terça-feira, 15 de abril de 2025

MARCO TEMPORAL DO PATRIMÔNIO...

 

Ultimamente ouvimos falar muito em Marco Temporal relativamente a demarcação de terras indígenas. De quem eram as terras antes da Constituição de 88?... eu acho que eram dos índios, mas aqui quero alargar o âmbito do Marco Temporal a outro argumento.

   Prédio do atual Forum Landi antes da modificação da fachada com o fechamento de suas portas

A defesa do nosso patrimônio histórico, principalmente àquele “construído”, começa quando? Ele já existia antes do tombamento e o que notamos? Que é depois das várias leis de tombamento, que vimos as contradições acontecerem, dirigidas pelos vários Masters e PHDs que se apoderaram do argumento. Desse jeito só ajudam a destruir/modificar mais ainda nossa memória histórica.

Usando um exemplo recente: o tombamento de parte da Cidade Velha pelo IPHAN em 2012. Os prédios, as praças e as ruas dessa pequena área deveriam ser salvaguardados e defendidos para proteger nossa memória histórica. De que jeito? Nenhum advogado ou legislador entrou em detalhes depois do ato do Iphan.


                                                       Praça do Caarmo, anos 50.

Acontece que os proprietários e moradores começaram a notar opiniões e decisões diversas relativamente a modificação das casas, incluindo a cor das mesmas. Durante as discussões sobre o uso do dinheiro do PAC das Cidades históricas, a superintendente do IPHAN definiu o tombamento como a manutenção da área como se encontrava no momento do tombamento. Tipo uma fotografia de então.

Todos entendemos que não se poderia modificar a frente das casas, por exemplo, mas dentro também, tinha quem assim decidiu... mas não escreveu. As buzinas não foram proibidas assim como a poluição sonora, o asfaltamento dos paralelepípedos, e a cor das casas, idem. Nada desses detalhes estava escrito em algum ato posterior a data do tombamento, assim cada um dizia e fazia a seu modo.

Ex travessa da Vigia,hoje Felix Rocque

A nossa memória começou a mudar e ficar colorida pois a cor das casas começaram a mudar tendo como referência um arco íris de cores fortes... Os termos “salvaguarda, defesa, proteção” foram ignorados com a desculpa dada por um  Master de que: “não tinha lei que proibisse”. O sentido dessas palavras foram totalmente ignorados e o carnaval de cores na Cidade Vellha começou a se alastrar, assim como as buzinas, os fogos de artificio e a poluição sonora.

Como pensavam essas pessoas que autorizavam opróbios nessa área tombada, de defender e salvaguardar nossa memória histórica? Como podiam se lembrar de casas coloridas do lado das casas azulejadas, se eram todas de cores tênues e principalmente amarelas...


      Calçada da rua Dr.Assis, com degraus para evitar a entrada da chuva, nas lojas.

A falta da cultura do “direito” como matéria de estudo, é um dano enorme para com a defesa do nosso patrimônio. A falta de conhecimento do valor das palavras é outro indício de despreparo, superficialidade e/ou incompetência. As leis não falam de embelezamento das áreas tombadas...como alguns arquitetos fizeram.

Na falta de uma lei complementar ao tombamento, uma explicação do sentido ao menos das palavras salvaguarda, defesa, proteção, conservação, preservação,  podia ser feita criando um marco temporal para as áreas tombadas.  Ficaria assim bem claro, que, depois de um tombamento, todas as construções da área tombada devem receber o mesmo tratamento, sejam elas do poder público ou propriedades privadas. Assim sendo se evitaria, inclusive, o carnaval de cores onde nunca existiram.

Tal Marco Temporal do Patrimônio ou do tombamento, serviria para deixar claro  à sociedade  uma data de referência para que a preservação seja feita  de forma mais correta, justa, ordeira, ética e coerente com a intenção que levou ao tombamento: resguardar nossa memória histórica.

