terça-feira, 8 de abril de 2025

TRÁFEGO/POLUIÇÃO? QUEM CONTROLA?

 

Como continuam a passar carretas enormes pela área tombada da Cidade Velha, não podemos deixar de perguntar: mas quem defende o patrimônio histórico em Belém?

Tentando encontrar o responsável por vários problemas que vemos se repetirem descobrimos que, anos atras, aliás já em 1999 encontramos  uma proposta de lei (processo 310/99) relativa a proibição do transito de veículos superiores a 3,5ton, nas ruas que contornam a igreja de Sto.Alexandre e o Centro Histórico de Belém. Essa proposta  do vereador Guto Coutinho teve o parecer contrário da Associação Comercial.

 O problema voltou a tona após o tombamento de parte da Cidade Velha pelo Iphan. De fato reaparece em 2013 com uma proposta do jovem vereador Thiago Araujo relativa ao processo n. 0121/13. Nos atos notamos a presença de uma nota  em data 22.03.2013, do SETEP ao relator da proposta onde são relacionados 8 pontos informando apenas as leis em vigor e os processos em andamento. Não tem um parecer, é apenas informativo da situação.

Descobrimos assim um pouco da história dessa luta:                           - o proc. N.828/90 do vereador Luiz Seffer, sobre circulação de caminhões na Cidade Velha ser rejeitado em plenário;

- o proc. N. 679/91 do vereador Raul Meireles proibindo tráfego de veículos na Cidade Velha ser arquivado por não cumprir determinações legais;

- o proc. n. 156/92 do vereador Venício Vinagre proibindo o tráfego de veículos com mais de 4ton. no trecho entre a rua Cel. Fontoura, Av. 16 de Novembro, atrás do palácio Antônio Lemos e pça. Felipe Patroni. A Comissão de Justiça deu parecer contrário e foi arquivado.

- o proc. N. 3310/99 do vereador Augusto Coutinho proibindo o tráfego de veículos superior a 3,5 ton. nas vias do entorno da igreja de Sto. Alexandre, Centro Histórico. Obs: Diligencia. !!!

O que podemos notar é que os vereadores até fizeram algo para evitar os danos do trânsito pesado na Cidade Velha, mas a Câmara mesmo, em algum modo, inviabilizou qualquer efeito positivo...

Quanto as leis em vigor citadas no documento da SETEP temos:

- Lei n. 7.521 de 27.07.91 proibe o  tráfego de veículos com peso superior a 3,5 ton, no entorno de Teatro da Paz, praticamente;

- Lei n. 7. 605 de 05.04.93 torna defeso o tráfego no entorno do Museu Emilio Goeldi;

- Lei 7.709 de 18.05.94 sobre preservação e proteção do patrimônio histórico/cultural/ambiental/artístico de Belém.

- Lei n. 7.792 de 14.06.96, proibição de circulação de veículos transportadores de carga com peso superior a 4 ton. no perímetro urbano de Belém.

É o caso de perguntar: alguém mede a poluição ambiental causada ao nosso patrimônio por todo esse movimento de veículos no centro histórico? Se até decibelimetros são raros...












Paralelamente fomos verificar a situação da luta a poluição sonora, e encontramos o Código de Postura que com Lei n° 7.055 de 30.12.1977, levando em consideração o respeito ao direito individual e coletivo,  estabelece as providências relativas a poluição sonora.

Entre as  sugestões temos:

- A proibição de ruídos excessivos se encontra no art.63 do Código de Postura e não faz nenhuma exceção, contrariamente ao que vemos acontecer.

- O sossego da população pretendido pelo art. 79, continua a ser um atentado à tranquilidade pública,  pois são, inclusive, autorizados por órgãos públicos.

- No art. 80 é prevista a regulamentação do horário de várias atividades rumorosas, que também não são transformados em atos concretos.

- Quem autoriza festas “ruidosas” em frente a igrejas, escolas, hospitais,  etc.. contrariamente ao que estabelece o art. 81 do Código de Postura?

Se vê que , quanto mais antiga é a lei, menos é conhecida e respeitada. É o que acontece com o art.42 do Decreto Lei n. 3.688 de 03/10/1941. De fato nos incisos I a III estabelecem o que fazer frente a gritaria e algazarra  quando perturbam alguém, o trabalho ou o  sossego alheios. Mas quem aplica isso?

Conhecendo estes e outros artigos de normas em vigor que podem ser usadas para defender/salvaguardar/proteger nosso patrimônio histórico e cultural, além dos cidadãos, nos perguntamos: como trabalham os órgãos que deveriam aplicar o Código de Postura? Quem controla o respeito das leis acima citadas? Não tem punição para o funcionário que desatende as normas em vigor? Será que na surdina revogaram esses artigos e ninguém retirou da internet as leis em questão?

