segunda-feira, 30 de junho de 2025

INTELECTUAIS, EDUCADORES E AFINS..

 

Desculpem se insistimos, mas os abusos aumentam em todos os sentidos ao ponto de pensarmos ser necessário que os agentes públicos e os gestores, que são remunerados para fiscalizar, controlar e adotar providências, assumam efetivamente esse dever e cumpram suas atribuições legais.

Universidades como UFPA, UNAMA, UEPA, etc. deveriam providenciar o conhecimento, aplicação e respeito das leis por parte de professores  e alunos, para incentivar o “nascimento” da cidadania e da civilidade, que lhes habilite e motive a viver e respeitar a cidade e o próximo.

Não sei se em todas, mas em muitas faculdades europeias, há o regular estudo de alguns ramos do Direito, visando preparar as pessoas a serem cidadãs de fato, seja ao exercer sua profissão, ou mesmo viver a cidade e o convívio social em harmonia. A questão da Ética passa a ser conhecida, e incentivada a ser exercida, através do Direito  Público e Privado principalmente, mas não somente estes dois ramos do Direito serviriam a educar os estudantes, pelo menos, a terem condutas sociais mais racionais e justas.

Um dos absurdos que se poderia evitar é a poluição sonora no meio ambiente. As normas a esse respeito, existem, mas são frequentemente ignoradas, até mesmo pelos funcionários que são remunerados para defendê-las e aplicá-las. Não é concebível que continuem a autorizar manifestações extremamente ruidosas, desobedecendo as proibições existentes em leis vigentes,  seja nacionais, estaduais, ou municipais, sem que sejam punidos.

Todos querem e têm o direito de se divertir, seja o professor ou o aluno; e é lógico que portando  uma autorização, o desprevenido a usa, seja ele um educador universitário, um corretor  de imóveis, um motorista, ou um gari. Mas as leis não devem ser conhecidas e praticadas por todos? Caso as ignorem, o que acontece? Enquanto não são revogadas, elas são vigentes e devem ser respeitadas. Quem deve cuidar disso?

Como convencer aquelas pessoas que, aparentemente, se sentem donas de espaços públicos a ter condutas adequadas? Vimos um ótimo exemplo ontem na Praça da República, quando agentes de segurança da Guarda Municipal de Belém (GMB) obrigaram um “fulano” que estava “vandalizando” um monumento público histórico, a corrigir seu erro. Esse “ato terminou de forma inusitada e educativa, pois ao ser surpreendido pelas autoridades, o rapaz não só foi impedido de concluir a ação ilícita, como também foi obrigado a limpar a própria sujeira.” Quem estava por perto, aplaudiu. Nós parabenizamos quem provocou toda essa admiração por parte da cidadania.Quando algo assim acontecerpá  na praça do Relógio que se encontra nesta situação?

Este absurdo, como é que se repete diariamente na entrada da área tombada... Cadê a Guarda Municipal?



Essa ação dos agentes de segurança deveria ser vista mais vezes, até quando fazem ruídos incômodos nas ruas e praças, sem respeitar os limites de decibéis estabelecidos pelo CONAMA, ou em locais proibidos pelo nosso Código de Posturas, que, por exemplo, determina uma distância de 200 metros de distancia de igrejas, colégios, hospitais etc... As praças onde vemos igrejas tombadas, são atingidas, por essas autorizações irregulares, que levam os “desprevenidos” a se tornarem incivis.

O AUTO DO CÍRIO e o ARRAIAL DO PAVULAGEM, com louváveis manifestaçõe culturais, são porém, um exemplo vergonhoso, não somente de desrespeito às leis contrárias a poluição sonora, mas principalmente, por desrespeito aos preceitos da Constituição Federal, ao estabelecer a necessidade de salvaguardar, defender e proteger nossa memória histórica. De...toda ela, não apenas uma delas.

Será que os ruídos que fazem, e que são muito superiores ao que prevêem as normas em vigor, não pesam nas edificações existentes por onde passam ...divertindo o povo? A defesa de um patrimônio imaterial não deve ser feita produzindo perda, prejuízo ou dano a outro patrimônio material, nem incômodo ou prejuízo aos moradores do entorno.