 

P.S. No inicio da atividade do Forum Landi foram feitas fotografias de todas as casas da area tombada da Cidade Velha. Não sei se a cores ou em branco e preto, mas devem existir nos arquivos.

 

domingo, 13 de abril de 2025

SOBRE BELÉM...

 

O que podemos dizer de Belém???

- Que foi fundada em 1616;

- Que tivemos altos e baixos;

- Que, redescoberta pelo Marques de Pombal em meados de 1700, tivemos o período das criações de Landi;

- Que, depois de tanta injustiça, prepotência, abusos, violência, injuria, vexação soprafação.., o povo se levantou e aconteceu a Cabanagem;

- Que, de desconhecida, veio a tona com o período da borracha;

- Que Lemos a transformou, embelezando-a;

- Que foi totalmente abandonada, depois da entrada da Inglaterra no Mercado do 'cauciu', borracha, hevea brasiliense;

- Que JK, com a abertura da BR316, tentou uni-la ao resto do Brasil;

- Que o "progresso" aproveitou para começar a destruir nosso patrimônio histórico;

- Que os azulejos da Cidade Velha começaram a desaparecer;

- Que o asfalto começou a cobrir nossos paralelepípedos em troca do aumento do calor;

- Que edifícios começaram a substituír os casarões antigos;

- Que as calçadas de liós viraram estacionamento;

- Que o carnaval com bandinhas e mascarados, foi substituído com aquele baiano (trios elétricos e abadas).

- Que as cores tênues das casas foram substituídas com cores gritantes, salvando a memória sabe la de quem;

- Que a poluição sonora se instalou na Cidade Velha, ajudando a destruir o que sobrou;

- Que, além da UFPa, até as igrejas abusam com ruídos desde os fogos barulhentos;

- Que não existe fiscalização de obras, e que nem sempre são autorizadas;

- Que, sejam as leis que o sentido de muitas palavras da nossa lingua, são deconhecidos até pelos intelectuais;

- Que a cidadania é ignorada no momento de decidir o que fazer na cidade e...

- ...que tem muita gente incompetente na administração pública.

 

DESSE JEITO COMO SALVAGUARDAR 

A SUA HISTÓRIA E A NOSSA MEMÓRIA?









terça-feira, 8 de abril de 2025

TRÁFEGO/POLUIÇÃO? QUEM CONTROLA?

 

Como continuam a passar carretas enormes pela área tombada da Cidade Velha, não podemos deixar de perguntar: mas quem defende o patrimônio histórico em Belém?

Tentando encontrar o responsável por vários problemas que vemos se repetirem descobrimos que, anos atras, aliás já em 1999 encontramos  uma proposta de lei (processo 310/99) relativa a proibição do transito de veículos superiores a 3,5ton, nas ruas que contornam a igreja de Sto.Alexandre e o Centro Histórico de Belém. Essa proposta  do vereador Guto Coutinho teve o parecer contrário da Associação Comercial.

 O problema voltou a tona após o tombamento de parte da Cidade Velha pelo Iphan. De fato reaparece em 2013 com uma proposta do jovem vereador Thiago Araujo relativa ao processo n. 0121/13. Nos atos notamos a presença de uma nota  em data 22.03.2013, do SETEP ao relator da proposta onde são relacionados 8 pontos informando apenas as leis em vigor e os processos em andamento. Não tem um parecer, é apenas informativo da situação.

Descobrimos assim um pouco da história dessa luta:                           - o proc. N.828/90 do vereador Luiz Seffer, sobre circulação de caminhões na Cidade Velha ser rejeitado em plenário;

- o proc. N. 679/91 do vereador Raul Meireles proibindo tráfego de veículos na Cidade Velha ser arquivado por não cumprir determinações legais;

- o proc. n. 156/92 do vereador Venício Vinagre proibindo o tráfego de veículos com mais de 4ton. no trecho entre a rua Cel. Fontoura, Av. 16 de Novembro, atrás do palácio Antônio Lemos e pça. Felipe Patroni. A Comissão de Justiça deu parecer contrário e foi arquivado.

