quarta-feira, 13 de abril de 2016

RECONHECIMENTO CARLOS ROCQUE 2016 (1)


Este ano também serão entregue tres reconhecimentos a cidadãos que defendem nosso patrimônio em algum modo, sem terem nenhuma obrigação formal.

A escolha, cai, principalmente em fotografos que, gratuitmente,  nos mostram coisas belas e não do nosso patrimônio  historico-artistico-ambiental. Este ano  é a vez de Celso Roberto e Marcos André, mas tivemos,  também, um blog: Gente de Belém feito para paraenses apaixonados por Belém; um bloco de carnaval da Cidade Velha Xibé da Galera que respeita nossa memoria historica; um advogado-pintor e desta vez uma jovem lutadora/defensora da nossa Cultura alimentar.

Taina Marajoara  é uma liderança jovem do povo originário arua-marajoara que fez da cultura alimentar amazônica uma luta por alcance de direitos e novos paradigmas acadêmicos ao questionar sobre impingir caráter subalterno aos conhecimentos tradicionais frente ao conhecimento científico. Porque a Medusa é intelectual e a mulher que vira porca é uma lenda risível? .... fez de sua cultura milenar marajoara pilar para produções afirmativas e degraus democráticos. 

Em 2008, iniciou o projeto CATA – Cultura Alimentar Tradicional Amazônica, com recolhas de narrativas sobre as relações simbólicas amazônicas em torno do alimento, em uma inovadora pesquisa sobre a cultura alimentar tradicional, a qual colocou no espaço público de conferências de políticas públicas como base de argumento para alcance de direitos civis, defesa da biodiversidade, e para o reconhecimento oficial da comida como cultura no Brasil e aprovação na III Conferência Nacional de Cultura da formação do Setorial de Cultura Alimentar, no Ministério da Cultura, em 2013 a partir da aprovação da moção 094;  e logo em seguida, o Plano Nacional de Cultura conforme a Portaria n22, do dia 22 de março de 2014.

A partir de 2010, o desdobramento do projeto CATA para produção de conteúdo e inserção de conhecimento tradicional no campo científico, a pesquisa da Receita de Porco a Mulher que Vira Porca sobre as relações dos encantados com o alimento tornou a fundadora do Instituto Iacitatá, Tainá Marajoara, pesquisadora membro do Núcleo de Estudos em História Oral da USP, e mais tarde, junto a importantes intelectuais da alimentação, fundadora do NUSEC – Nutrição, Saúde, Economia e Cultura da USP.

Suas ações recebem reconhecimento internacional desde 2013, quando foi agraciada com a Honra ao Mérito por el Conocimiento Humanitario de La Cátedra Cayetano Redondo, Venezuela; é membro da LASA – Latin American Studies Association e da IFACCA – International Federation of Arts and Cultura Council.  Em 2104, participou a convite da IFACCA, do 6º World Art Summit 2014 (Cúpula Mundial de Cultura e Arte para a agenda 2015 da Organização das Nações Unidas - ONU) como única instituição representante da Amazônia e Sociedade Civil do Brasil como convidada devido ao projeto CATA - Cultura Alimentar Tradicional Amazônica ser considerado uma proposta inovadora para o desenvolvimento social a partir da cultura.  E, ainda, do Congresso Iberoamericano de Cultura – Cultura Viva (Costa Rica) como uma experiência intelectual e cultural de base comunitária bem sucedida; A experiência exitosa de produção de conteúdo e impactos socioculturais e ambientais positivos foram apresentados no primeiro painel a pautar a Cultura Alimentar na Associação Mundial de História, Universidade de Barcelona, 2014.  O Projeto CATA também foi apresentado durante o encontro internacional do movimento Slow Food, o Terra Madre – Itália, com a participação do mestre Vavá do Mingau.E, em 2015, veio o convite para participar de pesquisas no Rockfeller Institut da Universidade de Harvard.

Outro ponto importante da sua luta é a promoção do encurtamento de cadeias, aproximando produtor de consumidor, eliminando o atravessador e contribuindo para que o produtor receba preço justo e passe a conhecer sobre a comercialização. Promove feiras agroecológicas, troca de sementes e comercialização de mudas orgânica, e grupos de consumo agroecológicos, sempre ligados a movimentos sociais culturais e ambientais e ao campesinato, dando prioridade a alimentos em extinção e áreas de conflitos, para que as comunidades possam se manter.


O evento acontecerá dia 28 de abril as 19,30 horas, na sede do Centro Cultural do Carmo, na Praça do Carmo, 50.
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Um comentário:

  1. Um evento nobre, que valoriza os que fizeram e fazem pelo bem da cidade, do Estado, da história.

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