É absurdo que abram exceções a atos muito ruidosos, em áreas já martirizadas diariamente com o trânsito de carretas, ônibus de turismo e trios elétricos mesmo sendo área tombada, onde se encontram edificações de épocas pretéritas, cujos sistemas construtivos não suportam intensas trepidações e outras agressões. O resultado cumulativo diário dessas trepidações, não se vê imediatamente.  Talvez por isso, os menos cultos, ou mais desatentos, ... ou os mal intencionados, não se preocupam com os possiveis danos  provocados ... silenciosamente.

Quem sabe se aprendendo na escola/faculdade o que dizem as leis relativamente a convivência social, aumentaríamos o nível de civilidade comportamental de futuros “cidadãos” a todos os efeitos.


A Presidência da CIVVIVA

sexta-feira, 13 de junho de 2025

ALGUNS EQUIVOCOS ...E EQUIVOCADOS


1 - No mínimo, um equívoco

Ivan Alves Filho, historiador

Volta e meia, há setores que se reivindicam do campo progressista tratando bandido como vítima da sociedade.

Aqui, é preciso esclarecer, ainda que esquematicamente:

1. Vítima é o trabalhador, alvo da violência sem limites desses marginais, principalmente nos bairros populares e nas favelas.

2.  Nos últimos anos, conforme as estatísticas oficiais, duplicou o número de pessoas morando em favelas no Brasil, perfazendo 18% das casas brasileiras. Esse fato, por si só, já é uma violência execrável.

3. Será que esses autoproclamados progressistas ignoram a formação de uma burguesia do crime no país, com base em uma espécie de capital-bandido? Afinal, o grama de cocaína vale mais do que o grama de ouro e isso não se deve ao acaso.

4. A questão da segurança pública se apresenta hoje como uma das maiores preocupações do nosso povo. Os autoproclamados progressistas fazem abertamente o jogo da extrema-direita. São muito ingênuos, seguramente.

2- OUTROS EQUIVOCADOS

Associação CIVVIVA

Paralelamente a esse setor, temos um outro, formado principalmente por pretensos intelectuais que se consideram “ungidos por Deus”, ou “donos da verdade” absoluta.

Esquematicamente e relativamente a patrimônio histórico podemos dividi-los em:

1- homens e mulheres, não somente entre os políticos, mas também entre arquitetos, os quais normalmente ignoram as leis ou as desvirtuam;

2- os que tem título de Master e/ou PHD, que se acham superiores aos comuns mortais e raramente identificam problemas do nosso patrimônio histórico;

3- os que desconhecem o valor e sentido de palavras quais “salvaguarda/defesa/proteção” da nossa memória histórica defendendo, inclusive,  cores vistosas e grafites na área tombada.

4 – os autoproclamados “defensores do patrimônio” que, ao calar da noite estacionam seus carros nas praças e calçadas tombadas, além de acoitarem manifestações na área tombada, cujos ruídos superam os decibéis estabelecidos nas normas vigentes;

5- os que, desconhecendo mínimas noções de Direito, reconhecem valor em Decretos e Portarias, abusivos, que modificam leis e até mesmo aceitam leis municipais, inconstitucionais por que feitas sobre matérias não de própria competência.

Tem bandido que, em origem, não é vítima da sociedade, mas se aproveita sem limites das oportunidades que a sociedade lhe oferece.

 

A Presidente da CIVVIVA – Economista e expert em Direito Público     


segunda-feira, 2 de junho de 2025

ALVÍSSARAS... MAS QUEM CONTROLA?



Em data 06 de maio de 2025, foi publicada no Diário Oficial n. 36.215, a Portaria n.18/2025-GAB/DG/PC/DIVERSOS, datada 29 de abril de 2025.

Tal Portaria Regulamenta e consolida os atos internos relativos à fiscalização e a realização de eventos e sua respectiva autorização durante a Quadra Junin no  âmbito da Policia Civil do  Estado do Pará .

Foi com enorme prazer que lemos os artigos do Código de Postura sendo reproduzidos a bem da salvaguarda do Patrimônio histórico e dos direitos cidadão relativamente a poluição sonora. Tais artigos porém tem validade em qualquer dia do ano, não somente durante os festejos juninos...ali estabelecidos de 01 a 30 de junho.