- o proc. N. 3310/99 do vereador Augusto Coutinho proibindo o tráfego de veículos superior a 3,5 ton. nas vias do entorno da igreja de Sto. Alexandre, Centro Histórico. Obs: Diligencia. !!!

O que podemos notar é que os vereadores até fizeram algo para evitar os danos do trânsito pesado na Cidade Velha, mas a Câmara mesmo, em algum modo, inviabilizou qualquer efeito positivo...

Quanto as leis em vigor citadas no documento da SETEP temos:

- Lei n. 7.521 de 27.07.91 proibe o  tráfego de veículos com peso superior a 3,5 ton, no entorno de Teatro da Paz, praticamente;

- Lei n. 7. 605 de 05.04.93 torna defeso o tráfego no entorno do Museu Emilio Goeldi;

- Lei 7.709 de 18.05.94 sobre preservação e proteção do patrimônio histórico/cultural/ambiental/artístico de Belém.

- Lei n. 7.792 de 14.06.96, proibição de circulação de veículos transportadores de carga com peso superior a 4 ton. no perímetro urbano de Belém.

É o caso de perguntar: alguém mede a poluição ambiental causada ao nosso patrimônio por todo esse movimento de veículos no centro histórico? Se até decibelimetros são raros...












Paralelamente fomos verificar a situação da luta a poluição sonora, e encontramos o Código de Postura que com Lei n° 7.055 de 30.12.1977, levando em consideração o respeito ao direito individual e coletivo,  estabelece as providências relativas a poluição sonora.

Entre as  sugestões temos:

- A proibição de ruídos excessivos se encontra no art.63 do Código de Postura e não faz nenhuma exceção, contrariamente ao que vemos acontecer.

- O sossego da população pretendido pelo art. 79, continua a ser um atentado à tranquilidade pública,  pois são, inclusive, autorizados por órgãos públicos.

- No art. 80 é prevista a regulamentação do horário de várias atividades rumorosas, que também não são transformados em atos concretos.

- Quem autoriza festas “ruidosas” em frente a igrejas, escolas, hospitais,  etc.. contrariamente ao que estabelece o art. 81 do Código de Postura?

Se vê que , quanto mais antiga é a lei, menos é conhecida e respeitada. É o que acontece com o art.42 do Decreto Lei n. 3.688 de 03/10/1941. De fato nos incisos I a III estabelecem o que fazer frente a gritaria e algazarra  quando perturbam alguém, o trabalho ou o  sossego alheios. Mas quem aplica isso?

Conhecendo estes e outros artigos de normas em vigor que podem ser usadas para defender/salvaguardar/proteger nosso patrimônio histórico e cultural, além dos cidadãos, nos perguntamos: como trabalham os órgãos que deveriam aplicar o Código de Postura? Quem controla o respeito das leis acima citadas? Não tem punição para o funcionário que desatende as normas em vigor? Será que na surdina revogaram esses artigos e ninguém retirou da internet as leis em questão?

O cobertura do canal da Tamandaré aumentou o transito de carretas na Dr.Malcher...Quem se preocupa com a trepidação e consequentes danos nas casas da área tombada?

O certo é que o nosso arcabouço legislativo é completamente ignorado e no meio tempo vamos perdendo pedaços do nosso patrimônio, e prejudicando também a propriedade privada que se encontra na área tombada além da dignidade do cidadão que ousa reclamar ou denunciar os abusos resultantes desse comportamento e não vê alguma providência ser tomada.

 

 


domingo, 6 de abril de 2025

VAMOS APLICAR AS LEIS????

 

 Descobri estes dias o motivo que, difamadores, espalharam por aí relativamente  ao "porquê"  fundei uma associação na Cidade Velha, em 2007... data essa que eles ignoram, inclusive. kkkkkk.

