sábado, 13 de abril de 2019

... e quando os edificios não caem?


Mas que administraçao é essa?


Esse modo brasileiro de ocupar cargos públicos sem competência e sem ética nada mais faz que prejudicar o cidadão além de ser um péssimo exemplo... em troca, as vezes, sabe la de que.

Costumo chamar de ‘AMIGOCRACIA’ o modo de obter as coisas através de amigos. Esse método encurta a estrada da burocracia apenas usando o celular para chamar alguém, de um orgão público, o qual acaba  encontrando  o meio de passar por cima das leis e te favorecer.

Temos vários outros meios e modos também, de não concluir bem as denuncias feitas pelos cidadãos. Um exemplo incrível, é aquele, durante um processo contra a construção irregular de um edifício, quando és chamado para a audiência e és informado que não encontraram o endereço da construtora do edifício, em construção para poder discutir o problema. No ano seguinte, a mesma desculpa esfarrada e cinica, até que o edifício fica pronto, é ocupado pelos compradores e não te chamam mais...Que fim leva o processo? e fica por isso mesmo.

Pode-se também perder a documentação protocolada e, depois de 60 dias, quando o órgão publico deveria ter te dado a resposta, eles te dizem que nunca receberam nada, mesmo se apresentas o protocolo. “Vamos fazer uma sindicância”, e no meio tempo é capaz da farmácia, por exemplo, ficar pronta e começar a funcionar...e fica por isso mesmo.

Sabemos que a trepidação provoca danos aos prédios, principalmente aqueles históricos. Há alguns anos a Civviva reclama da poluição sonora que supera cem decibéis (a lei admite entre 50 e 55 em áreas habitadas). Por que os orgãos competentes, incluindo aqueles de defesa do patrimonio, nunca se mexeram nem para controlar se era verdade nossa reclamação?

Este ano, milagrosamente, o Iphan resolveu suspender o carnaval com trios elétricos na área tombada da Cidade Velha. Muitos aplaudiram, mas um juiz suspendeu tal decisão e os blocos voltaram a fazer trepidar os prédios tombados. Finalmente a Semma resolveu verificar o nível dos decibéis (chegaram a mais de 100dcb) e, ainda bem que tínhamos razão (mas ninguém lembrou isso), o juiz revogou sua própria decisão e a poluição foi
 interrompida... ao menos durante o carnaval. 

Funcionarios da Semma medindo os decibeis durante este carnaval.

Peguntamos: a que serviu se acabado o carnaval a poluição sonora voltou a invadir a área tombada? Cadê  fiscalização? Cadê as estatisticas das reclamações feitas ao 190 durante o ano inteiro? Agora que tem essa  prova também, não serviriam para tomarem providencias e salvaguardarem o patrimônio historico, uma vez por todas?

Outro exemplo triste de como trabalham nossos orgãos publicos podemos ver nesta publicação https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/04/aniversario-de-uma-luta.html. 
Quantos embargos, frutos de erros em uma pratica, foram necessarios para corrigir uma construção, que julgamos irregular, na área tombada e evitar a oclusão de uma rua. E se  ninguem tivesse reclamado??? Outra rua na Cidade Velha teria sido fechada ao uso publico.

Tivemos o caso do Bechara Mattar e a tentativa de fazer um 'shopping' sem estacionamento para os clientes com um restaurante que superva o gabarito da Cidade Velha. Outra luta contra metodos escusos de trabalhar, onde leis eram ignoradas (https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2013/10/a-audiencia-sobre-o-uso-do-bechara.html). Ainda bem que chegamos a tempo.

Belém é ainda uma das metropoles onde o Centro Histórico ha uma carga enorme de veiculos em movimento, apesar de ser uma área tombada; onde a poluição sonora é absurda e ninguem move um dedo para abaixar o volume, apesar das reclamações.

Quando a administração publica vai notar que a trepidaçao é uma inimiga mortal do nosso patrimônio?

Tomara que as duas audiências públicas que serão feitas pelos Ministerios Publico estes dias dêem resultados.


Um comentário: