Estamos próximos do mês mais barulhento de Belém. O do
Cirio!
Com todas as saídas da Santinha para visitar órgãos
públicos, hospitais, escolas e até mesmo
casas de familia, a felicidade de recebe-la é demonstrada, principalmente,
através dos fogos que precedem sua chegada, entretanto,....e a poluição?
Acontece que as razões para a produção de tanto ruído estão presentes o ano inteiro, e têm origem em uma série de outros fatores que se espalham por toda a cidade. E, como ja nos confirmou o Arq. Antonio Carlos Lobo Soares em nota do ultimo dia 13, de fato Belém é uma cidade barulhenta, e podemos acrescentar que o uso de fogos com estampido acontece, ultimamente, inclusive quando:
- os noivos saem das igrejas, em especial, na área tombada da cidade;
- tem jogo do Remo e Paysandú ;
- o vizinho ouve a música que gosta bem alto;
- bares e restaurantes, sem insonorização dos ambientes, esquecem
dos vizinhos ;
- das festas de fim de ano;
- da passagem de publicidade automotiva;
- os pais buzinam na frente das escolas ou
- chega algum carregamento de algo proibido...
Oportunamente, com a entrada em vigor da a Lei nº
9.593, temos agora um apoio a mais para iniciar uma concreta luta para combater à poluição sonora.
Essa nossa nova lei busca garantir não somente o bem-estar de animais mas é uma grande ajuda,
também, na defesa do nosso patrimônio histórico que sofre com a trepidação não somente aquela produzida pelo transito de carretas na área tombada...
A aplicação dessa lei trará a tona o que não está escrito e
precisa ser explicado. A sua regulamentação será necessária, portanto, pois a
percepção dos ruídos pode ser vista
também através dos resultados que
provocam nos prédios, quadros, móveis, algo mais do que percebem os ouvidos
de jovens, anciães e animais.
Relativamente a percepção das pessoas, a experiência nos
lembra de um fato. Durante as madrugadas dos fins de semana, poucos anos atrás,
os clientes dos locais noturnos da orla da Cidade Velha, costumavam fazer
“pegas” na Dr. Assis. Uma das associadas
levantou o problema e quando fomos falar com sua vizinha ela o desconhecia. Ficamos admirados do fato de so uma delas perceber esses ruídos noturnos, e insistimos, até que descobrimos que o motivo era
o tipo de construção das casas: uma do inicio do século passado a outra dos sucessivos anos 60.
Para termos uma ideia do que ouvem os vizinhos de casa,
relativamente a uma determinada fonte de ruído, precisamos levar em
consideração a tipologia da edificação,
o material usado na sua construção e, principalmente,
a distância dos cômodos mais usados em
relação a rua.
Nas casas mais antigas, os quartos de dormir ficam antes da
cozinha, ao longo de um corredor que é a continuação da sala de visitas, da
alcova e da sala de jantar. O cômodo que fica em frente a rua é a sala de
visitas, usada hoje bem raramente, distante, ao menos uns quinze metros, de
onde temos os quartos, e ainda muito mais longe da cozinha, que é o local de
maior convívio.
Nas casas construídas depois da segunda guerra mundial, os
quartos mudaram de lugar. As casas são de
dois andares e os quartos de dormir localizam-se no pavimento superior. Ao
menos dois deles estão voltados para a rua. A cozinha ficou muito mais perto da
rua... A percepção dos ruídos externos, nesse
caso é imediata e mais forte do que nas
casas mais antigas, do início do século passado.
O que era construído em cerca de 30 a 50 metros de
cumprimento, antigamente, reduziu-se a pouco mais de dez metros, em dois pavimentos.
Assim, no caso de uma analise para a construção de um mapa sobre a percepção do ruído, deve-se levar em
consideração, também, essa realidade. Isso evitaria a distorção da informação
relativamente ao ruído numa mesma área, ao menos em relação ao transito.
A construção de um mapa acústico atualizado de Belém ajudará a combater a
poluição sonora e será necessário,
inclusive, no caso da regulamentação da lei após o início de seu uso e
aplicação.
A Civviva fez um levantamento dos ruídos durante o carnaval na Cidade Velha em 2019...não interessou a ninguem...
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/08/a-trepidacao.html
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