Um mês atrás, mais ou menos, ocorreu um "pega-pra-capar" porque as forças da ordem pública - fazendo o seu dever - defenderam um bem público de um possivel uso irregular da parte de um certo tipo de ... "desportistas". O caso foi em frente da Basílica Santuário de Nazaré (Praça Justo Chermont).
Muita gente tomou partido, criticando os responsáveis pela defesa de nosso patrimônio histórico, sem saber os danos que esses "desportistas" podem causar nas nossas praças. Afinal, as praças são para o usufruto de todos, e não de apenas um segmento da população, é o que se ouvia dizer.
Pois bem. No dia 26 de novembro último reinauguraram a primeira das quatro praças antigas de Belém em fase de requalificação. A Praça do Carmo ganhou um novo paisagismo e uma escadaria com menos degraus, pois, aumentaram a altura do piso, para facilitar a vazão da água das chuvas, que antes da reforma demoravam a escoar, formando uma espécie de piscina com a água represada no anfiteatro.
Ademais, finalmente, os balizadores colocados na calçada que contorna a praça, serviram para evitar que continuasse a ser usada como estacionamento daqueles que, no afã de se divertir a qualquer custo, ignoram que a responsabilidade pelo resguardo do nosso patrimônio histórico é de todos.
A despesa com a reforma da Praça do Carmo custou quase um milhão e meio de reais.
No mesmo dia da inauguração chegaram, porém, alguns dos tais "desportistas", daqueles já mencionados da frente da Basílica Santuário de Nazaré, os quais recomeçaram a usar de modo irregular e delinquencial a escadaria novinha em folha além dos muretos dos canteiros. Antes deles, já tinham chegado os futebolistas amadores, para reinaugurar à maneira deles, também, o leito do anfiteatro, com um uso inadequado para aquela praça.
Os moradores se revoltaram pois até os canteiros eram pisoteados, e começaram a pedir socorro, a quem de direito, que, quando chegava não conseguia resolver o problema, completamente, pois, apenas se afastavam tudo de errado, voltava a acontecer. Daí foi lógico se perguntarem: porque aqueles que defenderam a Praça Justo Chermont não fizeram o mesmo pela Praça do Carmo? Lá esses "desportistas", não chegaram a fazer danos, mas aqui na Praça do Carmo, foi preciso gastar um dinheirão para corrigir os danos já provocados, inclusive, pelo uso irregular do logradouro público.
Esta era a escadaria do anfiteatro da Praça do Carmo após o uso que os "desportistas" deram nos ultimos três anos. Dois bancos de concreto, enormes, que estavam no entorno do anfiteatro, foram derrubados, sempre por eles, devido ao uso deliquencial que faziam desse bem público... e que voltaram a fazer, imediatamente, de novo, agora após sua reabertura ao público.
Com toda essa evidência, porque o poder público não providencia as condições necessárias para a atuação diuturna de uma guarnição da Guarda Municipal na Praça do Carmo? Afinal, é obrigação legal também da PMB a defesa nosso patrimônio público. Porque não acorreu para cá nenhuma emissora de televisão, para registrar e divulgar nossos pedidos de socorro, e de defesa de todo o gasto dispendido na obra de reforma da praça? A defesa do nosso patrimônio histórico não merece atenção?
Agora, conseguimos que colocassem balizadores na Praça do Carmo, mas em compensação as calçadas de liós de outras vias, também tombadas, não mereceram o devido cuidado de serem restauradas, mesmo que o pedido de instalarem as “defensas” tenha sido feito também para protegê-las. Essas calçadas são frequentemente usadas como estacionamento irregular de automóveis, muitos deles de propriedade de servidores das entidades públicas localizadas na Cidade Velha.
Estamos em área tombada, com a existência de igrejas, entre as mais antigas de Belém, sem as devidas atenções, inclusive da mídia. Nem ao menos, para com a poluição sonora ou o trânsito contumaz de carretas com mutíssimos pneus... Esses fatos provocam enormes danos ao patrimônio... O custo da requalificação de quatro praças no presente ano, também entre as mais antigas da cidade, não tem merecido maiores cuidados e atenções, visto o nível de falta de civilidade de expressiva parte do nosso povo.
No último fim-de-semana, apesar da pandemia Covid-19, foi enorme a quantidade de pessoas frequentadores dos estabelecimentos de diversões da rua Siqueira Mendes, dirigindo seus automóveis e procurando vagas para estacionar. Ajudados por flanelinhas de algum local noturno, carros na contramão estacionavam nas calçadas. Não vimos, porém, nenhum agente da Semob, nem da Guarda Municipal, nem da Policia Militar. Igualmente, não havia nenhum servidor público responsável pela repressão às ocorrências de aglomerações.
O controle não deve ser feito quando os delinquentes estão dormindo. Ou seja, às 9 h a praça está vazia. As atividades de "skatistas" e "futebolistas" amadores começam à tarde e à noite. É quando surgem também os “aviõezinhos”.
O “metro” usado para defender nosso patrimônio tem duas medidas... e a que usam para a Cidade Velha é vergonhosa, além de ser incompleta... e ocasional.
E tudo continua como antes .... Só há esperança no novo gestor, pois na civilidade das pessoas a minha já se esgotou!
ResponderExcluir