito que causa a chuva, também.

 É necessário buscar formas mais adequadas para a preservação desse patrimônio, que vemos cada dia mais abandonado. Seria oportuno, urgente e necessária à articulação da política cultural com as demais políticas setoriais que incidem sobre a cidade. Englobar o desenvolvimento urbano, o meio ambiente, a educação, o turismo e outras mais, num projeto abrangendo a área tombada como um todo: seria o mínimo a ser feito. 

 Muitos dos prédios ali situados, foram construídos num período em que não existiam os veículos pesados que vemos hoje circular, livremente, numa área de preservação da nossa memória. É evidente que a trepidação é extremamente prejudicial aos vários tipos de construções existentes, causando, no mínimo, contrações nas estruturas, além de danos físicos e ambientais. 

 Além dessa percepção dos efeitos perigosos da trepidação, devemos também levar em consideração quanto aos danos que produz no patrimônio, a poluição sonora. Neste momento, a pandemia provocou uma diminuição nos ruídos provocados, não somente pelos fogos de artificio ou música alta produzida por bandas ou trios elétricos,... A expectativa, porém, é que logo recomecem com força total. 

Encontramos todo tipo de empecilhos ao andar a pé pelas ruas estreitas, em cujas calçadas basta a existência de um poste para empurrar o pedestre para o meio da rua. São tantos os obstáculos para o livre caminhar dos transeuntes, não somente veículos de vários tipos estacionados irregularmente sobre as calçadas tombadas de pedra de lióz, mas também o rebaixamento de algumas calçadas para permitir a entrada de veículos nos porões transformados em garagens. 


Vários prestadores de serviços que consertam  máquinas/motores/bicicletas... operam seus trabalhos sobre as calçadas em frente aos imóveis ocupados. Outros comerciantes, expõem os produtos à venda exatamente sobre as calçadas. Fornecedores de comida pronta dispõem mesas e cadeiras sobre as calçadas para vender suas comidas ... E o pedestre por onde deve andar? 

 O tráfego intenso no centro histórico, a poluição sonora, visual, e ambiental, além da descaracterização da identidade na paisagem urbana local, que inclui a inserção de cores fortes nas fachadas das casas, além da proliferação do uso de vidro fumê nos vãos de fachadas, são elementos que devem ser levados em consideração, caso se tenha a intenção de, realmente, defender o que resta da nossa memória histórica.  


Com essas cores a memória de quem estão salvando? 

Que tipo de salvaguarda, defesa e proteção do patrimônio é esse?















 (*) OS PRÉDIOS INCENDIADOS NA ÁREA TOMBADA DA CIDADE VELHA (Bechara Mattar e Grisólia) BEM QUE PODERIAM SER TRANSFORMADOS EM ESTACIONAMENTOS PARTICULARES ... liberariam as calçadas para os pedestres.

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