quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A IGREJA CATOLICA E A DEFESA DE SEU PATRIMÔNIO


Vivendo e aprendendo... Este ano vai sair na Cidade Velha o ’BLOCO DA SÉ’.

Me veio em mente a surpresa do Padre Gonçalo quando o Iphan comunicou o fim dos trabalhos de restauro da Sé e disse que para o futuro a defesa do patrimônio ia ser um problema deles. Disseram de modo educado que as próximas necessidades da igreja, deveriam ser cuidadas por eles mesmos.

O Padre so pensou nas goteiras provocadas nem sempre pela chuva, mas também pela potencia dos aparelhos usados nas várias manifestações  e que provocam trepidações... e, por ocasião da primeira pintura da Catedral se certificou de como tinha razão: a despesa era deles e era grande.

A indiferenza é mais culpada do que a propria violencia... e a  a apatia moral de quem se VIRA PRO OUTRO LADO, abre caminho para a incivilidade.

O tempo passou e, com o apoio da maioria, o  Conselho Pastoral Paroquial achou justo que a igreja fizesse, este ano,  um bloco durante o carnaval, dizem de louvores e aproveitasse para vender camisetas para ajudar o uso da energia solar na Catedral.  Uma novidade que está dando o que falar pois nem todos os moradores estão de acordo e dizem que vão  dar os 25 reais, que é  o preço  da camisa  para o Padre, para ajudar no uso da energia solar , mas não  querem a camisa DO BLOCO  para não  fazer propaganda.

Praticamente  a Igreja da Sé se junta a quem polui o ambiente tombado... pensarão alguns, mas isso não é verdade. Quem mora na Cidade Velha, principalmente na área tombada, tem a possibilidade de dizer quantos dias durante o ano, são as igrejas a poluírem o ambiente, com suas festas. Devem pensar: se os outros fazem, porque nós não¿ E armam um Arraial na frente da Catedral e de Sto Alexandre, para festejar, em setembro o dia de N. Sra., e dura mais de uma semana...

Isso até os ‘ceremonialistas de casamento’ são capazes de dizer sobre o que acontece nessas ocasiões.  Devem, de fato,  fazer tudo de portas fechadas, ou pedir que abaixem o volume das bandas que alegram o arraial, além do foguetorio que acontece por cont da igreja, também.  Sem falar da dificuldade dos convidados e dos  noivos de estacionarem e/ou chegarem até a porta da igreja... E custa caro casar naquelas igrejas ali...

Em junho, temos as festa de S. João em frente a obra-prima do Landi, que se encontra no meio  de tantos órgãos que deveriam até defender o patrimonio, como o Ministério Publico, por exemplo. Vários dias com um Arraial funcionando com musica alta, além de fogos bem barulhentos   no jardinzinho anexo que virou ‘comelodromo’ de quem frequenta os Tribunais e outros órgãos.

A igreja do Carmo é a menos visada. Os moradores de rua que se estabeleceram no lado da Joaquim Távora, espantaram não so os fieis que iam as missas, mas os casamenteiros também. Diminuiu de muito o numero de casamentos e, as missas, so tem uma, agora, dia de sábado, as vezes acompanhada com barulho de tambores...porém, se acontece algum casamento, os fogos também são usados na saida das noivas.

Sobre os fogos apos a ceremônia, o Padre diz que não é de sua competência, mas, mesmo se não fosse o reponsavel pela igreja, uma palavrinha sobre esse foguetorio e os danos que causa a patrimônio, poderia ser dita, mas reconhecemos que valeria para eles (da igreja) também...

Esses são alguns exemplos do que é feito pela igreja e seus frequentadores em detrimento do patrimonio histórico. Este ano porém, o passo foi mais largo: a área interna ao complexo do Carmo  situada ao ar livre e do lado da Igreja do Carmo, vai hospedar o Bloco da SÉ, como diz o Convite colocado na Redes sociais.

Quem se preocupa com a defesa do Patrimônio Histórico so pode perguntar: mas lembraram da poluição sonora? Quais precauções foram tomadas? O IPHAN e o  Conselho Municipal de Proteção  do Patrimônio, foram ao menos informados? Deram parecer a respeito? A Semma e o DPA autorizaram a quais condições? qual será a altura dos decibéis?  e vão controlar?

A Fumbel, também responsável pela defesa e salvaguarda do nosso Patrimônio Histórico, quando reuniu para falar de carnaval, incluiu esse bloco ? Se, sim,  com  quais condicionamentos? Não vimos uma ata  a respeito dessas reuniões, por isso perguntamos. 

Lembramos que esta Associação foi  reconhecida de Utilidade Pública para o Município de Belém com LEI Nº 9368 DE 23 DE ABRIL DE 2018.  É melhor que não ignorem essa constatação, por que estamos presentes no territorio e continuaremos a denunciar o não respeito das normas em vigor, de qualquer parte ela venha... apesar das intimidações que os mais incivis começaram a fazer.

Dulce Rosa de Bacelar Rocque
Presidente Civviva






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