domingo, 12 de maio de 2024

O VALOR DA INFORMAÇÃO

 Bom dia das mães para quem tem condições de festejar, com filhos por perto. Eu, faz tempo que não sei o que é essa festa, como mãe, e hoje não tenho condições nem como pessoa, nem como gente... de festejar-me.

Sentada na frente da tv, olho para o corredor que leva a cozinha e controlo se não está, alagada. Se ouço um barulho diferente fora de casa, corro para a janela para confirmar que a rua não alagou. Estou totalmente condicionada pelo que vejo acontecr no RGS através da TV. Não consigo me capacitar que aquela desgraça está longe de mim; que está acontecendo no Brasil; que Paraguai, Uruguai, Argentina, não foram atingidos. A TV é responsável dessa minha insegurança

Lembranças me afloram...No inicio dos anos 60 fiz um passeio de navio até Manaus com a família dos Fonseca, donos do navio. O carnaval ainda não tinha acabado e nos prosseguímos em direção de Coari, situada bem depois de Manaus. 

Chegamos e vimos a agua do rio descer rapidamente,  até aparecer uma praia, do lado de um barranco. Desse jeito, com a agua descendo assim depressa, não íamos poder ficar muito tempo ali, assim mandaram uma barca tipo po-po-pó. nos buscar e nos levar até o navio que nos esperava... mais pra la... Não o encontrávamos porque a água continuava a baixar e ele teve que se afastar... Era noite alta quando o encontramos. Assim sendo, as embarcações  maiores não tinham condições de se aproximar das cidadezinhas do entorno. 

Uns trinta anos depois, voltei a passeio para visitar umas cataratas/cascatas/cachoeiras, no Baixo Amazonas. Conseguimos ver apenas uma: o rio Amazonas e seus afluentes estavam cheios. O caminho que nos levaria a algumas dessas cachoeiras tinha desaparecido sob a água. Pegamos o navio que estava a nossa disposição e fomos a procura de algo interessante, no entorno, mas até o restaurante na beira de um rio, estava abandonado, de tanta agua ao seu interno, sem alma viva. 

Essa viagem de retorno nos mostrou a enchente dos nossos rios. So viamos os telhados das casas, boiarem, dum lado e do outro dos rios...Viamos pedaços de terra com árvores inclusive, deslizando rio abaixo. Algo que acontece todos os anos e o pessoal, como os gaúchos, também não abandonam a área, definitivamente. 

As informações que tinhamos eram dadas pelo povo que morava por ali. A TV não prestava algum serviço nesse sentido....nem hoje dá tantas notícias dessa nossa realidade, que mesmo se repetitiva, causa danos enormes. 

Os ribeirinhos precisavam de ajuda. Compramos algumas coisas em Santarém e mandamos nos barcos de linha, aos ribeirinhos de Alenquer, Monte Alegre... 

A TV era algo praticamente desconhecido para esses fins. A hora do Brasil através do rádio, era o veiculo de comunicação usado pelo amazônida, para pedir ajuda. Voltamos de Santarém para Belém, de avião.

 “Em 2021, a cheia histórica no Amazonas afetou cerca de 450 mil pessoas e atingiu mais de 100 mil famílias, de acordo com a Defesa Civil.” 
                                                     Fonte> Amazonia Real - internet.

Hoje podemos sofrer com os gaúchos e ajuda-los, principalmente, porque o serviço televisivo nos informa. Desse jeito todos tomam conhecimento e podem ajudar...e esperar que a chuvas parem logo.

O valor da informação se nota em momentos como esse...e a Amazonia precisa entrar nesse sistema... solidário. Vemos a quantidade de gaúchos espalhados pelo Brasil, famosos ou não, ajudando,  dando e obtendo noticias de seus parentes. Em 2021 não lembro de ter visto os amazonense na tv dando entrevistas.

Quem sabe  por aqui- além da Fafá e dos trabalhadores dos bois de Parintins que agora fazem os carros carnavalescos de Rio e S.Paulo - seriam entrevistados os índios...que habitam a Amazonia. (Aliás, parece que la no Sul não tem esse tipo de habitante.).

Quem sabe a COP30 abre o caminho, começando com estudos e pesquisas sérias sobre  nossa realidade e o serviço televisivo  informando a todos sobre o aumento (enchentes) ou diminuição (seca) da água  dos nossos rios... assim o mundo descobrirá,  os reais problemas do Amazônida.


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