3 -CONVERSA COM OS CANDIDATOS...
Poluição e companhia.
Na Cidade Velha, num raio de cerca duzentos metros, temos as igrejas mais antigas de Belém. Uma de suas funções é ser palco para casamentos vistosos e... rumorosos. De fato agora é de moda poluir a área em frente das igrejas, na hora da saída dos noivos, já marido e mulher.
A quantidade de fogos de artificio que soltam as 23 h... (que é quando terminam alguns casamentos) é uma coisa inimaginável. A poluição sonora que acontece é o maior exemplo de cafonice, ignorância, mal educação e gasto inútil de dinheiro que se possa imaginar que aconteça na frente de um prédio tombado.
Agora pensem quantos fins de semana tem em um ano; quantas sextas feiras e sábados? Vamos multiplicar so pelas duas igrejas da praça da Sé e tirando o mês de julho que ninguém casa, chegamos próximo aos duzentos dias de estrondosos barulhos.
Mas a farra não acaba aí pois temos as festas santificadas, quando arraiais são montados nas portas das igrejas tombadas, com tanto de banda superando os 100 decibeis durante todo o período e fogos no fim da noite.
Não vamos esquecer as manifestações politico/reivindicatórias em frente da ALEPA, com trios elétricos superando os decibéis previstos nas normas vigentes a ponto de caírem estuques e quadros dos Museus ali situados.
O carnaval e o Auto do Cirio fecham essa incivilidade toda em frente as nossas igrejas e prédios tombados. Se somarmos todas essas manifestações vamos notar que bem poucos dias sobram de calmaria.
A essa trepidação provocada por tais ‘ru-idos’, se deve acrescentar as buzinas dos veículos guiados por apressados e nervosos condutores que ajudam a aumentar a poluição sonora dessa área tombada, onde, quem deveria cuidar da fiscalização... é sempre ausente.
As pessoas que autorizam, apoiam e participam dessas manifestações são todas pessoas que se consideram cultas e civilizadas, mas esquecem que ali, além dos prédios tombados, vivem também pessoas, muitas delas idosas, além de animais de estimação e daqueles que dormem nas arvores... Será que sabem o que provoca essa barulheira nos seres vivos? Não deveriam fazer exceções nem as ordens religiosas nem a universidades que dão maus exemplos.
SE, com o tombamento de parte da Cidade Velha a intenção era salvaguardar, defender, proteger, cuidar da nossa memória histórica, algo deve ser feito de bem mais concreto, pois é evidente que com o que vemos acontecer, os resultados serão bem diferentes das intenções. O que resulta ser uma enorme incoerência, principalmente, enquanto esse ato de tombamento não for regulamentado.
Não bastam campanhas televisivas ou publicidades fora e dentro dos ônibus, mas sim a implementação e obrigatoriedade nas escolas, desde o nível fundamental até o último ano do ensino médio, de aulas de educação patrimonial, educação ambiental e educação para o trânsito. Se possível até para adultos, incluindo Guardas e Policiais. Depois, além da necessidade de autoconvencimento dos dirigentes da administração, é o caso de começar a aplicar multas bem salgadas...
Por ai dizem que “Cada vibração é equivalente a um sentimento e, no mundo "vibracional", há apenas duas espécies de vibrações, a positiva e a negativa.” Qual é a sua?
VAMOS CUIDAR DIREITO DESSA ÁREA TOMBADA,
POR FAVOR?
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