Próprio dia 01/06, a praça do Carmo recebeu uma manifestação rumorosa, superando os 50/55 decibeis previsto pela NBR 10.152 onde a ABNT avalia os ruídos em áreas habitadas. Tal norma não faz diferença entre área tombada ou não, mas mesmo assim tais decibéis não foram respeitados em frente a uma igreja tombada construída em meados de 1700,  ali existente. As 23 h a praça já estava limpa, mas o barulho continuava...

Não cremos que o fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais, deva permitir a poluição sonora que vemos acontecer nessa área tombada pelo IPHAN, repetidamente, pela mesma organização. É de conhecimento público que ondas sonoras em forma de música em alto volume, também causam um efeito semelhante à trepidação, só que transmitidas pelo ar, que podem afetar, por exemplo, até objetos dispostos em prateleiras, parapeitos que racham, as telhas das coberturas dos prédios, e outros danos. Para isso o CONAMA já examinou e determinou os limites de decibéis oportunos por turnos, (diurno e noturno), em todas as áreas de uma cidade. Por  que ignora-los próprio na área tombada? A começar com o Auto do Cirio que pára em seis dos sete prédios tombados na CidadeVelha, quase dobrando os decibeis previsto pelo CONAMA. E todos calam  a esse abuso e desrespeito as normas vigntes.

A parte o evento de ontem na praça do Carmo, tinham locais com música própria, concomitantemente, durante o dia e que se faziam concorrência, relativamente a poluição sonora. Quando o evento acabou, um local situado na entrada do Beco do Carmo, do lado da igreja, continuou tocando música alta, superando  os 50 decibeis estabelecidos pelo CONAMA. Aliás, tal local, há dias polui a área em questão até depois da meia noite e não vemos providências por parte das viaturas do 190 solicitadas  (prot. 2025053100554825192 do dia 31/5 e o n. 2025060123504157332 do dia 01/06) antes da meia noite.

Não sabemos se o IPHAN e a SECULT, autorizaram tal evento, o que constatamos é que nenhuma norma em vigor, inclusive sobre música feita em bares com portas abertas, foram levadas em consideração... O problema é também que os decibéis citados na norma acima foram ignorados o dia e a noite inteira. O que vemos em tais ocasiões, com  desculpa de ajudar a difusão da nossa cultura, é so desrespeito das leis, e isso constatamos ontem, logo no primeiro dia de validade de tal Portaria. 

Quem cuida da normativa relativa a musica em bares??? Na nota abaixo temos o que não vemos ser aplicado o ano inteiro e ontem também... https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2017/08/a-proposito-de-bares-restaurantese.html

O problema relativo a luta contra a poluição sonora na área tombada da Cidade Velha, nós temos o TEMPO TODO, com eventos devidamente autorizados por órgãos públicos. Pelo que sabemos, porém, as autorizações dadas seja para eventos que para funcionamento de locais, não sinalizam o que não deve ser feito, ou o que deve ser respeitado, e a Polícia  acaba tendo dificuldade em aplicar as sanções, pelo que nos dizem os funcionários  da PM ouvidos a respeito.

Como se pode ver abaixo, há anos levantamos esse problema sem algum resultado... Se nota que é mais facil acoitar manifestações que prejudicam o nosso patrimônio e desrespeitam as normas em vigor... Começando pela nossa Constituição.

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2015/10/respeitando-o-codigo-de-postura.html

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2017/08/a-tv-e-poluicao-sonora.html

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2017/10/poluicao-sonora-desincentivos.html

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2018/01/quem-for-procurar-as-leis-relativas.html

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/08/a-trepidacao.html

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/poluicao-e-seu-entorno.html

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/12/assim-tambem-e-demais.html

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2020/08/ruido-e-conflito-de-vizinhanca.html

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2020/09/novo-termo-de-compromisso-ambiental-com.html

 

Com a pandemia, não é que paramos de reclamar e denunciar os abusos de sempre, mas também, não vimos o efeito nem das nossas reclamações, nem das “atitudes” tomadas por alguns órgãos públicos. 

Sem efetivo para fazer os  controles e aplicar as sanções, essa Portaria se torna um ato inócuo.

O inicio de validade dessa Portaria, com o que vimos e ouvimos ontem, nos deixa... preocupados. 


QUEM DEVE CONTROLAR O RESPEITO DESSA

                           PORTARIA 

ESTÁ EM CONDIÇÕES DE FAZÊ-LO?