ESTA NOITE jogavam bola na praça do Carmo, como de costume e, como de costume, várias bolas caiam no meu patio, e o alarme tocava. Eram 21h.
Me cansei de ouvi-los entrar em casa, abusivamente e a terceira vez fui até o portão e ia retirar a bola, mas eles se anticiparam. Iniciou-se uma discussão. Um dos jogadores que estava no anfiteatro se exaltou e o batibeco piorou. Ele não gostou de ser chamado de 'delinquente' por invadir meu domicilio sem autorização. Abanava as mãos e gritava. Ele não sabe que eu estava usando a palavra justa, segundo qualquer dicionário, para denominar seu comportamento. Achou que o estava chamando de 'ladrão'...e expliquei que 'não respeitando as leis', ele era aquilo, em vez.
Eu também gritei dizendo que ali era uma praça e não um campo de futebol e o exaltado respondeu que era 'área pública'. Assim sendo fica claro que em qualquer área pública ele acha que pode fazer o que quiser. Isso deveria ser esclarecido nos primeiros anos de escola: pra que servem as áreas públicas? E o valor do nosso patrimônio, também.
Entrei em casa, o jogo continuou e eu chamei o 190. Foram gentilissimos e disseram que se chegasse a viatura eu me apresentasse...e a viatura chegou em poucos minutos.
Nesse meio tempo, as mães das crianças que perambulavam pela praça, chegaram para defender seus maridos e vizinhos. O público tinha aumentado e o jogo tinha parado.
Expliquei aos policiais que tinham entrado tres vezes no meu patio para pegarem a bola e isso me parecia um abuso; que ali era uma praça não um campo de futebol e assim por diante falei dos estragos em carros estacionados e outras portas. E eles foram confabular com os jogadores.
Vai e vem. Me explicam e eu insisto que aquilo era uma praça... O jogo acaba e os jogadores vão embora. Enfim agradeço e saudo os policias dizendo que dentro de poucos minutos eles voltariam, e o policiais me disseram "nos também voltaremos".
As crianças ocuparam a praça e alguns adultos brincavam de bola com elas. De repente um silencio total...a PM tinha voltado para cnstatar qe eu tnha razão... e acabou-se tudo.
Agradeço do fundo do coração o trabalho e a ação da policia, mas subentrou o medo. Ja tive essa experiência quando denunciei o estacionamento de veículos de clientes dos locais situados na Siqueira Mendes. Este foi o resultado.
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2018/09/intimidacoes.html
Como deve se comportar o cidadão frente a qalquer tipo de abuso? Calar é ser conivente e so ajuda a piorar a situação. As leis são abandonadas nas gavetas e os delinquentes se aproveitam e ocupam espaços das pessoas de bem.
Vejo boquiaberta da janela o estrago que, com skates e patins, fazem numa praça reinaugurada dia 26 de novembro ultimo e que custou quase um milhão e meio. Parece que ninguem vai ter que pagar essa despesa... parece que não é de ninguem.
Todos devemos saber defender nossos direitos e nosso patrimônio seja o público que o privado, senão, com a desculpa do medo que sinto neste momento, quem não presta ganha essa guerra... e nós nos fechamos atrás das grades de casa reclamando do... desgoverno, quando, as vezes, a culpa é nossa também.
Dulce Rosa de Bacelar Rocque - cidadã
PS: me chamam de "velha doida" porque, nessa idade, e com medo, também, continuo fazendo a minha parte de cidadã, defendendo direitos vários, não so meus.
Obrigado Dulce por nós educar para a cidadania com sua pedagogia simples, baseada na lei e na ação! Abraços
ResponderExcluirTuas lições devem ficar, pra posteridade, Dulce.
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