sábado, 1 de agosto de 2020

“REVIVAL” DAS CALÇADAS..


...e de tanto asfalto.

Quem chegou a ver o asfalto de algumas ruas, sem valas nem sarjetas, feitos recentemente, com certeza ficou admirado.. como eu. Uma verdadeira indecência e falta de vergonha na cara...de quem fez.


Não é uma novidade para quem mora na Cidade Velha. Aqui já estamos acostumados ao abandono e aos abusos. Por exemplo: tendo os tubos de agua ainda de ferro, já estávamos cansados de ver a Água sair marron das torneiras e termos que mandar lavar a roupa branca por lavadeiras na beira  de algum igarapé. Outros diziam que compravam garrafões de água para lavar a roupa branca. Até que um dia alguém teve a ideia de fazer  um poço no quintal.

O vizinho soube, gostou da ideia e mandou fazer um na sua casa também. Pouco a pouco todos na Cidade Velha estavam sabendo da economia e comodidade que era ter um poço no quintal, que quase todos tomaram essa decisão e o consumo de água fornecida pela  Cosanpa, diminuiu.

Estranho aquela enorme diminuição do consumo de agua próprio durante o verão e, na Cidade Velha. Passado alguns meses e não aumentando o consumo da água, a Cosanpa mandou verificar se tinham colocado “gatos” nos  contadores. Viu que não era esse o problema e começou a indagar até que descobriu... mas não podia fazer nada.

Aliás, fazer algo, bem que podia, mas devia mandar trocar todos os canos pre históricos de ferro, do bairro. Até que trocou alguns, mas não todos, e se acostumou com a diminuição de suas entradas monetárias e saídas de pouca água de seus depósitos.

Paralelamente , com a mudança dos canos da Dr, Assis, aproveitaram para asfaltar a rua. Aí começou outra história. De vez em quando a rua enchia em determinados quarteirões. Era o cano de plástico que quebrava e tinham que quebrar também o asfalto. Corre pra cá, corre pra lá, e chegava a Cosanpa para consertar o cano e uma outra firma, depois de alguns dias, para cobrir o buraco, que ficava como uma protuberancia abusiva no meio da rua.

Começou a ser normal  colocar asfalto em cima daquele precedente, sem se preocupar  de que altura ficava o leito da rua. Insistindo com esse método nos últimos trinta anos, acabaram superando a altura das calçadas da Dr.Assis, na Cidade Velha.

Com as primeiras chuvas, não tendo ninguém se preocupado com valas e bueiros, a água da chuva rolou para as calçadas e destas ...para dentro das lojas.  Resultado: os proprietários endoideceram.
Não deu tempo de enxugar os produtos e choveu de novo e o corre-corre virou um costume que não agradava nem gregos nem troianos. Algo tinha que ser feito rapidamente porque as chuvas iam começar a ser diárias... e fizeram.

Com balde, areia, cimento e mãos as obras, cobriram as pedras de liós que acabavam de ser tombadas... Bastou um começar eu os outros comerciantes da Dr. Assis foram atrás. Nasceu uma escadaria irregular nas calçadas. O pior é que a Dr.Assis é uma descida, assim sendo, mais ela se aproxima da Tamandaré, mais alto fica o degrau. 










Se você descer a Dr.Assis em direção da Tamandaré, vai notar que, casa sim, casa não, tem a calçada realçada, para enfrentar a água da chuva.  
Desse jeito, as calçadas ficaram sendo: umas  de pedra de liós e a outra de cimento... desarmado mesmo... 






E,  nenhuma administração ousou tomar conhecimento e proibir esse abuso!!! essa novidade. O problema era de  novo do cidadão seja para subir que para descer do onibus, em frente a essas valas...e quem usa carrocinha, como faz?


Agora, com a proximidade das eleições e visto que não chovia, resolveram cobrir de asfalto, um monte de ruas que nem precisavam disso...e exageraram. Algumas aumentaram de 20 centimetros, outras se aproximaram a meio metro de altura... e as calçadas foram ficando sempre mais embaixo.
















So quem anda a pé,  nota isso...
Com o Covid 19 nos trancando em casa, não conseguíamos seguir as desgraças que estavam acontecendo na cidade. Mas uma guia turística telefonou e reclamou das calçadas que estavam fazendo no Veropeso. As achava inclinadas verso  a vala...que nem existia... e outras indecências apareciam.

Quando voltar a chover vamos ver desaparecer outro bocado de pedras de liós para desespero do IPHAN, único a defender sua área tombada...com a Civviva. E vamos ter  noticias da guia turística de novo, horrorizada com a altura, em vez, do leito da rua... se e quando os turistas voltarem.

A boca pequena se fala do absurdo que fizeram gastando tanto asfalto e daquele jeito abusivo, enquanto, na verdade  tantos outros  "cidadãos" estavam é  preocupados  em  ir para o Mosqueiro, Salinas ou Cotijuba...as favas Belém, suas calçadas, esses asfaltos e... a falta de saneamento.

Agora, dizer que:  Proteção do patrimônio histórico é

 prioridade em Belém, é um bocado exagerado.




Um comentário:

  1. Essas coberturas de asfalto em nível superior ao das calçadas é sem classificação. Em ano de eleições, o que é isso, meu Deus? Pertinho do Ministério Público do Estado. Ninguém vê nada, será?

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