É em fase de construção o site do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Para quem gosta de história, porém, clicando ihgp.net.br já se encontra bastante material interessante a disposição.
Curiosa, iniciei a minha visita abrindo o primeiro
numero da revista do IHGPa, datado 1917, a qual começava com a Ata de (re)constituição
do Instituto, seguida por uma Alocução de
Ignacio Moura, depois um artigo de H. Santa Rosa sobre Dados dos geólogos e Hydrografia Paraense.
Na pagina 16 encontro Annaes Históricos do Estado do Maranhão, reflexões
de Palma Muniz (Bernardo Pereira de Berredo).
Comecei a ler e parei neste paragrafo; “Em 1507, Martins Waldscemuller, jovem professor de Geografia do Colégio
de Saint-Dié, na Lorena, propoz, em uma pequena obra intitulada Cosmographiae
Introductio, dar ao Novo Mundo o nome de AMÉRICA.”
Essa informação foi uma descoberta
para mim. Sempre me perguntei quando tinham decidido isso e quem? A partir dai,
a minha curiosidade aumentou. O que mais poderia encontrar de interessante na revista?
Esforçado a vista, continuei minha consulta.
Na pagina 38 no artigo “Uma
execução Capital” de João Victor G. Campos,
descubro que “Foi em 1851 que na cidade de Santarém, pela
ultima vez matou-se um homem legalmente, derrubando-se para sempre, em
fevereiro o patíbulo que se usava levantar em praça pública.” Essa
informação eu também não conhecia.
Mais adiante na pagina 42 encontrei
um artigo que meu amigo José Varella com certeza conhece “Ilha de Marajó, sua
origem” (Pedro Bezerra da Rocha Moraes, engenheiro civil).
De Theodoro Braga, em vez,
poderemos ler na pagina 49 “A arte
decorativa entre os selvagens da Foz do Amazonas” e mais adiante na pagina
52, Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha,
jornalista, neto do Patrono da cadeira no. 11 do IHGPa, escreve sobre “Terra, as cousas e o homem da Amazonia”.
Inédito, temos na pagina 71, de
Palma Muniz, Os Contemplados (não
contemplados com documentação). Trata-se do resumo em índice das doações feitas
a algumas pessoas que não constavam do ‘catalogo
das sesmarias, registradas nos 20 volumes existentes no nosso Archivo do Estado
e, como appendice, uma nota sobre as doações feitas aos contemplados com as
terras e fazendas que pertenceram aos religiosos expulsos e sequestrados com a
lei pombalina de 1755.” Outro argumento interessantíssimo, principalmente
para quem estuda a ilha de Marajó.
Me prometi ler o “Diário abreviado da viagem que fez o
tenente-coronel Valério Corrêa Botelho de Andrade, da cidade do Pará para a
capitania de S. José do Rio Negro, por ordem do Ilm. Exm. Snr. Manoel Bernardo
de Mello e Castro Governador e Capitão General do Estado.” Esse manuscrito
(pag. 93) encontra-se na correspondência com o governo entre 1759 e 1762 e foi
copiado por Palma Muniz. O meio irmão do Marques de Pombal já tinha ido embora,
mas o Landi ainda estava aqui quando esse Governador mandou fazer essa viagem...
O último artigo trata uma “Ressurreição Histórica”, oferecida “Ao egrégio
historiador Rocha Pombo”. Descubro assim que, naquela época, existia uma Comissão encarregada de julgar as... ‘Memórias históricas da fundação de
Belém’ e que o Pedro d’Almeida Genú, da Universidade La Sapienza de Roma
pede ao IHGP de ‘fornecer uma nota
oportuna’ ao historiador que, ‘vem de
mui e longe colhendo, aqui e ali, subsídios
reais ao seu honroso trabalho,....a
fim de que o ilustre hospede possa acima de outro qualquer subsidio levar o da
verdadeira data de fundação da nossa capital, questão por várias vezes debatida
e até hoje, infelizmente, inda não cabalmente resolvida, feito que irrefutavelmente se realizou a 26 de
janeiro d 1616, pelo capitão Francisco R. Caldeira Castello Branco, embora
tenha aqui chegado dia 25 ao entardecer”.
Mais uma descoberta feita: Belém
teria sido fundada dia 26 de janeiro de 1616. Essa noticia, porém, deve ter provocado
uma bela discussão. Com certeza encontrarei o porque
da data que festejamos hoje em outro numero da revista.
É interessante nesse artigo,
também, o que ele, Dalge (como se assinava o autor do artigo), conta sobre o que leu num livro publicado em
Roma (De Orbis magnitudine et antiquitate ) em 1692 do escritor árabe J.P. Eldrissi. Este afirmava que ‘antes da tomada de Troia e da fundação de Cartago, em Africa, já na America, n’esta região que hoje
corresponde á Amazonia, existia o reino
de Merope, o Parvaim..’. Desde a frota de Salomão é citada.
Valeu, por hoje, essa leitura. Eu aprendi muito. A distancia de quase cem anos, aconselho dar uma olhada nessas revistas,
tem argumentos muito intrigantes. O nivel é muito alto.
Que bom que agora todos poderão ter acesso. Parabéns a direção do Instituto e ao curador do site.
Que bom que agora todos poderão ter acesso. Parabéns a direção do Instituto e ao curador do site.
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