O cobertura do canal da Tamandaré aumentou o transito de carretas na Dr.Malcher...Quem se preocupa com a trepidação e consequentes danos nas casas da área tombada?

O certo é que o nosso arcabouço legislativo é completamente ignorado e no meio tempo vamos perdendo pedaços do nosso patrimônio, e prejudicando também a propriedade privada que se encontra na área tombada além da dignidade do cidadão que ousa reclamar ou denunciar os abusos resultantes desse comportamento e não vê alguma providência ser tomada.

 

 


domingo, 6 de abril de 2025

VAMOS APLICAR AS LEIS????

 

 Descobri estes dias o motivo que, difamadores, espalharam por aí relativamente  ao "porquê"  fundei uma associação na Cidade Velha, em 2007... data essa que eles ignoram, inclusive. kkkkkk.

O motivo, na verdade éoutro bem mais sério, Uma manhã, em fins de 2006, acordamos e descobrimos que tinha incendiado uma casa, aliás uma palafita, na ruinha que beira o rio, paralelamente aos muros da igreja di Carmo. O Forum Landi estava nascendo e comentei o fato com o Flavio Nassar e ele me convidou a ir a uma reunião que teria naquela manhã,  com a Fumbel, cuja sede era no largo da Sé. Alí  eu poderia colocar o problema e ver se conseguiria algo.

La fomos nós com a Elna Trindade também, e ali depois de falar do incêndio, sugeri algo a ser feito naquela beirada onde crianças moravam sem a menor dignidade.... ao que a presidente perguntou quem eu era e a Elna disse: é da Associação de Moradores “Cidade Velha Cidade Viva”, que nem existia, ainda...

Na saída rimos da esperteza da Elna e aproveitei a ocasião para sugerir a fundação da futura CIVVIVA, e de noite comecei a recolher as assinaturas a tal fim...Questão de defesa da cidadania, falei.

Naquela época o carnaval aqui na CV era comandado pelo Eloy Iglesias e o Kaveira. Bandinha e mascarados formavam o perfil da festa e eram financiados pelas cervejarias. O problema que tinhamos era o que sobrava para os moradores, na praça. Ninguem limpava nada depois da festa e as latinhas ficavam dias a fio, ali na praça, enfeitando o meio ambiente.

Não tinha poluição sonora, mas não tinha banheiros, também. Tanta foram as reclamações que  fizemos a respeito disso que começaram a limpar a praça e os banheiros apareceram. Problema resolvido.

Um haker inimigo de civilidade e amigo sabe la de quem, que carregou com o dinheiro da Civviva dizendo que ia fazer um “site” para controlarmos o patrimônio da área,  simplesmente anulou este blog e fez desaparecer todos os artigos e fotos que tinhamos publicado sobre os problemas da C.V. naqueles cinco anos passados. Recriou o nosso blog sem nos dizer nada, a partir de 2012... data em que desapareceu  de Belém sem fazer nada do prometido e sem devolver  nosso dinheiro.

Aqui uma lembrança da época que pegamos no nosso outro blog. Reparem que até o titulo do artigo ele mudou, dessa ez... https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/02/normal-0-21-false-false-false.html 

É nessa ocasião que o Eloy e o Kaveira foram praticamente expulsos da C.V. e chegaram os trios elétricos e os abadás...que nada tinham a ver com o nosso carnaval... desembestando a poluição sonora e a violência na área que o IPHAN tinha acabado de tombar.  A CIVVIVA já tinha seis anos e nossa luta votou-se contra a poluição sonora. Tinhamos um novo prefeito e nova presidente na Fumbel.

Pois bem, descobri que contam  por ai que criei a associação para defender a porta da minha casa, onde “um trio elétrico, estacionado na calçada, impedia a abertura da porta da minha casa”... Quando os trios elétricos apareceram por aqui a CIVVIVA ja tinha 6 anos. Esses difamadores  nem conhecem a minha casa, pois o cancelo abre para dento e não para a calçada... 

Essas pessoas, hoje, aproveitam  para se defender das lutas que fazemos em defesa do patrimônio histórico vindo fazer ruídos na área tombada, muitas vezes com dinheiro das leis de incentivo a cultura, ignorando todas as leis que servem para defender nossa democracia e os direitos dos cidadãos...

Era melhor que, juntamente com quem os autoriza a fazer estragos por onde passam, esse pessoal fosse estudar o Código de Postura, principalmente os artigos 63 até o 81, ao menos, para se diferenciar dos...fascistas que já se alastram pela cidade. Assim ajudariam a salvaguardar nosso patrimônio e fariam algo de justo com o dinheiro das leis que usam.

Algo mais para lembrar a ética que usamos no nosso modo de lutar:  https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/03/vamos-parar-para-pensar.html