O motivo, na verdade éoutro bem mais sério, Uma manhã, em fins de 2006, acordamos e descobrimos que tinha incendiado uma casa, aliás uma palafita, na ruinha que beira o rio, paralelamente aos muros da igreja di Carmo. O Forum Landi estava nascendo e comentei o fato com o Flavio Nassar e ele me convidou a ir a uma reunião que teria naquela manhã,  com a Fumbel, cuja sede era no largo da Sé. Alí  eu poderia colocar o problema e ver se conseguiria algo.

La fomos nós com a Elna Trindade também, e ali depois de falar do incêndio, sugeri algo a ser feito naquela beirada onde crianças moravam sem a menor dignidade.... ao que a presidente perguntou quem eu era e a Elna disse: é da Associação de Moradores “Cidade Velha Cidade Viva”, que nem existia, ainda...

Na saída rimos da esperteza da Elna e aproveitei a ocasião para sugerir a fundação da futura CIVVIVA, e de noite comecei a recolher as assinaturas a tal fim...Questão de defesa da cidadania, falei.

Naquela época o carnaval aqui na CV era comandado pelo Eloy Iglesias e o Kaveira. Bandinha e mascarados formavam o perfil da festa e eram financiados pelas cervejarias. O problema que tinhamos era o que sobrava para os moradores, na praça. Ninguem limpava nada depois da festa e as latinhas ficavam dias a fio, ali na praça, enfeitando o meio ambiente.

Não tinha poluição sonora, mas não tinha banheiros, também. Tanta foram as reclamações que  fizemos a respeito disso que começaram a limpar a praça e os banheiros apareceram. Problema resolvido.

Um haker inimigo de civilidade e amigo sabe la de quem, que carregou com o dinheiro da Civviva dizendo que ia fazer um “site” para controlarmos o patrimônio da área,  simplesmente anulou este blog e fez desaparecer todos os artigos e fotos que tinhamos publicado sobre os problemas da C.V. naqueles cinco anos passados. Recriou o nosso blog sem nos dizer nada, a partir de 2012... data em que desapareceu  de Belém sem fazer nada do prometido e sem devolver  nosso dinheiro.

Aqui uma lembrança da época que pegamos no nosso outro blog. Reparem que até o titulo do artigo ele mudou, dessa ez... https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/02/normal-0-21-false-false-false.html 

É nessa ocasião que o Eloy e o Kaveira foram praticamente expulsos da C.V. e chegaram os trios elétricos e os abadás...que nada tinham a ver com o nosso carnaval... desembestando a poluição sonora e a violência na área que o IPHAN tinha acabado de tombar.  A CIVVIVA já tinha seis anos e nossa luta votou-se contra a poluição sonora. Tinhamos um novo prefeito e nova presidente na Fumbel.

Pois bem, descobri que contam  por ai que criei a associação para defender a porta da minha casa, onde “um trio elétrico, estacionado na calçada, impedia a abertura da porta da minha casa”... Quando os trios elétricos apareceram por aqui a CIVVIVA ja tinha 6 anos. Esses difamadores  nem conhecem a minha casa, pois o cancelo abre para dento e não para a calçada... 

Essas pessoas, hoje, aproveitam  para se defender das lutas que fazemos em defesa do patrimônio histórico vindo fazer ruídos na área tombada, muitas vezes com dinheiro das leis de incentivo a cultura, ignorando todas as leis que servem para defender nossa democracia e os direitos dos cidadãos...

Era melhor que, juntamente com quem os autoriza a fazer estragos por onde passam, esse pessoal fosse estudar o Código de Postura, principalmente os artigos 63 até o 81, ao menos, para se diferenciar dos...fascistas que já se alastram pela cidade. Assim ajudariam a salvaguardar nosso patrimônio e fariam algo de justo com o dinheiro das leis que usam.

