domingo, 4 de novembro de 2012

Belém 400 – além do dever


Recebemos e com muito prazer  publicamos.                                  

Belém 400 – além do dever         

                                                            Valdemiro A. M. Gomes



Hoje reinicio meu semear sobre Belém agora com a força de um grupo de colegas de engenharia. Seremos mais a semear. Nosso objetivo será ajudar a deixar para nossos filhos e netos uma cidade mais humana.
Hoje a minha semente vai diretamente para o solo árido da Câmara Municipal de Belém. Como explicar ou aceitar que, no apagar das luzes, queira-se mudar o gabarito de construção de algumas áreas de nossa cidade, inclusive da Cidade Velha?
O futuro da cidade é uma decisão política. Os cidadãos são faróis. Faróis iluminam o navegar, inclusive o caminhar do político. A quem interessa mudar o gabarito? Quem está por trás de tal iniciativa? Qual a motivação de mudar um gabarito? O povo foi ouvido? Belém ganha ou perde quando permite construção de prédios em sua orla? Qual a justificativa técnica e de qualidade de vida se construir prédios de quarenta andares?
Belém precisa de um pacto. Pacto 400. Muito mais importante do que o “crescer” de uns poucos, nossa cidade conclama por prosperidade, qualidade de vida. O racional é a cidade crescer sem agravar seus problemas. A administração municipal que termina seu mandato gerou um circulo vicioso, perigoso. O cidadão está afastado do virtuoso. Tratar de forma desigual a iguais é injusto. A obsessão no crescimento vertical irracional, centralizado, cujo vetor único é o $$$, asfixia a vida de nossa urbe.
Sou engenheiro, turma 1971, construtor de vários edifícios em nossa querida Belém.  A vida é mudança, opção. Fácil é ficar no aconchego do ninho. Minha resposta de ontem, quando saí da Faculdade, é diferente da de hoje. Hoje posso afirmar que não existe resposta perfeita. Nossos erros são os espelhos de nossa escada. A escada que nos eleva nos faz diferente. Diferente é ir além do dever.
Neste momento, deixo meu ninho de tranquilidade para testemunhar o que é de conhecimento público, mas que não se revela por medo. Franklin Roosevelt dizia: “Não devemos ter medo de nada, a não ser do próprio medo”.  Por mais de uma vez fui contatado para apoiar a mudança de uma lei para beneficiar-me. Nunca aceitei, nunca alimentei tal aproximação, mesmo tendo que assistir a lei ser mudada para “benefício” do terreno de meu vizinho.
Você sabia que um construtor pode aumentar muitas vezes, até dobrar o gabarito de um projeto, com a simples compra de um pequeno terreno, sem valor para construção, só porque ele abre para outra rua? Não me arrependo. Sucesso, felicidade, são resultados de nossas escolhas.
Ajude a mudar o cenário. Mude sua consciência. Assine a petição pública contra a mudança do gabarito de Belém. 

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