Em setembro e outubro de 2016, publicamos umas notas a respeito da campanha feita com banners, em defesa do nosso patrimônio histórico (http://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2016/09/era-fevereiro-de-2012-periodo-de.html). Tal campanha foi muito bem recebida pelos moradores do bairro, de fato, muitos banners continuam nas janelas de algumas casas.
A nossa intenção era chamar atenção sobre o que sobrou da nossa memoria histórica e a necessidade de salvaguardar-defender- proteger... etc. todos aqueles verbos que encontramos nas leis E REFERENTES AO PATRIMÔNIO REMANESCENTE..
O ultimo carnaval deixou muitos moradores insatisfeitos, apesar da televisão ter divulgado uma impressão completamente diferente.
A nota em questão citava as leis que foram ignoradas (http://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2016/10/querendo-colaborar.html ), enquanto tantos carnavalescos ajudavam a destruir o patrimônio em questão.
A nota em questão citava as leis que foram ignoradas (http://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2016/10/querendo-colaborar.html ), enquanto tantos carnavalescos ajudavam a destruir o patrimônio em questão.
Levando em consideração esses artigos de lei totalmente ignorados, vem a dúvida, a quem não é daqui , se estamos em democracia. Numa democracia as leis são feitas para serem respeitadas, principalmente pelos órgãos públicos. Se elas não são consideradas ‘boas’, podem sempre ser melhoradas ou revogadas totalmente, mas fingir que não existem é ser conivente com a malandragem.
Estamos sim, em democracia, pois, caso contrário não estariamos aqui, podendo dizer a vocês que antes de fazer qualquer proposta para a Cidade Velha ou para toda a área tombada, seria oportuno conhecer seus problemas e tentar resolve-los, antes de pensar em qualquer tipo de projeto turístico que seja.
O ulterior desaparecimento de obras e imoveis existentes é uma perda seca e irreparável para a memoria da cidade, dos cidadãos e da própria identidade do território que a contém. A conservação dessa identidade é um objetivo estratégico de qualquer politica cultural e precisa de instrumentos específicos dirigidos explicitamente a ela.
Naquela nota não falamos da situação das calçadas e nem da cor da água que sai das torneiras, por exemplo. Muito menos da insegurança; nem do que acontece desde que chegaram os moradores de rua na praça do Carmo. Vamos falar disso, agora:
- calçadas: a maior parte dos problemas das calçadas nasceram depois que asfaltaram as ruas, cobrindo os paralelepípedos. Cada vez que as tiveram de re-asfaltar, acrescentavam uma camada de asfalto ao preexistente até que um certo momento, o leito da rua era mais alto do que as calçadas. Quando chegavam as chuvas, a agua entrava nas lojas da Dr. Assis, por exemplo. O que fizeram os proprietários? Cobriram as pedras de liós com cimento... e cada comerciante fez a sua calçada de uma altura diferente. Entre a Joaquim Tavora e a D. Bosco é um verdadeiro absurdo os degraus que encontramos em cima das pedras de liós.
Onde isso não acontece o espaço é dividido entre carros e motos estacionados; com mercadorias a venda, desde terra, areia, tijolos, telhas; com motores, bicicletas e afins sendo lavados e/ou consertados; mesas e cadeiras de bar, tudo isso no espaço destinado ao pedestre... apesar da orientação dada pelo MPE à Secon.
- A insegurança é aquela de toda Belém, com uma diferença: quando o furto acontece perto da pça do Carmo eles podem jogar embaixo das casas da baixada do Carmo, ou fugir de barco. A presença dos portos também é um chamariz principalmente no horário de saída ou chegada dos barcos, principalmente a noite. Em vez, quando tem festa de aparelhagem ou da igreja, não se salvam nem pessoas, nem carros.
- os moradores de rua já foram expulsos da tv. Cametá. Aliás, quem teve que sair de la, foram os “marronzinhos”. Onde esse grupo de pessoas chega, chegam também atrás de comida, os moradores de rua. Na pça do Carmo, os vemos fazer todas as necessidades físicas humanas, inclusive sexo em cima dos bancos ou nas calçadas. Os comerciantes se lamentam que estão perdendo os clientes e contam fatos de roubos, assaltos, quebra de espelhos e vidros dos carros, etc. As missas da manhã, foram eliminadas, e as da tarde se resumem, hoje, a uma so.
Algo mais a dizer: a vocação do comércio da CV é voltada aos ribeirinhos. Aqui se encontram lojas de material de construção, de navegação, bombas de agua, remos, velas, redes de pesca, barcos de madeira, de alumínio e de fibra de vidro!!! etc. Fazem consertos também de maquinas de açaí e de motores de barco. Coisas desse tipo. O resto: sapato, vestido, etc. eles vão no Bairro da Campina, no comercio, procurar.
Feita essa premissa toda, é o caso de lembrar que, as leis falam de salvaguarda da nossa memória histórica. Nessas alturas, um projeto de tutela do Patrimônio Histórico deveria ser feito onde fossem individuadas as ações necessárias a sua valorização para assegurar a salvaguarda do território em questão. Pesquisar a qualidade do ambiente histórico e sua correta fruição coletiva, no respeito das leis existentes.
Se assim acontecesse, seria ridículo so imaginar fechar essas lojas que ficam na Siqueira Mendes e dão para o rio E SERVEM A POPULAÇÃO RIBEIRINHA, para substitui-las com bares e restaurantes para turistas.... e, quem sabe, até depois pintar tudo com cores fortes assim apagamos definitivamente a nossa memoria... a daqueles avós que ainda lembram quando tudo era pintado com cores claras. Seria ridiculo, também, continuar a autorizar atividades que chamam clientes motorizados, sem prever algum lugar para estacionarem.
Se assim acontecesse, seria ridículo so imaginar fechar essas lojas que ficam na Siqueira Mendes e dão para o rio E SERVEM A POPULAÇÃO RIBEIRINHA, para substitui-las com bares e restaurantes para turistas.... e, quem sabe, até depois pintar tudo com cores fortes assim apagamos definitivamente a nossa memoria... a daqueles avós que ainda lembram quando tudo era pintado com cores claras. Seria ridiculo, também, continuar a autorizar atividades que chamam clientes motorizados, sem prever algum lugar para estacionarem.
Para encerrar: nenhuma lei proíbe o embelezamento da área tombada, proíbe, porém, a mudança do nosso passado, das lembranças que devemos salvaguardar, portanto, até a grafitagem não devia encontrar lugar na área tombada....e o muro do forte do Castelo devia ter permanecido ali... no seu lugar.
Essa FOI a nossa colaboração, quando escrevemos aquela nota, repetindo-a agora e, como prevê a Constituição, continuamos a insistir que, não so porque fundamos uma associação (com CNPJ) para defender a memória que ainda resta na Cidade Velha, deveriamos ser chamados para discutir qualquer PROPOSTA, feita por quem quer que seja para não ter, depois de publicarem algum projeto-indiscusso, de reclamar ou até fazer causa para defender... inclusive os interesses dos moradores .
Discussões so com gente do mesmo partido OU QUE DEFENDEM SOMENTE OS PRÓPRIOS INTERESSES... não nos parece algo sério.
Discussões so com gente do mesmo partido OU QUE DEFENDEM SOMENTE OS PRÓPRIOS INTERESSES... não nos parece algo sério.
VAMOS PENSAR NISSO E PARAR DE IGNORAR A REALIDADE...E AS LEIS?
Quis imprimir a matéria e não consegui por falta de opção
ResponderExcluirE não conseguistes nem copiar-colar???
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