Algo mais para lembrar a ética que usamos no nosso modo de lutar:  https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/03/vamos-parar-para-pensar.html

 


sábado, 29 de março de 2025

Reminiscências, Testemunhanças...

 

ONTEM conheci esses meninos. Podiam ser meus netos, mas não são, são doutores, professores: um de psicologia e o outro de direito na UFPA.


Organizaram em evento sobre a:

DITADURA CIVIL-MILITAR 40 ANOS DEPOIS

HISTÓRIA, TESTEMUNHO, EXCEÇÃO

Me procuraram pois querem tornar pública a atividade que fiz durante meu exilio na Itália.

Gostei do título pois me considerei logo,  a “exceção”. De fato  nunca vi nada escrito sobre o que faziam os exilados para ajudar a derrubada da ditadura. ... Quem conhece os problemas dos exilados? Como se comportavam as embaixadas? Quem ajudava essas pessoas? E quantos continuaram se dedicando a luta, fora do Brasil...

Diferente da maioria dos exilados, eu era cidadã italiana, assim sendo os meus problemas eram bem menores de muitos outros.... mas era mulher, e mãe. Um dia, no século passado,  resolvi escrever sobre a minha vida fora do Brasil, mas quando chegava na hora de falar sobre a Itália eu me blocava.

Vendo os anos passarem e acompanhando alguns retrocessos na situação politica atual, no mundo inteiro, consegui, violentando-me, acabar de escrever o que estava parado há vinte anos...e adoeci... Somatizei  algo, e por uns cinco meses passei os fins de semana no hospital, vomitando. 

Um médico, tendo constatado, depois de vários exames que eu não tinha nada, me mandou para um psicólogo. Me veio então em mente, que na Itália quando tinha algum problema cuja resolução não dependia da minha vontade, me aparecia alguma doença estranha... Uma vez “perdi a pele” que nem cobra, como acontecia  quando pegava muito sol no Mosqueiro e, descascava;  outra vez, fiquei paralitica no escritório e tiveram que me leva para o hospital. E assim  por diante, eu transferia para  o meu  corpo os problemas que a vida me punha... Com a psicóloga, os problemas saíram da minha garganta ...e o livro seguiu para publicação.

Resumindo: a exceção, é falar sobre o “exilio”. Todos preferiríamos estar aqui e comer pato no tucupi, em vez de macarrão, risoto ou ratatouille... Eu olhava a chuva da janela e via que era bem ralinha, diferente dos nossos temporais. Todos os prédios e monumentos que visitava, eram mais velhos do que o Brasil... Tive que aprender a comer sem farinha e esquecer o doce de cupuaçu, o sorvete de bacuri e... o açai com farinha tapioca.

Os dois anos de ausência do Brasil, correspondente aos anos de estudo na Europa, se transformaram em mais de trinta. Sai daqui em 1969 e só voltei em 2004. E sobre essa ausência/vivencia, vou falar, enquanto  o livro "Reminiscências e Testemunhanças" está na gráfica. 

 Dia: 01.04.2025 (terça-feira).
Hora: Às 15h.
Local: Auditório Hailton Corrêa, altos do ICJ-UFPA (campus Belém).

A entrada é franca... se me ouvirem  vão poder formar uma opinião e parar de me chamar de “velha chata” porque exijo tanto o respeito das leis... 

Questão de democracia. ANISTIA, NUNCA.

https://www.instagram.com/p/DHtXi5eumEn/?igsh=cjhpZGd0dHd2ZXE4



quinta-feira, 27 de março de 2025

COMO VAI A “AMIGOCRACIA”...


O esteio principal da nossa democracia encontramos na Constituição Federal. Deveria ela ser o guia para a convivência democrática e a proteção dos direitos fundamentais. Sua preservação e respeito são essenciais para a manutenção da estabilidade e da justiça no país, em todos os sentidos. Dela deveriam partir todas as leis subalternas, sejam elas  Ordinárias, Complementares ou delegadas.

É o caso de recordar que a principal função das leis é controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade, além do fato que existem para garantir que a democracia e os direitos de todos sejam respeitados.

Devemos recordar também que “ninguém deve se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece, porém, examinando a aplicação das leis a todos os níveis, não é o que vemos acontecer. Partindo desse princípio, e olhando o panorama destes últimos anos, vemos que essas “intenções” foram esmorecendo, ou seja perdendo o ânimo, o alento, a intensidade ou o vigor. Parece que realmente o respeito das leis...virou “potoca”. Uma especie de vilipendio, generalizado.

Estas são as dez principais leis do Brasil: quem e quantos de nós as conhecem?

·        Constituição Federal (Carta Magna)

·        Código Civil (CC)

·        Código Penal (CP)

·        Código de Defesa do Consumidor (CDC)

·        Código Eleitoral.

·        Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

·        Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

·        Estatuto do Idoso.


Depois dessas leis, tem outras que detalham o nosso comportamento, estabelecendo, por exemplo, que:

- é  necessária a gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade..!!!

- as audiências públicas são necessárias qual instrumento de participação popular para subsidiar instrumentos normativos !!!

- calçada é para pedestres...!!!

- os decibéis não devem superar os 50/55 decibeis, em Belém...!!!

- a menos de 200m de igrejas, escolas, hospitais... não devem ser autorizadas diversões públicas... rumorosas !!!

- os salários dos trabalhadores, devem ser adequados ao aumento do custo da vida...!!!


Estes são alguns exemplos, bem simples, do que é ignorado a todos os níveis de governo, mas que nos afetam diariamente... Parece que acabam sendo resolvidos, em surdina, na base da ...amigocracia, e passando por cima das leis em vigor.

Não entramos em questões políticas de amplo relêvo em evidência estes dias, mas isso também é resultado de muita superficialidade na aplicação das leis... Inclusive relativamente as obras da COP30, onde a cidadania não foi ouvida em nenhum momento... so os amigos, talvez.


segunda-feira, 10 de março de 2025

CAMPANARIO DA SÉ...

 Vamos ver Belém do alto de um dos campanários da igreja da Sé... isso la pelos anos 50, quando ainda existia a caixa d'agua que nunca funcionou...


Em vez agora, o que vemos daquele mesmo campanário?








                    



















Um muro de edifícios, lá no fundo...

Estas duas ultimas fotos são do Advaldo Lima.

terça-feira, 4 de março de 2025

COP 30: TRANSPARÊNCIA É PRECISO

 

Toda Belém está cheia de obras. Procuro as placas com os dados de cada uma, e, francamente não as encontro. Daí me lembrei que anos atras escrevi algo sobre “transparência”, pois sentia, como hoje, falta de determinadas informações. Isso no tempo doTAC das Cidades hitóricas, do Prefeito Zenaldo.

É o caso de lembrar que é previsto que os órgãos públicos comuniquem de forma transparente e exponham o máximo possível de informações aos seus cidadãos sobre o que estão fazendo nas áreas pública, por exemplo. Isso por que, inclusive,  até  as audiências públicas desapareceram e nós necessitamos de precisão, de informação.

-A Lei de Acesso à Informação, estabelece que qualquer pessoa  interessada, pode solicitar ao órgão público incluindo documentos sobre ações em ato. Tal pedido não necessita de qualquer justificativa. Isso significa que toda prefeitura precisa ter em seu site um link que direcione o usuário a uma página onde ele poderá fazer suas solicitações, como, por exemplo “quais as obras da COP30 em ato?” Quanto custam? Quando ficarão prontas? Mas  sobre outros argumentos também.

