quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

QUEM RECONHECE?

 Na ilhota onde Belém foi fundada, além das tradicionais igrejas de Santo Alexandre, do Carmo, S. .Joãozinho, e da Sé, existe esta zinha também. Todas passaram pelas mãos de Landi, mas esta parece uma enteada, poucos lhe dão confiança...

Antigamente, era uso ter uma capela particular, usada como oratório público, segundo nos conta Alexandre Rodrigues Ferreira, no seu Diario da Viagem Philosophica.  Diz ele que...Resultava em 1874 a existência de capelas particulares na cidade de Belém e eram a do Palacio do Bispo, o do Palacio do Governador e Capitão General, o do Seminario, o da Cadeya da Cidade, o do Capitão Ambrozio Henriques, alem de outros particulares, como o do defuncto Mestre de Campo Pedro de Sequeira

SE sabe porém que antes dele, o Bispo D. Fr. João Evangelista Pereira da Silva, registrava  a existência em Belém, no Pará de capelas particulares “conforme cita em um ofício (15) datado de 1773. Nesse ofício, o religioso apresenta uma relação de sacerdotes, igrejas e capelas do Bispado e dentre essas, cita: “Nesta cidade [...] O oratorio nas casas dos herdeiros do [ilegível] de Campo Antonio Ferreira Ribeiro. Os das casas da viuva do Capitam Guilherme Bruum [?] de Abreu [?] na rua do Espirito Santo. O do Reverendo [?] Arcipreste Antonio Rodrigues”


.De todas essas, apenas a capela do Palácio dos Governadores e a do Capitão Ambrósio ainda existem. 

As fotos são de Advaldo Lima



Quem nos conta isso é Domingos Sávio de Castro Oliveira. Aqui o artigo

https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.109/48


UM ADENDO A ESSES ORATÓRIOS

Existe uma dessas no estado do Pará, mas é do século XIX, exatamente de julho de 1886.

Para confirmar essa noticia, contavam na minha família que, em Óbidos, meu bisavô Vicente Augusto Figueiredo, no seu casarão  la no alto da colina onde se encontra também o quartel, mandou fazer uma capela. A razão dada  era para que suas filhas, para ir a igreja de Santana, não tivessem que subir e descer a rua Bacuri, que naquela época era a principal rua da cidade.

Foto da familia HUET DE BACELAR

Até  1957, Óbidos, como boa parte  do Baixo Amazonas,  fazia parte da prelazia de Santarém, que superava em área aquela da Alemanha e Portugal juntos. Segundo os religiosos, tão vasta área não favorecia o progresso religioso daquela  população, mesmo se parca.

Tal área foi dividida em abril de 1957: por meio da Bula “Cum sit animorum”, o Papa Pio XII criou a Prelazia de Óbidos. É nesse período que minha família vende o casarão com sua capelinha para a igreja.

É mais ou menos nesse período que decidem de acabar com as plantações de cacau naquela zona. Minha família tinha fazendas nos paranás do entorno, que foram “vendidos” após essa decisão do governo brasileiro.

Minha tia-avó Laura Figueiredo e meu tio Vicente Huet de Bacellar  ( filho de Dulce de Figueiredo Bacellar, irmã da Laura),  la residentes ainda, decidiram vender também o casarão e mudar-se para Belém, como fizeram muitos daqueles proprietários de plantações  de cacau... após a queimada dos cacauais. Não sei se foram indenizados.

                                                        A igrejnha...

Com o tempo a casa perdeu sua escadaria, e foram feitas outras modificações. Não resulta tombada... A capelinha está la...


Dulce Rosa de Bacelar Rocque


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