No
início do ano passado publicamos um artigo sobre “vibrações em forma de
ondas”. Aconselhamos a leitura.
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2022/01/vibracoes-em-forma-de-ondas.html (Antonio Carlos Lobo Soares*)
O
autor começa falando do efeito que faz um “bate-estaca” perto de sua residência
e se admira que Belém, com toda essa verticalização que vemos acontecer nestes
últimos anos, ainda não tenha regulamentado por lei a utilização de tal
equipamento na construção civil.
No
artigo referido alerta sobre a preocupação de um botânico seu amigo para a
possibilidade das vibrações causadas pelo “bate-estaca” desagregarem as raízes
das árvores altas.
De
lá para cá tantas árvores caíram e, segundo os técnicos entrevistados, vários
foram os motivos alegados, entretanto, para a questão dos efeitos da trepidação
deram bem pouco peso.
Ondas
sonoras em forma de música em alto volume, também causam um efeito semelhante à
trepidação, só que transmitidas pelo ar, que podem afetar, por exemplo, objetos
dispostos em prateleiras e outros. Para isso o CONAMA já examinou e determinou
os decibéis oportunos por turnos, (diurno e noturno), em todas as áreas de uma
cidade.
Cada
evento com música em praças próximas a igrejas tombadas, superando os 80/90 dB
(decibéis), acumula danos que só podem ser aferidos com o tempo. Não somente os
urubus afastam as telhas dos prédios, mas a poluição sonora também tem
responsabilidade nos estragos que vemos
por aí, em especial nas áreas tombadas de nossa Belém... mesmo com 50 dcb.
Nestes
últimos três ou quatro meses vimos o parapeito de uma janela perder suas
partes, a causa de fissuras. E cada segunda-feira sucessiva a esses eventos
ruidosos, as fissuras aumentavam.
Anos
atrás, quando aconteceu a primeira vez de um parapeito quebrar, um engenheiro
opinou dizendo que a trepidação causada pela passagem de carretas no entorno de
uma determinada praça, podia ser a causa…, mas esse efeito deveria repetir-se
em outras casas do entorno.
Se
isso fosse confirmado, a prefeitura seria a responsável pelo conserto, e disse
os porquês. Descobrimos que acontecia também em outras casas, mas o fato dos
proprietários das casas terem mudado seus ambientes interiores os amedrontava
as reações dos órgãos públicos e não tinham coragem de reclamar...
As
leis são evidentes em falar de defesa do patrimônio histórico e, tem até as que estabelecem a distância de 200m de igrejas, colégios, hospitais, etc.,
para salvaguardar direitos cidadãos relativamente à poluição sonora. O que leva
os órgãos que devem respeitar tais ditames a ignorá-los?
O
que “...salta aos olhos é a passividade da população belenense diante de ...
determinadas práticas incomodativas que
prejudicam e atrapalham a vida de seres humanos, além de estragarem prédios
públicos e privados. Achamos que essa passividade é provocada, algumas vezes, por
falta de conhecimento, mas também por
uma profunda desilusão, descrença, baseada na constatação de uma total ausência de ações legais, firmes e
tempestivas por parte do poder público...
O cidadão pára de lutar, muitas vezes decepcionado pelos resultados e direitos, que acaba não obtendo, mesmo se a lei está do seu lado. Vai acumulando decepções, indiferença e, depois de ser ignorado, maltratado, acaba admitindo, com tantos outros, que aqui... lei é potoca, mesmo.
Verdade. A trepidação na rua e o dom alto causam vibrações e danos. E as pessoas perderam as esperanças. A ausência de atendimento âs suas demandas causa sim a decepção e afalta de ânimo para reclamar.
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