- A Lei Municipal nº 7.990, de 10 de janeiro de 2000,m ppoir exemplo,  criou uma Comissão Municipal de Educação e Controle da Poluição Sonora  cuja competência seria a de elaborar e enviar uma "regulamentação específica;” para combater a poluição durante o período carnavalesco, ano novo, festividades religiosas e festas juninas.

Passaram-se  vinte e cinco anos e a questão da poluição não foi resolvida. Por que? Não existe a comissão? Ou existe mas não produziu ainda a regulamentação em questão? O carnaval chegou e nada se sabe a respeito da defesa da poluição sonora produzida, não somente, por trios elétricos, inclusive. O cáos e os abusos se difundem com toda tranquilidade, sem algum controle.  O trabalho dessa Comissão, deveria aparecer em algum Portal da Transparência, da Semma, do DPA, da DEMAPA, da nova ex-FUMBEL, da SECULT... Pouco ajudaria a melhorar a  COP30, mas a vida do cidadão e do patrimònio, sim.

- SECULT, por sua vez em que modo apresentará o Patrimônio Histórico, que foi tombado por essa Secretaria, durante a COP30? Continuamos a ver  praças, casas (Ferro de Engomar, União Beneficiente dos Chauffeurs), calçadas de cantaria de liós; mangueiras; etc. etc. etc. abandonadas ou caindo. Útil e oportuno portanto, seria evitar que a cidadania reclame continuamente até do desaparecimento de estatuas e efigies, colocando as informações num Portal, caso tenham sido retiradas para conserto.

- A Secretaria de Estado de Obras Públicas do Pará está acelerando as obras para a COP-30, mesmo se algumas enfrentam entraves, como a ausência de licença ambiental. Quem sabe disso? Recentemente, vimos a Doca alagar, o que levanta questionamentos: seria essa uma consequência da multiplicidade de empresas gerenciadoras contratadas pela Secretaria?

Enquanto isso, os técnicos dessas gerenciadoras recebem salários superiores aos servidores efetivos da SEOP, que seguem lutando pela valorização de seu plano de cargos. Um Portal ajudaria a entender o que se passa.

- MPE criou em outubro de 2018 o Grupo Nacional de Defesa do Patrimônio Público. Soubemos que tal órgão deveria ter funções de defesa da organização do Estado, destinadas a garantir o fiel cumprimento das leis e o resguardo do interesse geral da coletividade, adotando providencias cabíveis para a defesa do meio ambiente, do patrimônio histórico, paisagístico e cultural da Cidade. 

Achavamos que, os vários problemas relativos ao patrimônio tombado, como a luta contra a poluição sonora, teriam uma atenção maior e consequentemente, as relativas informações à cidadania sobre o  resultado do que fez esse Grupo. Caso ele ainda exista, bem que podiam aparecer num Portal pois só recebemos informações sobre seu nascimento ou, localmente, sobre arquivamento de denuncias não resolvidas.

- Aí, hoje descobrimos que “a Controladoria-Geral da União (CGU) aplicou numammulta de R$ 19.510;152,84 no Instituto Panameicano de Gestão (IPG) além de determinar sua inidoneidade para firmar contratos com a Administração Pública e obrigá-lo a divulgar publicamente a decisão condenatória.” Quem conhecia esse IPG? Muito menos para ...quem serviu. Um Portal, ausente... quem sabe nos ajudaria a conhecê-lo e seguir o resultado dessa multa.

Enfim, por questão de transparência, essas são algumas das informações que podiam aparecer em Portais... que nem sempre existem, o que transforma nossa democracia em algo...capenga



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

PATRIMÔNIO: SACO SEM FUNDO

 

Já temos bem claro, a causa das experiencias vividas, que, consertar o nosso patrimônio histórico e não colocar a PM ou a GM a controlar seu uso, não dá bons resultados.

