sábado, 3 de outubro de 2020

DEFESA DO PATRIMÔNIO OU...

 

...quem sabe, ambições ou  ego de alguem???

Belém, relativamente ao Patrimônio Histórico, é, praticamente dividida entre a União, representada pelo IPHAN; o  Estado, pela SECULT, e o Municipio pela FUMBEL.

O primeiro ato de tombamento em Belém é de 1940, feito pelo atual IPHAN, assim identificado:

135-T-38 1. Coleção Arqueológica e Etnográfica do Museu Emílio Goeldi - Belém-PA 30/05/1940

No ano seguinte nossas igrejas mais antigas foram lhe fazer companhia:

234-T-40 2. Igreja Catedral de Nossa Senhora da Graça (Igreja da Sé)-Belém-PA 03/01/1941
236-T-40 3. Igreja e Convento de N. Sra do Carmo e Capela da Ordem Terceira do Carmo- Belém-PA 03/01/1941
388-T-44 4. Igreja e Convento de Nossa Senhora das Mercês Belém-PA 03/01/1941
235-T-40 5. Igreja de Santo Alexandre e Palácio Arquiepiscopal (Colégio dos Jesuítas)- Belém-PA 03/01/1941
237-T-40 6. Igreja de São João Batista- Belém-PA 03/01/1941

Iniciava desse modo a defesa/salvaguarda/proteção da nossa memória histórica. Os principais prédios da cidade começaram a serem reconhecidos como parte da nossa história. (http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2010/11/relacao-de-bens-culturais-tombados-pelo.html )

A SECULT inicia a tombar algo em data 02.07.1982. Trata-se do CONJUNTO ARQUITETÔNICO E PAISAGÍSTICO DA RESIDÊNCIA GOVERNAMENTAL ESTADUAL (Atual PARQUE DA RESIDÊNCIA) Av. Magalhães Barata, no 830 – São Braz.

A Cidade Velha ja tinha perdido boa parte de suas casas com azulejos. Tinham chegado páteos e terraços e muitos casarões viram seus ocupantes irem em direção dos edificios que começavam a aumentar de número.

Mais tarde, em outro documento, vemos a inclusão  da  BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, pela SECULT  no dia 25 de março de  1992 incluindo a imagem original de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, SUA COROA E SEUS MANTOS. Praça Justo Chermont, s/nº - Nazaré. (http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2017/08/bens-tombados-em-belem.html)

A ideia de um núcleo histórico em Belém, começa a aparecer no Plano Diretor Grande Belém de 1975, mas o tombamento do Centro Histórico de Belém,  acontece somente com a Lei N.° 7.709  de 18 de maio de 1994.

Em maio de 2012 é o IPHAN que reconhece o nucleo inicial da história de Belém,     "O Diário Oficial da União publica nesta quinta portaria do Ministério da Cultura que homologa o tombamento do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos bairros da Cidade Velha e Campina, no centro histórico de Belém. A área tombada forma o núcleo de povoamento inicial da cidade, capital do Pará."

(http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/05/homologacao-do-tombamento-da-cidade.html

Se completava em tal modo o reconhecimento a nivel  nacional das origens de Belém.

Porém, se formos olhar os bens tombados em Belém pelos três órgãos citados,  sentiremos falta de alguns prédios que jazem no abandono mais total... coisa que acontece, inclusive, seja com aqueles tombados singularmente  seja com aqueles tombados em bloco.

Um exemplo que assustou todos:  a casa situada na chamada praça “Ferro de Engomar” com seus azulejos de Boulanger, vandalizados.  Outros casarões, fora do Centro Historico, foram tombados singularmente, quando já estavam imprestáveis. Um deles  foi o  Teatro S. Cristovão, em frente a antiga Casa dos Governadores, hoje Secult. Ambos são exemplos da situação de  abandono, mesmo se tombados singularmente.

Enfim, dentro ou fora do Centro Histórico, tombado singularmente ou em bloco, o fato é que o abandono é visível e o desinteresse é maior. Se levarmos em consideração a área tombada pelo IPHAN, temos alguns prédios que a UFPa se preocupou em salvaguarda-los, comprando-os a preços irrisórios, dizem as “más linguas”. O casario da Alameda do Castelo e a Capela Pombo, são dois deles.


                                                 Foto de 
reinaldosilvajr no istgram

Tal ação foi feita com tanto de promessa de recupera-los, mas...isso não aconteceu até agora apesar das solicitações do IPHAN. O  interesse pela preservação parece ter acabado no momento da aquisição, pois até agora nada aconteceu em ambos os casos.

A boa vontade, por uma parte, de compra-lo e de outra de tomba-lo, não está dando resultado. Os prédios, que incluem a ocupação do  antigo Convento dos Mercedários, autorizada pela Secretaria do Patrimônio da União, por parte da UFPa,  continuam sem algum cuidado, ao menos aparentemente.

Os nossos espaços da memória se encontram, inclusive, nesses prédios. A preservação do patrimônio edificado conduz a leitura de um periodo da nossa história que não volta mais, mas que pode emergir  do imaginário... Comprar prédios antigos e deixa-los ao léo, que sentido  tem?

A Capela Pombo é um triste exemplo, visto que seus traços Landianos evocam um neoclassisimo  nascente, numa Amazonia ainda desconhecida e que não conseguimos, hoje,  demonstrar seu valor ao mundo..






 





Estas fotos foram feitas hoje, por Celso Abreu, para demonstrar o estado de abandono de um prédio histórico... não tombado. Este prédio, a nosso ver,  não é algo que deve desaparecer qual elemento indesejavel por ocasião de uma "requalificação" do Centro Histórico. 

Andando nas ruas do seu entorno se nota a preferencia  por chamar atenção de prédios antigos, porém mais recentes e de menor valor, mostrando seus aspectos mais comuns com cores fortes as quais nada tem a ver com nossa memória, mas que ficarão na memória do turista como se fosse verdade...

Isso seria a melhor opção em defesa da  nossa memória histórica?

O MINISTéRIO PÚBLICO NÃO SE SENTE OBRIGADO A TOMAR PROVIDÊNCIAS???


 PS: Agradecemos as fotos de ambos amigos. 




Um comentário:

  1. Sou de acordo. As políticas seletivas, que atendem a sei, la, quais interesses, parecem nao constranger a mais ninguem.
    Triste ocaso de nossa história.

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