O prefeito Zenaldo inaugurou dia 26 de novembro de 2020, o restauro e requalificação da praça do Carmo. Aproveitou e colocou cerca de 100 (cem) balizadores no seu entorno, para evitar que motoristas incivis que frequentam os locais noturnos da Siqueira Mendes, a usassem como estacionamento público.

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2020/12/a-post-requalificacao-da-praca-do-carmo.html

No mesmo dia da inauguração chegaram, porém,  alguns  "desportistas", os quais recomeçaram a usar de modo irregular e delinquencial a escadaria novinha em folha além dos muros dos canteiros. Os moradores se revoltaram pois até os canteiros eram pisoteados, e começaram a pedir socorro a quem de direito, que, quando chegava não conseguia resolver o problema, completamente, pois, apenas se afastavam tudo de errado, voltava a acontecer.  Meia hora de presença, as 9h da manhã, de nada servia, se tudo acontecia de noite.

Muda o governo: por que o poder público não providenciou a atuação diuturna de uma guarnição da Guarda Municipal na Praça do Carmo? Afinal, é obrigação legal da PMB a defesa nosso patrimônio público. Para a Fumbel, porém,  eram apenas  arranhões.  Porque não acorreu para cá nenhuma emissora de televisão, para registrar e divulgar nossos pedidos de socorro, e de defesa de todo o gasto dispendido na obra de reforma da praça? A defesa do nosso patrimônio histórico não merece atenção?

Existem várias câmaras na praça. Até a GM colocou uma, uns dois anos atras...Não entendemos para que. A CIOP  nos disse  que so ativa as suas durante o Cirio. Achamos que o controle não deve ser feito quando os delinquentes estão dormindo. Ou seja, às 9 h  a praça está vazia: as atividades de "skatistas" e "futebolistas" amadores começam à tarde e à noite. É quando surgem também os “aviõezinhos” e abrem os locais noturnos da Siqueira Mendes que o problema aumenta.

O tempo passou e no primeiro ano roubaram tudo: a fiação elétrica enterrada; as lâmpadas (bem umas cem); os postes, as plantas e... os balizadores. Resultado, os incivis voltaram a estacionar seus veículos no meio da praça.

Incrivel que, fatos idênticos aconteceram nas outras tres praças, restauradas, paralelamente. Da praça do Relógio, não vimos nem ao menos uma foto dos balizadores: não duraram 24 horas.














Ontem, ao amanhecer, vimos homens trabalhando na praça do Carmo... Vão refazer a fiação enterrada, disseram .... mas será que depois vai ter vigilância? Vão aplicar e respeitar os artigos do Código de Postura, para, inclusive, educar os cidadãos demonstrando que conhecem as leis em vigor? 

Nenhuma placa se vê no entorno da praça dando indicações do que vão fazer. Será outro PAC? Tomara que comecem a lutar contra a poluição sonora, pois as leis também falam disso.
















A COP 30 não deve ser usada só para melhorar a visão da cidade para os turistas. O “metro” usado para defender nosso patrimônio não deve ter duas medidasO cidadão, que vive a cidade, mesmo depois da COP30 tem direitos permanentes a segurança e muito mais, em todos os sentidos.
https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2016/10/estacionamentos-em-area-tombada.html
Por exemplo, as calçadas devem  ser levadas em considreção também... Quem deve usa-las? Não devem ter "direito" somente os postes  ...












ou esquecer os transeuntes  permitindo que  automóveis entrem no porão, transformado em garagem, ou

cobrindo com cimento as pedras de liós para evitar que a água da chuva entre nas lojas, após a cobertura dos paralelepípedos com asfalto, cada vez mais alto.


... nem permitindo o estacionamento de veiculos de qualquer tipo, ou propriedade, em locais que as leis dizem ter nascido para os pedestres.














NÃO SOMOS CEGOS.  

Essa é a experiência que temos, vivendo na área tombada, onde ninguem aplica as leis como se deve... independentemente do partido que está nos governando.

Onde fica o fundo desse poço... dos anseios perdidos?